Capítulo 6 - A Farsa

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Lili

Nova Iorque, Nova Iorque

Acordei e percebi que estava sozinha. Havia sentido Cole se levantar cedo, mas acreditei que voltaria para a cama. Não foi o caso.

Pensei um pouco na noite anterior. Ele me fez gozar como nenhum outro na vida. Aliás, nenhum outro homem se importou em fazer isso por mim, me fazer ter um orgasmo antes dele. Foi incrível. Mas também notei que ele quis fazer o método do coito interrompido, ou seja, queria transar, mas não queria me engravidar. Idiota! Só vai atrasar mais o inevitável.

Me levantei, indo até o banheiro tomar um banho e escovar os dentes. Logo após, segui para as escadas e as desci, indo em direção à cozinha. Meu marido estava lá.

"Bom dia! Dormiu bem?" Ele perguntou bem-humorado.

Se eu dormi bem? Eu capotei após a noite de ontem. Toda aquela atividade sexual me deixou exausta o suficiente para nem notar quando adormeci.

"Muito bem, e você?" Sorri e me aproximei, tocando-o nos ombros, mantendo meu personagem apaixonado.

"Bem até demais" selou nossos lábios rapidamente "eu sabia que se a gente aproveitasse essa situação direito, iria fazer tudo ser mais fácil" ele comentou.

Mais fácil não. Mais suportável.

Eu apenas sorri e concordei com a cabeça e o abracei amorosamente.

Tomamos café (que ele preparou para nós) em perfeita sintonia e cada um seguiu seu caminho. Ele para o estúdio fotográfico (de onde escapava para vigiar o Mills) e eu para meu outro caso.

Chad estava estressado hoje. E descontou tudo em mim.

Descobri nessa manhã que ele tem um fetiche absurdo por bater. Dores que deveriam ser prazerosas, mas que para mim só causavam repulsa. O que aconteceu há cinco anos ainda estava fresco em minha memória.

Saí de nosso encontro diário completamente dolorida. Além de me foder com toda força que tinha, ainda me deixou com as costelas roxas. Doía para respirar.

Mas segui com meus planos para o almoço que, diferente do normal, não se resumiam a prestar atenção nos movimentos da Madelaine, e sim em ir me encontrar com uma velha amiga.

Camila me esperava com seu belo garoto de dois anos numa cadeira específica para crianças comerem.

"Lili há quanto tempo!" Exasperou com um gritinho fino enquanto se levantou para me abraçar.

"Estava com saudades. Cadê o Charles?" Perguntei ainda a abraçando.

"Está preso em um caso, sabe como é. Mas vem, senta. Me conta como estão as coisas"

"Está tudo bem. Como sabe, estou numa missão com o Cole, temos que ser uma família americana perfeita" comentei.

"Eu e o Charles começamos assim. Precisamos nos fingir de marido e mulher e hoje estamos juntos de verdade. Acho que a gente se apaixonou um pouco pelo outro todos os dias. E o bebê só nos aproximou ainda mais"

"Você e Charles seriam perfeitos para essa missão..." Comentei casualmente.

"Seríamos se eu não fosse latina e ele asiático. Somos a escória desse país que odeia imigrantes"

Suspirei pesadamente. Odeio essas pessoas preconceituosas.

"Me diz, como está sendo ser mãe? Eu e o Cole estamos tentando"

DOLLHOUSE - SprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora