Capítulo 11 - A Culpa

138 16 3
                                    

Cole

Eu poderia facilmente inventar qualquer desculpa. Dizer que estava trabalhando demais ou que tive uma missão que precisava completar. Poderia dizer que resolvi ir jogar futebol com alguns amigos... qualquer coisa.

Mas eu sabia que se tratando de Lili, ela descobriria a verdade.

Então decidi que quando chegasse em casa, falaria para ela o motivo do meu atraso para chegar em nossa residência. O motivo foi ela, a Nancy.

Lili ainda estava dormindo quando meu celular tocou com um número desconhecido. Atendi porque podia ser assunto de trabalho. Mas não era, era ela.

"Cole?" ouvi sua voz que eu não esqueceria mesmo se tivesse se passado cem anos "é você?"

"Nancy?" respondi sem esconder a emoção em minha voz.

"Sou eu, meu amor" ela parecia emocionada também.

Me ergui na cama e decidi sair do quarto para que não houvesse chance de Lili ouvir. Desci as escadas e, ao chegar na cozinha, continuei a conversa de lá.

"Nancy, sua missão acabou?"

"Infelizmente não, mas viemos aos Estados Unidos com a desculpa de visitar a família" ela começou "estava com saudades"

"Eu também, meu amor" senti uma lágrima.

"Só estarei em Nova Iorque hoje, será que podemos nos ver?"

Ponderei. Lili não estava bem, eu não poderia deixa-la.

Por outro lado, ela era forte pra caramba, vai sobreviver. E eu não sei se terei outra oportunidade de me encontrar com a Nancy.

"Claro, qual o melhor horário para você?"

"Depois do almoço até umas sete da noite. Está disponível nesse horário?"

Passava do meu horário fora de casa, mas eu não podia perder essa chance.

Eu estava cego de saudades, não enxergava nada em minha frente a não ser a esperança de vê-la novamente.

Nesse momento me esqueci de Lili, dos Mills, do Hempson, da missão, de tudo. Só eu e Nancy estávamos na equação.

"Está ótimo" falei com um sorriso no rosto e lágrimas caindo em minha face.

Ela me avisou que precisava desligar e me passou um endereço por mensagem. Limpei meu rosto com água da pia da cozinha e decidi fazer um café da manhã para Lili.

Recompensá-la adiantado pelo que farei a tarde.

Levei uma comida leve para ela na cama, a acordei gentilmente. Agora foi Nancy que desapareceu da minha mente. A cara amaçada de Lili era a coisa mais linda que já tinha visto.

Ela não vai precisar me perdoar se nunca descobrir.

Pensando nisso, disse a ela que teria que resolver alguns problemas, ela não questionou.

A deixei em casa com a promessa de que permaneceria lá.

Pela manhã corri de um lado para o outro atrás do Mills. Consegui algo interessante: o vi com uma russa que trabalha na embaixada de seu país, aqui mesmo em Nova Iorque. Então me veio a questão: ele é o agente duplo ou ela?

A hora do almoço chegou e com ela a ansiedade de me reencontrar com a responsável por eu ter entrado aqui, nessa vida.

Fui até o endereço que me passou, um restaurante comum. Mas ao chegar lá e dizer seu nome, fui encaminhado para uma ala afastada das demais, bastante reservada.

DOLLHOUSE - SprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora