XVIII - Infinito Como o Céu e Profundo Como o Mar

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 O clima na cozinha ficou tenso. O silêncio que recaiu sobre aquele local só era cortado pelos sons das respirações e dos batimentos cardíacos das quatro pessoas ali presentes. Cada irmão encarava a marca do elo feita no outro. E cada um sentia um misto de sensações, que variavam da surpresa até o pânico.

Sam estava envergonhado e não conseguia encarar o irmão, Dean olhava para o pescoço do seu irmãozinho achando que era uma ilusão da sua cabeça cansada, Castiel que ainda estava de mãos dadas com o seu alfa loiro, estava sentindo medo da reação do irmão, mas ele estava pronto para lutar por Dean e com Dean. Já Miguel, sua face não demonstrava emoção alguma, apesar de ainda ter as mãos de Sam nas suas em um gesto protetor.

Quando o silêncio começou a ficar constrangedor, Miguel suspira e pede para os dois se sentarem a mesa. Apreensivos, Cas e Dean se juntam ao alfa-superior e Sam na mesa. Assim que os dois se acomodam nas cadeiras restantes, o mais velho começa a falar:

- Dean... Há mais ou menos vinte e quatro horas eu entreguei a você o meu bem mais precioso com a recomendação de cuidar e protegê-lo. - O alfa falava em um tom sério, que fez o loiro se encolher um pouco na cadeira. - E dentro dessas vinte e quatro horas, você já o marcou e o reivindicou?

- Hã... Miguel, eu... - O loiro foi interrompido por um aceno do moreno.

- Deixa eu terminar de falar, Dean. - O loiro engoliu em seco, mas deixou Miguel continuar. - Eu sempre o protegi com a minha própria vida, não que eu quero sufocá-lo com tanto cuidado, mas é meu dever de irmão ser assim, protetor.

As palavras de Miguel atingem Dean como se fossem facas afiadas em sua carne. O loiro se sentia como se tivesse violado o irmão do alfa de forma imperdoável. Ele sentiu lágrimas de medo aflorarem em seus olhos e já estava pronto para implorar perdão ao moreno e que não o separasse de Castiel, quando foi novamente silenciado pelo maior.

- Porém eu não posso te culpar, pois também faz pouco tempo que conheci a minha outra metade, seu irmão Sam, e também já o marquei como sendo só meu e de mais ninguém. - O moreno continua, mas agora sua voz está mais suave e tranquila. - E como sei que vocês também irão lutar com unhas e dentes pelo amor de vocês, eu não posso interferir no amor de ambos assim como eu não gostaria que ninguém interferisse no meu amor e do meu menino.

A reação dos outros três ali foi hilária. A confusão era nítida no rosto e no cheiro de cada um. O alfa estava bravo, ou estava fazendo apenas uma recomendação a eles? Miguel sorria internamente por poder provocar aquela sensação neles, nem que fosse apenas por implicância. Ele de fato não estava bravo, mas não perderia a chance de provocar seu irmão e seu companheiro.

- Bem, o que eu quero dizer a vocês é que eu dou a minha bênção a vocês nessa união e peço a sua na minha com Sam Dean. - Agora a voz de Miguel era brincalhona, o que relaxou a todos ali no recinto. E Dean confirmou que ele também dava a sua bênção, porém ele tinha que prometer fazer Sam feliz, promessa a qual Miguel disse que se sacrificaria qualquer coisa pela felicidade do jovem alfa.

O alfa sorriu e ia se dirigir até Sam, quando foi esmagado em um abraço coletivo iniciado por Castiel, seguido de Sam e por último Dean.

- Gente... eu pre-preciso... de... ar... - O moreno falava sufocado por tantos abraços de carinho nele.

Depois que ele estava livre e com uma baita dor nas costas, ele os convida a terminar de comerem com ele e Sam. Ouvindo o estômago de seu alfa roncar, Castiel ri do loiro indo pegar mais dois pratos para eles.

A noite foi passando com eles comendo a excelente comida de Miguel e conversando assuntos aleatórios, até que relutantemente chegou a hora de Dean e Sam partirem. Mas não sem antes cada um dar um beijo de despedida apaixonado em seus companheiros. Apesar de todos já estarem reinvidicados e marcados, ficou combinado que ambas duplas só morariam juntas quando a cerimônia de união fosse feita.

Encontro de Almas GêmeasOnde histórias criam vida. Descubra agora