II - Uma Época Difícil, o Cio de Um Ômega

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     Contrastando com o magnífico céu azul que estava sobre Lawrence, no estado do Kansas, o imponente Edifício Star Light, com sua imponente estrutura espelhada, refletia os últimos raios do sol daquele fim de tarde.   
    
     Era sexta-feira, e a cidade já se preparava para o fim de semana, o que para muitos era uma oportunidade de descansar de uma possível semana ruim de trabalho, ou noites de diversão e bedeira para os mais jovens.   

     No útlimo andar daquele luxuoso prédio, sentado em frente a tela de um computador, está o presidente de uma das mais poderosas empresas de Lawrence. De pele morena clara, cabelos escuros revoltos e intensos olhos verdes claros, ele regia com punho de ferro os negócios da família que desde muito cedo ele precisou assumir.    

     Ele era Miguel Christian Novak, presidente da Corporação Novak Ltda e alfa-superior da família Novak. No seu meio de trabalho, Miguel era conhecido por ser implacável nos negócios, nunca dando chance de seu adversário revidar ou até mesmo de fazer o primeiro ataque. Ele sempre os desconcertava com seu semblante calmo e concentrado, e de um modo que ninguém sabe explicar, o seu cheiro nunca demonstrava seu estado de humor. Não que todos os seus adversários nos negócios sejam alfas como ele, visto que apenas uma pouca parcela dessa hierarquia se aventurava a viver em grandes metrópoles, mas os seus dois maiores rivais eram alfas: Naomi Kreuss e Matias Salazar. 
    
     Porém, os mais próximos dele sabiam que ele era implacável apenas com seus rivais, mas aqueles que de alguma forma estavam sob sua proteção, seja da família ou sendo seu empregado, ele era uma pessoa justa e bondosa. Todos os que trabalhavam ali com ele naquele prédio, eram sem excessão, leais a ele, o que o deixava com um tipo de senso de dever cumprido. 

     Agora, com sua família, clã ou matilha, como muitos autodenominam seus companheiros, ele era outra pessoa. Ele possuía mais dois irmãos, com a diferença de idade entre cada um de dois anos. Miguel era o mais velho, com vinte e oito anos, depois vinha o do meio, Gabriel, com vinte e seis e o caçula, mimado pelos dois, com vinte e quatro anos, era Castiel.   

     Gabriel, era loiro, com os cabelos um pouco abaixo das orelhas, com penetrantes olhos castanhos-amendoados e assim como Miguel era um alfa, não superior como o irmão, porém tinha as mesmas características tanto pra negócio quanto para a família. Ele vivia em Nova Iorque, cuidando de uma das filiais da empresa da família. Ainda não tinha encontrado a sua alma gêmea e estabelecido um elo. E tinha uma queda - queda? Melhor dizer um abismo - por doces. Sempre tinha um estoque de balas, chocolates e pirulitos em sua sala e em menor quantidade, em seus bolsos.
    
     Já Castiel, o caçula, era moreno, com os cabelos negros como a noite, revoltos como os do irmão mais velho e lindos olhos azuis-safiras, que pareciam a cor do mais profundo azul do oceano, ainda morava com o irmão mais velho e trabalhava com ele. Castiel tinha um apego muito grande por seu irmão mais velho, que sempre o defendeu de tudo e todos. Castiel fazia parte dos raríssimos homens, que pertenciam à classe ômega. Sendo assim, o seu cheiro sempre foi muito forte e atraía muitos alfas, mesmo ele estando à quilômetros de distância. E como era sabido que homens ômegas podiam engravidar e que os filhotes gerados por eles seriam bem mais fortes do que os gerados por uma ômega regular, muitos tentavam chegar até ele à qualquer custo, para forçar o elo com ele. Porém Miguel sempre o protegia, e por incrível que pareça, apesar de serem alfas, o cheiro de Castiel não atraía nem ele e nem Gabriel, nem mesmo quando Castiel entrava no período do cio, em que um ômega precisa de um alfa para se satisfazer sexualmente.    

     Sempre quando ele entrava nesse período do cio, um dos dois sempre ficava com ele, o ajudando a passar por esse momento, que era muito, mas muito mais intenso para os ômegas.

     Para poder andar livremente sem ser atacado, Castiel usava um perfume especial que imitava o cheiro de um beta regular, menos na época em que entrava no cio, época essa que o seu cheiro parecia ser multiplicado mil vezes. Castiel não se importava de ainda não ter encontrado sua alma gêmea, porque ele se sentia feliz com seus irmãos. Ele os amava mais que a si mesmo.
  
     Naquele fim de sexta-feira, Miguel terminava de por tudo em ordem antes de ter que se ausentar. Ele e Castiel iriam para a casa de campo que a família tinha na área rural de Lawrence, onde costumavam passar o período de cio de Castiel, que durava de quatro a cinco dias. E isso ocorria de cinco em cinco meses. Era desgastante, porém ele faria de tudo para proteger o seu caçula, a quem ele criou como um filho.    

Encontro de Almas GêmeasOnde histórias criam vida. Descubra agora