Lili
Ele estava bem na minha frente.
O homem que juntamente com George me treinou.
Mas diferente de meu outro mestre, esse me tocou onde não devia.
Ele abusou de mim de todas as formas. Física, psicológica, material e sexual.
Ele me estuprava sempre que eu caia ao chão para, nas palavras dele, me mostrar o que fariam comigo caso eu caísse em alguma missão, para eu ir me acostumando.
Eu fiquei imóvel. O trauma tem esse poder sobre nós.
O idiota ainda fez piada sobre tudo o que aconteceu.
Não, não era culpa minha. Nunca foi. O único culpado era ele. Ele me quebrou. Ele me fez quem eu sou hoje. Ele sabia das minhas motivações para seguir essa vida e se aproveitou disso.
Mas ele não respirava mais agora.
Quem venceu, idiota?
Eu estava sozinha em casa agora. Sentada na escada chorando e abraçando a mim mesma enquanto Cole ia se livrar do corpo dele.
Algum tempo depois eu senti braços me envolvendo.
"Eu estou aqui agora, querida. Ele não pode te machucar" Cole disse.
Sua voz era suave e acolhedora.
Eu não lhe disse nada sobre minha história com o homem que ele acabara de matar, mas ele também não insistiu, respeitou minha dor.
Cole me carregou em seus braços para o nosso quarto, mas só notei isso ao sentir uma superfície macia em minhas costas.
Imediatamente eu virei, ficando deitada de lado, dando as costas ao meu marido. Ele já havia visto o suficiente de minha fraqueza. Eu deveria demonstrar força.
Mas eu chorei mais. Chorei porque essa dor me lembrava uma dor ainda maior, dor essa que eu contava nos dedos de uma mão a quantidade de pessoas que sabiam sobre ela. Essa dor que me move e me faz estar aqui hoje.
Está acabando, meu amor.
Pensei que Cole havia saído, mas percebi que estava errada no momento em que senti seus braços mais uma vez ao meu redor, fazendo a famosa posição de conchinha.
Assim eu dormi: chorando nos braços de meu marido de mentira enquanto o mesmo cheirava meus cabelos e sussurrava palavras de acalento.
Acordei sentindo um beijo no rosto. Abri os olhos com dificuldade, já que os mesmos ardiam bastante devido a quantidade de choro do dia anterior.
"Você precisa acordar, querida. Precisa se alimentar" Cole falou e em seguida ergueu uma bandeja cheia de comida.
Me ergui e sentei na cama, após isso meu marido pôs a bandeja sobre meu colo. Nela haviam duas torradas, um copo de suco de abacaxi, geleias e waffles.
"Você vai comer comigo?" questionei com minha voz fanha por causa do excesso de choro.
"Na verdade eu estou atrasado para o meu 'trabalho'" fez aspas com os dedos.
Olhei rapidamente para o relógio na mesa de cabeceira. Eu também estava atrasada para caralho!
Fiz que ia me levantar rápido, mas Cole me segurou.
"Você fica. Não está em condições de ir ver aquele cara"
"Eu preciso ir" argumentei "pela última vez"
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DOLLHOUSE - Sprousehart
RomanceLili Reinhart e Cole Sprouse são completos estranhos. Mas há algo que os une: seu trabalho. Ambos são espiões de uma sociedade secreta que atua em todo o continente americano no intuito de desmascarar ações criminosas que saem de dentro da polícia...