Capítulo 15 - O Amor

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Cole

A gente fez amor a noite inteira.

Quer dizer, fizemos sexo a noite inteira, porque ela não me ama. Não que eu a ame...

Apesar de toda sua dureza e frieza desde o momento em que nos conhecemos, ela prendeu minha atenção. Talvez por sua beleza, ou pela inteligência e destreza. Não sei. Mas ao conviver com ela, mesmo em meio a toda encenação, eu a admirei. E então soube sua verdadeira história e, bem, ela me conquistou. Pela força, garra, por não desistir, por não estar nessa vida por puro capricho, mas por necessidade.

Eu me vi querendo protege-la mais do que algum dia quis proteger alguém.

Em outra vida, ela seria minha, eu criaria Matt com ela e também nosso filho que estar por vir.

Mas a realidade é mais dura do que o normal conosco.

Estou aqui, com ela em meus braços, deitados em nossa cama de mentira, numa casa que não é nossa, num casamento falso.

Mas eu queria que tudo fosse de verdade.

"Lili" a chamei e ela resmungou contra meu peito nu "você vai terminar seus estudos"

Ela se levantou para me olhar "O que? De onde isso veio?"

"Eu quero que você termine o ensino médio, pode ser com aulas online, e depois decide se quer fazer uma faculdade ou não"

"Por que está me dizendo isso?"

"Porque sua vida foi interrompida e quero que você recomece de onde parou" expliquei.

"É impossível, sabe? Eu tenho um filho" ela se interrompeu "dois filhos para criar sozinha, não tem como recomeçar de onde parei, não posso ser uma adolescente"

"Não posso devolver sua idade, te dar uma festa de dezesseis anos igual as meninas comuns desse país, mas pelo menos os estudos eu faço questão" falei.

"E posso saber por que faz tanta questão?"

A olhei nos olhos com a mais profunda sinceridade que consegui "porque você precisa ser independente. Independente do Hempson, do Luke, do pai do Matt caso o encontre e até de mim" suspirei "não vai conseguir um emprego sem pelo menos o ensino médio completo"

Ela se ajeitou melhor na cama e se deitou de costas para mim. A abracei por trás fazendo uma conchinha.

Lili pegou minhas mãos e colocou em sua barriga.

"Mesmo não dependendo de você, porque eu não vou depender de ninguém, nós vamos precisar te ter por perto, sabe?"

Podia ouvir que sua voz estava embargada.

"Lili, não faz isso. Não torne mais difícil para mim" pedi.

Ela se virou abruptamente de frente para mim.

"O que é tão difícil? Depois que isso tudo acabar a gente vai estar livre e poderemos pelo menos compartilhar um filho, não é uma coisa de outro mundo"

Me segurei para não gritar, ela não entendia.

"Não é tão simples assim. O que eu estou fazendo aqui de ter que fingir que sou outra pessoa e passar meses longe de casa é o que eu faço para viver!" suspirei alto "Sabe há quanto tempo eu não vou na minha casa? Eu nem lembro a cor da fachada!"

Pude ouvir uma risada saindo dela.

Sério? Ela está rindo?

"Você está rindo de mim?" perguntei, chocado.

DOLLHOUSE - SprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora