Abril de 1820 — Grécia — Karpenissi
Eu estava sentada no balcão do bar tomando uma cerveja e Dimitri se encostou em mim. Ele estava com o olhar baixo de bêbado e sorrindo, com os cabelos soltos jogados para o lado e a camisa aberta, parecia que fazia aquilo só para me provocar.
— Sabe o que falta para esta noite ser uma das melhores, Koúkla? — perguntou ele com segundas intenções no olhar.
Ele veio e se encaixou entre minhas pernas, de frente para mim, me olhando. Meu coração estava disparado, me sentia um pouco nervosa e ansiosa, fiquei olhando-o nos olhos, ele colocou as mãos em minha cintura me puxando para mais perto de seu corpo. Eu pude sentir sua ereção dura me deixando muito excitada. Ele sabia me provocar, e fazia isso muito bem. Coloquei minhas mãos em seu rosto mostrando que eu o queria, ele passou a língua entre os lábios os umedecendo e aproximou a boca da minha lentamente. Seus lábios estavam quentes, assim como sua língua, que se misturava à minha me levando à loucura.
Acordei flutuando, ainda com a lembrança daquele sonho tão vívido e real. Levei meus dedos aos lábios, para ver se dava para sentir o gosto do seu beijo. Sentei-me na cama e minha cabeça começou a pulsar. Eu estava de ressaca. Olhei para a cama ao lado esperando vê-lo, mas ele não estava ali. Essas coisas de honra e reputação era tão bonito e irritante ao mesmo tempo.
Fiquei me lembrando da noite passada e pensando em Dimitri e nas várias chances que ele teve de me beijar, mas não o fez. Isso só me deixava com mais vontade de beijá-lo, estava até sonhando com isso.
Meu quarto cheirava a álcool e meus cabelos, a tabaco. Levantei-me da cama e joguei água em meu rosto para despertar. Troquei de roupa, arrumei os cabelos e passei um pouquinho de perfume para disfarçar o cheiro de ontem à noite. Estava louca de vontade de tomar um banho quentinho, mas não sabia se ia rolar. Saí do meu quarto e fui para o quarto ao lado ver se Dimitri já tinha acordado, eu não sabia que horas eram e ficar sem celular era difícil. Cheguei à porta do quarto e a porta estava entreaberta.
— O que aconteceu entre vocês ontem, primo? Vocês se beijaram? Rolou alguma coisa? — ficou perguntando Alekos curioso.
Fiquei paralisada e me escondi atrás da porta com o coração acelerado. Já estava virando um hábito eu ficar ouvindo a conversa deles escondido.
— Não! — respondeu Dimitri.
— Não acredito que você não a beijou! Como pode, primo? Dá para perceber o quanto vocês estão a fim um do outro!
— Ah, primo, é complicado! — respondeu Dimitri com a voz cansada. — Desde que ela apareceu em minha vida, meus dias e minhas prioridades mudaram completamente! Ela não é mulher para um caso! Um beijo só! Uma noite só!
— Nossa! Nunca tinha visto você falar assim de uma mulher antes. — falou Alekos surpreso. — O que você está esperando para ficar com ela?
— Você sabe que não é fácil assim! Tem tantas coisas que nos impedem de ficar juntos...
Ouvi alguém se aproximando e desci as escadas com a cabeça pulsando com tudo que eu tinha acabado de ouvir. Saí da pensão meio atordoada e fui andando pelas ruas vendo as lojas se abrindo e pensando no que Dimitri tinha dito. Saber que ele gostava de mim me deixava feliz e com os meus sentimentos confusos. Eu gostava muito dele e o queria, é claro, mas eu não pertencia àquele lugar e tinha esperança de voltar para o meu tempo e minha casa, minhas coisas.
Parei em frente à loja da dona Giannes, a vitrine tinha sido trocada e estava com uma nova exposição de roupas.
— Kálimera, Koúkla mou, dormiu bem? — perguntou aquela voz conhecida que fazia meu coração disparar.
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Koúkla Mou - Livro 1 - A Viagem dos Meus Sonhos
RomanceUm romance envolvente e cheio de aventuras em uma época de perigos e guerras, na qual ser mulher nunca foi tão terrível. Um dos grandes desejos ocultos do coração de Agnes Montgomery, se realizou. E ela encontra literalmente um Deus grego! ...