6. Fazenda dos Karantinys

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Março de 1820 — Grécia — Santorini

Chegamos à fazenda dos Karantinys, os cachorros começaram a latir anunciando a nossa chegada. Duas mulheres saíram de dentro da casa e se debruçaram sobre o muro da varanda para ver quem eram os visitantes. E pela empolgação delas, a visita era das boas, porque tiraram o avental e começaram a se arrumar. Depois saiu de dentro da casa um casal de idosos segurando a mão de uma criança. A casa era grande com dois andares toda feita de pedra e madeira, da chaminé estava saindo muita fumaça, minha barriga roncou, deveria ser a hora do almoço. Como eu estava sem celular, ficava perdida com o horário.

Paramos em frente à casa e um rapaz veio pegar os cavalos, Dimitri desceu de Léke e depois me ajudou a descer de Mávro.

— Nossa, estou com meu corpo todo doendo. — comentei me esticando.

Minhas costas e meu traseiro doíam de cavalgar, como um carro fazia falta naquele lugar.

— Você ainda vai se acostumar, moça.

Depois fomos em direção à varanda, onde a família nos esperava.

— Como vai, senhor Stravos? — perguntou Dimitri ao velho senhor de rosto bondoso.

Eles se abraçaram.

— Estou muito bem, filho, que bom que você veio. Estou precisando muito da sua ajuda aqui na fazenda. Fiquei sabendo que você acabou de atracar com o navio.

— Sim, tivemos um atraso com um dos nossos fornecedores, por isso demorei em vir. — explicou ele. Depois se virou para a senhora. — Como vai, dona Maria? — perguntou beijando a mão dela, depois lhe deu um abraço carinhoso.

— Muito bem, meu filho, mas estou achando que você está bem magrinho para o meu gosto. — respondeu ela preocupada.

Dimitri lhe deu um sorriso. Dona Maria parecia ser uma senhora muito amável. Ela era rechonchuda e acolhedora, com as bochechas bem vermelhas. Depois ele foi cumprimentar as garotas.

— Senhorita Eleni, Senhorita Elina. — disse ele dando um beijo na mão de cada uma delas.

Eleni tinha os cabelos negros e olhos castanhos, com as bochechas vermelhas, era plus size com a estatura baixa. Ficou toda tímida quando Dimitri se dirigiu a ela, mas sua irmã ficou olhando fixamente para ele e mordendo os lábios enquanto ele beijava sua mão.

Elina era bem parecida com a irmã, as duas tinham puxado a mãe. Deveriam ter seus 27, 28 anos de idade, e não paravam de olhar para Dimitri com olhar de interesse e cheias de risinhos.

— Como você cresceu, pequeno Stravos. — disse Dimitri pegando o menino no colo e o jogando para cima.

O pequeno caiu na gargalhada, ele deveria ter uns seis anos de idade, era um menino muito bonito de cabelos negros e olhos castanhos. Tinha a carinha de ser terrível. Dimitri o colocou no chão e se virou para mim e me apresentou a todos.

— Prazer em conhecê-los. — falei sorrindo.

Notei que me olharam de cima a baixo, talvez minhas roupas não fossem adequadas. Estava vestida com as roupas de Dimitri e creio que eles perceberam isso.

— O prazer é todo nosso, Senhorita Montgomery. Por favor, vamos entrar, fiquem à vontade. — falou o senhor Stravos.

Éla, éla, vamos entrar para conversarmos melhor. — falou dona Maria nos conduzindo para dentro da casa.

Entramos e fomos seguindo a família até a sala, o cômodo era bem simples com alguns quadros pendurados nas paredes, velas espalhadas pela casa, tinha cheiro de cera e comida. Era uma casa muito acolhedora. Os móveis eram bem gastos, tinha dois sofás, poltronas e uma estante com alguns livros e objetos. Eles não tinham televisão, assim como também não tinham energia elétrica. Não acredito que naquele tempo ainda não tinham inventado a eletricidade! Meu coração disparou, não acredito que vou ficar sem assistir a Game of Thrones!

Koúkla Mou - Livro 1 - A Viagem dos Meus SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora