18. Cidade de Menidi

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Abril de 1820 — Grécia — Menidi

Acordei cedo e bem disposta. O dia tinha começado a clarear e já dava para ouvir os cantos de várias espécies de pássaros. Levantei-me, olhei para as barracas para ver se alguém já tinha acordado, mas todos continuavam dormindo. Sem fazer barulho, peguei uma toalha e fui para o lago para me refrescar. Pensar no beijo de Dimitri me dava um friozinho gostoso na barriga.

Desci em direção ao lago, o barulho de água corrente era tranquilizador misturado ao cheiro de mato. Atravessei as rochas para ter mais privacidade, caso alguém chegasse eu veria. Despi minhas roupas ficando só de sutiã e calcinha, que não era bem uma calcinha, era quase um shortinho de seda, e fui entrando naquela água gelada e cristalina. A água era tão transparente que dava para ver o fundo cheio de pedras, peixes e rochas. Era magnífico, uma paisagem de tirar o fôlego, que lugar lindo. Comecei a nadar para movimentar o corpo e me aquecer, porque meus dentes estavam batendo e meu corpo tremia de frio. Parei de nadar e fiquei flutuando, sentindo o calor do sol me aquecendo e ouvindo o canto dos pássaros. Estava me sentindo em paz e em harmonia, e o dia estava lindo, contribuindo com sua beleza. De repente, ouvi o barulho de algo caindo dentro da água. Endireitei-me assustada ficando só com o pescoço visível para fora da água. Olhei para as rochas e vi Dimitri em pé segurando umas pedrinhas nas mãos, ele estava com a camisa aberta mostrando seu peito forte, os cabelos dourados soltos e um sorrisinho no rosto. Como ele podia ser tão sexy?

Kaliméra, Koúkla mou, dormiu bem?

Kaliméra, baby. Dormi muito bem e você?

— Muito bem também. Eu estava te procurando. Acordei e não te vi na sua barraca e nem no acampamento, fiquei preocupado. — disse ele me repreendendo.

— Foi mal, mas eu não queria acordá-los. E eu estava com vontade de entrar no lago para me refrescar.

— E a água, está muito fria?

— Só entrando para saber! — respondi atrevida e louca de vontade de que ele entrasse.

Dimitri me deu um sorrisinho de lado e começou a tirar a camisa, as botas e as meias. Tirou a calça marrom que vestia e ficou só com a roupa de baixo, uma calça branca de tecido fino que marcava bem o seu sexo. Ele pulou na água e começou a vir em minha direção, meu coração já estava acelerado e eu adoraria relembrar o beijo de ontem, se ele quisesse também. Deveria ser a carência de uma boa companhia que estava me deixando com a libido à flor da pele. Tive que dar um mergulho para me livrar daqueles pensamentos sobre sexo, porque eu estava começando a ficar excitada.

Quando levantei a cabeça da água, não o vi mais, virei e olhei para os lados e nada.

— Ah! — dei um grito. Alguma coisa agarrou meu tornozelo. — Que susto!

— Cadê o restante da sua roupa, Koúkla? Achei que você estava de camisola. — disse ele surpreso.

Virei-me e fiquei de frente para ele com o corpo todo submerso, estávamos bem próximos um do outro.

— Bom, eu não ia molhar minhas roupas.

— Por que você não me falou? — disse ele passando as mãos nos cabelos colocando-os para trás.

— Porque para mim é natural usar esse tipo de roupa para nadar.

— Natural? — perguntou enrugando a testa e achando aquilo muito estranho.

— Sim, normal no meu tempo, chamamos de biquíni, só o tecido que é mais resistente, bonito, cheio de cores e modelos diferentes.

— Você usa esse biquíni em público?

Koúkla Mou - Livro 1 - A Viagem dos Meus SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora