Encontro de Almas Gêmeas

L - E o Vencedor do Alpha Praedominantia é...

*** Algumas horas antes do início do Alpha Praedominantia ***

Gabriel andava de um lado para outro em seu escritório, a cabeça fervilhando para entender as informações que havia conseguido decodificar até aquele momento. Ele estava chupando seu terceiro pirulito seguido até aquele momento, tamanha era sua ansiedade.

As informações extraídas daquele conjunto de dados até então eram boas, mas ele tinha certeza de que as principais, as mais comprometedoras que ele estava procurando, ainda estavam naquele conjunto de dados que ainda não tinha conseguido acessar, devido a criptografia empregada naqueles arquivos digitais, que era de nível extremamente avançado.

O alfa viciado em doces sabia que estava correndo contra o tempo, pois o fatídico dia era hoje. Algumas horas mais tarde, é o desafio que envolvia sua família teria início.

O loiro estava se culpando mentalmente, pois ele se achou arrogante demais para fazer aquele trabalho sozinho, confiando apenas em suas habilidades, não tendo aceitado a ajuda de ninguém.

Se ele soubesse que ia ser mais complicado do que estava esperando, o alfa loiro teria trazido Charlie para ajudá-lo, já que a ruiva se mostrou ser muito habilidosa na arte de "obtenção de informações digitais", vulgo, hackeamento.

Mas agora, não dava tempo para isso é ele precisava achar uma solução imediata e rápida. Ele para aquela "caminhada" ao perceber que não estava mais sozinho na sala, pois seu tio Balthazar tinha acabado de passar pela porta de seu escritório.

- Gabriel, como andam as coisas com aqueles arquivos? – O beta idoso pergunta. – Mais alguma novidade?

- Não, nenhuma tio. – O alfa se senta frustrado. – Eu devia ter trazido a Charlie para me ajudar, mas agora não temos tempo para isso.

- Hum.. entendo. - Balthazar responde. - Mas não se culpe, meu sobrinho. Não tinha como saber que esses arquivos teriam um nível de segurança tão alto. Creio que nem Arthur Ketch não sabia disso quando conseguiu eles para nós.

- Eu até tentei tio, mas sinto que fui arrogante demais em confiar em minhas habilidades e conhecimento. - Gabriel responde. - E agora estamos empacados. Charlie está em Lawrence, Nick está no Canadá. Não conheço mais nenhum hacker habilidoso para chamar agora.

- Eu conheço um, Gabriel. – Balthazar surpreende o sobrinho com aquela informação. – Ele é sobrinho do Nick e pelo que ele me contou na nossa noite de sex... quer dizer, na nossa noite de dominó, o garoto é tão talentoso quanto ele.

- Sério tio? – Gabriel resolve guardar a quase gafe do tio para azucriná-lo depois. – Precisamos chamá-lo e agora!

- Já me antecipei quanto a isso e ele vai chegar aqui em alguns minutos. – O beta diz, olhando no relógio. - Ele não deve demorar.

Mal o mais velho diz isso, a secretaria de Gabriel interfone dizendo que tem um rapaz ali o procurando.

- É ele, tio! – O loiro diz animado, respondendo logo em seguida ao telefone. – Pode mandar ele entrar. E cancele todos os meus compromissos agendados de hoje para a semana que vem e se alguém que não for da minha família me procurar ou ao tio Balthazar, informe que não estamos disponíveis hoje.

- Sim, senhor Novak. - A secretária responde, desligando o interfone.

Dois segundos depois dessa chamada, leves batidas a porta são ouvidas. Com um "entre" pronunciado por Gabriel, a porta é aberta e por ela passa um rapaz moreno, com cabelos castanhos bagunçados, os olhos azuis claros brilhantes e curiosos e com uma barba no estilo mal feita e não aparentava ter mais do que dezoito anos.