Abril de 1820 — Grécia — Menidi
Quando acordei, já havia escurecido e tinha umas velas acesas iluminando o quarto. Levantei-me da cama e resolvi me arrumar, coloquei uma saia creme um pouco rodada e uma camiseta branca. Prendi meu cinto marrom com minha adaga. Passei um pouco de perfume no pescoço e esfreguei um pouco nos meus pulsos. Tinha o cheiro refrescante de banho tomado, era bem gostoso. Passei um batom vermelho e arrumei os cabelos, que estavam supercacheados, joguei-os para o lado e saí do meu quarto.
Passei no quarto de Dimitri, e ele não estava, desci as escadas e notei que o bar estava bem cheio e barulhento com pessoas comendo, rindo, cantando junto com o músico, que tocava bouzouki. Procurei um lugar para me sentar e vi um dos bancos do balcão do bar vago, passei por várias pessoas, algumas já altas por causa da bebida, e sentei-me.
— Posso te pagar uma bebida, senhorita? — perguntou aquela voz conhecida que fazia meu coração bater mais forte.
Virei-me para ele.
— Claro, por favor — respondi, sorrindo para Dimitri, que se sentou ao meu lado.
Ele estava com os cabelos soltos, vestido com uma camiseta azul-marinho com os primeiros botões abertos, revelando um pouco do peito. E seus olhos estavam com o azul mais vivo, a barba estava por fazer deixando-o de um jeito sexy e misterioso. O que era aquilo! Como eu queria arrumar alguma desculpa para tocar nele todinho... Ele chegou mais próximo de mim.
— Você está linda, Koúkla mou — falou ele me olhando fascinado.
Pegou minhas mãos e as beijou, eu dei um sorriso. Suas mãos eram tão quentes e acolhedoras.
— Obrigada, e você está um gato — falei lhe dando um beijo no rosto.
— Que bom que você gostou. Fiquei sabendo que você voltou cedo das compras e depois ficou em seu quarto, está tudo bem? — perguntou.
— Estou bem, só estava descansando. Então o rapaz que você colocou para me seguir te passou o relatório completo do meu dia?! — perguntei irônica.
Dimitri pediu umas bebidas para o garçom.
— Eu só estou te mantendo segura e longe de confusão — disse ele como se não fosse nada demais.
— Como se eu atraísse esse tipo de coisa propositalmente — falei achando graça.
As bebidas chegaram, brindamos e tomamos um gole. Era vinho e estava bem saboroso.
— Quando acordei, as velas do meu quarto estavam acesas e eu aposto que foi você — falei.
— Você me viu?! Desculpe minha ousadia, mas eu tinha que confirmar se você estava mesmo dentro do quarto — disse se justificando. — E você estava dormindo profundamente de toalha.
— Eu adoro dormir enrolada na toalha úmida — comentei.
— Mais uma coisa que eu sei sobre você agora — disse ele dando um gole na bebida.
— Vocês conseguiram comprar tudo de que precisavam?
— A maioria das coisas sim, o que faltou encomendamos para pegar amanhã na parte da tarde. Você gosta de cerveja? — perguntou ele curioso.
— Gosto, mais prefiro uma bebida forte com gosto doce.
Aquela era a primeira vez que estávamos bebendo juntos em um bar. Dimitri pediu mais bebidas ao garçom, e ele nos trouxe umas bebidas coloridas em copos de dose. Ele me ofereceu um dos copos, peguei e tomei um gole, que desceu queimando minha garganta e tinha o sabor de laranja com cachaça. Tentei não fazer careta, mas era mais forte que eu, ele riu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Koúkla Mou - Livro 1 - A Viagem dos Meus Sonhos
RomansaUm romance envolvente e cheio de aventuras em uma época de perigos e guerras, na qual ser mulher nunca foi tão terrível. Um dos grandes desejos ocultos do coração de Agnes Montgomery, se realizou. E ela encontra literalmente um Deus grego! ...