IV - Obrigado, Meu Irmão... Por me Amar...

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Vestindo apenas um short preto e com uma toalha em volta do pescoço, ainda enxugando os cabelos, Miguel volta para dentro do quarto onde ele tinha colocado um adormecido Castiel na cama. Vendo que ele estava do mesmo jeito que o tinha colocado, Miguel quis não ter que acordá-lo, pois daquele modo, ele parecia tão em paz e sereno.

Mas como outras noites ao longo dos anos o ensinou, ele logo teria que despertá-lo para os dois se prepararem para a longa noite que viria.
Mas antes disso, Miguel desce as escadas, rumo à cozinha, para preparar algo para o caçula comer, já que eles vieram praticamente rasgando a rodovia para poderem chegar logo ao refúgio deles. Pegando algumas coisas na geladeira, Miguel prepara uma refeição rápida para si e para o irmão, colocando a comida em uma bandeja e levando-a até o quarto.

Castiel estava em processo de despertar quando Miguel cruza a soleira da porta do quarto. Ao ver o irmão mais velho parado com uma bandeja nas mãos e um sorriso nos lábios, o menor não se conteve, devido ao seu estado sensível de dar uma abraço naquele que era o seu anjo da guarda.

- Boa noite, Bela Adormecida! Dormiu bem? - Pergunta o maior, caçoando e ao mesmo tempo com carinho na voz.

- Dormi sim... Mas que horas são? E a Lisa e o Ben? - Dava pra ver que o mais novo ainda tava desorientado pelo sono.

- Eles já foram para a casa do irmão dela.

- Puxa, eu queria ter me despedido do Ben...

Miguel não pode deixar de sorrir. Castiel adorava Ben, assim como o garoto o adorava. Quando os dois estavam juntos, era difícil saber quem era a criança e quem era o adulto ali.

- Pode parar, Miguel! Eu sei o que você está pensando. - O menor fala, corando.
- Quando você está com ele, a gente também não sabe quem é a criança e quem é o adulto.

Miguel só pode fazer um gesto de "mea culpa" e oferece a bandeja a Castiel, que começa a comer com vontade. Após o irmão comer, Miguel ia recolhendo a bandeja, quando o irmão começa a tirar a roupa para poder tomar um banho. Ali naquele quarto, os dois sozinhos, Castiel não teve medo de liberar o seu verdadeiro cheiro, que não era um problema para Miguel. Ao contrário, o cheiro maravilhoso que o irmão exala nessa época lembra a Miguel um dia fresco de primavera, onde você pode até imaginar o sol lançando seus raios sobre a terra, depois de longas horas imersa em escuridão, os pássaros cantando, anunciando a rotina diária de mais um dia que nascia.

Na garagem, quando ele foi tirar Castiel do carro, ele puxou o terno do irmão com um pouco mais de força e apesar de ter sido insignificante, esse gesto liberou um pouco da verdadeira fragrância do ômega, que Miguel absorveu em êxtase. Mas como esse cheiro não afetava nem a ele e Gabriel, era um mistério. Tanto que eles eram os únicos alfas a poderem ficar perto dele sem serem consumidos pelo frenesi de satisfazer um ômega.

- Mi... Mi... guel... - chama o irmão, tirando o mais velho de seus pensamentos.

Meio confuso, Miguel leva apenas um segundo para perceber o que estava acontecendo. Aquela voz pastosa e arrastada...

- Ai minha santa protetora dos alfas! Cas! Rápido, vai tomar um banho! Eu já preparo tudo por aqui!

Dizendo isso, de um pulo Miguel corre escada abaixo para levar a bandeja na cozinha e pegar algumas coisas que Lisa já tinha deixado prontas de antemão. Não demorou dois minutos e Miguel estava de volta ao quarto carregando um balde e algumas toalhas. E não muito tempo depois, Castiel sai de dentro do banheiro vestindo apenas um short como o do irmão, porém esse é branco. Assim que ambos se encaram, Miguel percebe que tem pouco tempo, pois os antes olhos azuis-safiras brilhantes do irmão, estavam escurecidos, dando lugar a um azul-tempestade, repletos de desejo e alguém para aplacar a sua sede carnal.

Encontro de Almas GêmeasOnde histórias criam vida. Descubra agora