Março de 1820 — Grécia — Ilha de Sifnos
Acordei cedo, me vesti e fiz uma trança nos cabelos. Pensar sobre o jantar de ontem à noite na companhia de Dimitri me dava um friozinho gostoso na barriga. Peguei a calça e a camisa que ele tinha me emprestado para devolver para ele.
Fui à cabine do capitão, o ar estava um pouco gelado, àquela hora já tinha movimento de pessoas com um silêncio reconfortante e cheiro de sal, brisa do mar no ar. Cheguei à cabine e bati, Dimitri abriu e me deu um sorriso.
— Kaliméra, Koúkla mou. — disse ele pegando minha mão e dando um beijo.
Eu lhe dei um beijo no rosto. Como ele era lindo e charmoso pela manhã... com seus cabelos loiros presos em um coque e a barba rala por fazer que ele vira e mexe passava a mão.
— Kaliméra agapité mou (bom dia meu querido). — falei dando-lhe um sorriso.
Ele me devolveu um sorriso enorme. Ele tinha dentes perfeitos e uma boca bem convidativa. Entrei na sala, ele fechou a porta.
— Você sabe o que significa o que você acabou de dizer?
— Sei, sim, meu querido. Antes de vir para a Grécia, eu tinha comprado um dicionário do inglês para o grego e decorei uma palavra ou outra.
— Uma turista preparada.
— Preparada para quase tudo. Um imprevisto como esse de voltar no tempo nunca tinha nem me passado pela cabeça.
— Nem pela minha. E você, dormiu bem?
— Dormi sim, e você?
— Dormi bem também.
— Obrigada por ter me emprestado suas roupas, só não lavei para te devolver. — falei lhe dando as roupas.
— Imagina Moça, quando precisar é só pegar. — disse ele gentil. — Éla, que vou verificar como está o corte em seu braço.
Eu me sentei na cadeira e ele tirou a faixa que cobria o meu ferimento. Os pontos estavam bem firmes e a pele estava cicatrizando. Ele limpou o pouco de sangue que ainda tinha e enfaixou novamente com um tecido limpo.
— Muito obrigada.
— Você precisa de alguma ajuda para começar suas atividades?
— Eu só vou afastar a mesinha para eu fazer os exercícios em cima do tapete.
— Pode deixar que eu afasto — disse ele indo em direção à mesinha e a colocando no canto. Pronto, fique à vontade. — disse ele indo para sua mesa cheia de papéis.
Tirei os sapatos, me posicionei no centro do tapete e comecei a me alongar. Depois comecei a fazer umas posições de yoga, a saia que eu estava usando me limitava um pouco os movimentos, tive que prender suas pontas na minha cintura ficando com as pernas à mostra, mas mesmo assim estava me incomodando.
— Koúkla, vou ter que sair para resolver umas coisas, fique à vontade. Vou fechar a porta — disse ele me olhando.
— Está bem.
Ele saiu, e aquela saia começou a ser um grande empecilho para mim, na verdade aquela roupa não era nem um pouco confortável. Já estava suando.
Tirei a camisa e a saia e fiquei só com a camisola branca curta de dormir com um short que eu usava por baixo. Estava me sentindo bem melhor agora. Pratiquei yoga e, no último exercício, eu plantei bananeira com as pernas retas para cima e a cabeça apoiada no chão, junto com os braços.
Ouvi o barulho de alguém mexendo na porta e vi Dimitri entrando, comecei a me desequilibrar, ele viu e veio correndo segurar minhas pernas.
— Me desculpe se te assustei, Koúkla. Não foi a minha intenção.
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Koúkla Mou - Livro 1 - A Viagem dos Meus Sonhos
RomanceUm romance envolvente e cheio de aventuras em uma época de perigos e guerras, na qual ser mulher nunca foi tão terrível. Um dos grandes desejos ocultos do coração de Agnes Montgomery, se realizou. E ela encontra literalmente um Deus grego! ...