Encontro de Almas Gêmeas

XXVII - Uma Sincera Promessa de Dean e os Planos de Crowley

- Pai... Eu... eu... estou com... mu-muito medo! Não... me abandone!

Não foram apenas o peso dessas palavras a atingir o coração dos mais velhos ali naquele quarto. A angústia, medo e o desespero que Derek em seu cheiro, eram exalados a níveis avassaladores, aqueles sentimentos negativos emanados atingindo a todos com tamanha violência, deixando-os temporariamente paralisados.

Quanto mais eles sentiam aquele cheiro acre vindo do filhote, a impotência de cada um crescia em ritmo acelerado. Impotência por não poderem fazer nada para apagar aquele maldito trauma que fora infligido ao filhote. E cada um demonstrava de uma forma diferente o sentimento de impotência que sentia: Castiel estava próximo a cama, de braços cruzados, com seus magníficos olhos azuis marejados pelas lágrimas de tristeza, Gabriel estava ao lado do irmão menor, com os braços ao redor de seus ombros, com o semblante fechado, tentando acalmar o irmão, porém igualmente quebrado. Sam ainda tinha o filhote agarrado a ele, acariciando os fios pretos do menor, tentando acalmá-lo, Miguel estava abraçado ao filhote, com Derek segurando um dos seus braços com força, enquanto fazia movimentos circulares com a outra nas costas do menor, com a intenção de fazê-lo relaxar.

Já Dean não conseguiu permanecer estático ao ver o sofrimento do menor e surpreende a todos quando dá um murro na parede, descontando toda a frustração que sentia ao ver o sofrimento do filhote nesse ato. Em seu rosto transparecia a fúria que sentia, apesar de uma lágrima teimosa e solitária, cair dos seus olhos para sua bochecha. O alfa loiro nem tampouco ligou quando sentiu o sangue brotar do ferimento que apareceu nos nós de seus dedos devido a pancada dada na parede.

Os únicos ruídos presentes ali naquele cômodo, eram os soluços aflitos do filhote, que pareciam facas afiadas entrando nas entranhas de cada um. Incomodado por se sentir tão impotente, Dean se aproxima da cama, subindo na mesma e se sentando em seus joelhos. Respirando fundo, ele se dirige ao filhote:

- Derek... Derek... - O alfa o chama suavemente. - Olha para mim, filhote.

Lentamente, Derek foi se desvencilhando do abraço de Sam e Miguel e se virou para Dean, ficando na mesma posição que o loiro se encontrava, porém de cabeça baixa e apertando nervosamente as mãos, tentando em vão controlat os tremores que seus soluços provocavam em seu corpo. Gentilmente, Dean coloca o polegar no queixo do filhote e após uma breve carícia naquele local, ele levanta o rosto do filhote, até as iris verdes de Derek ficarem frente-a-frente com as suas.

- Derek... Eu sei que dói, sei que você acha que irá sofrer isso novamente. - O loiro falava sem deixar de encarar o filhote, que se sentia hipnotizado pelo olhar do alfa tão semelhante ao de seu pai. - Mas não se preocupe, porque nada de mal irá acontecer novamente com você. Seu pai, Sam, seus tios e principalmente eu, não deixaremos que isso aconteça, tá? Quem quiser te ferir novamente, terá que passar por nós e eu garanto que quem tentar isso, sairá sem os dois pulmões, porque eu irei arrancá-los através de dentadas e dependendo do meu humor na hora, uns cinco ou dez dentes ficarão a menos na boca do malfeitor.

Ouvindo isso, o filhote deu um quase imperceptível sorriso, que suavizou um pouco a preocupação de Dean. E sem que ele esperasse, o filhote enlaça seu pescoço com força, enterrando seu rosto no peito do loiro e começa a chorar novamente:

- Eu... eu... se-sei... sei que nada vai... mais me-me acontecer, tio. - O menor diz entre soluços e com a voz abafada. - Mas... é... difícil controlar o... o... o... pâ-pânico que esses pesadelos me-me... dão.

Emocionado por ter sido chamado de tio em tão pouco tempo, Dean estreita ainda mais os braços ao redor do filhote e acariciando gentilmente seus cabelos, ele deixa o filhote desabafar seus medos, que vinham em forma de choro para ele. Sentindo o cheiro que exalava segurança de Dean, Derek foi se acalmando e seus soluços já não eram tão fortes como no início. Ele afrouxa um pouco o abraço ao redor de si e pergunta para Dean: