Capítulo 16 - A Criança

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NOTA DA AUTORA: Oiii, esse capítulo é maior que o normal, se passam vários períodos de tempo e tem bastante informação. Lembrem-se que aqui é o ponto de vista da Lili, ela enxerga da maneira dela, mas nem sempre é tudo como ela vê. Essa história terá 20 capítulos. Ou seja, estamos quase lá. Aproveitem!

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Lili

Eu não sabia nem um pouco como reagir a isso.

A última vez que um homem disse que me amava, ele me abandonou grávida e na sarjeta.

Este homem em questão agora também me engravidou – contra sua vontade – e já havia me avisado que iria me deixar.

É assim que o amor é? Te ergue em um pedestal de felicidade e então te joga no duro chão do abandono?

Se esse é o único tipo de amor que os homens têm a oferecer, eu dispenso. Fico com o amor que tenho pelos meus filhos.

O que mais dói é que o amor que lhes ofereço é muito mais. A Emmanuel eu ofereci minha virgindade, minha pureza, abri mão de meu luto e de minha juventude. Por Cole estou abrindo mão de meu trabalho – a única constante em minha vida -, de meus segredos, e de minha boa relação com Hempson. Abro mão da minha armadura, pois estou totalmente a sua mercê.

Enfim, que eu sinto algo por ele é inquestionável, mas ele dizer que me ama é incabível. Como diz me amar se não me deixa esquecer um dia sequer que o adeus é inevitável e está chegando? Como diz me amar e não me falar absolutamente nada sobre sua vida pessoal?

Apesar de que eu nunca perguntei... eu deveria?

"Você não disfarça muito bem" tive um susto ao ouvir dona Sue falar.

"Não entendi" falei em ajeitando no sofá.

"Está na cara que você é doidinha por ele" ela falou com um sorriso malicioso.

"Não" tentei disfarçar "estava pensando no meu bebê"

"Falando nisso, de quanto tempo você está? Tem algum ultrassom para eu ver? Já sabe o sexo? Vai fazer sexagem fetal?" ela jogou uma metralhada de perguntas de uma vez.

"Hm... é... eu não fui a um médico ainda" falei apenas.

Ela fez uma expressão confusa e então seu olhar se tornou em pena e compaixão.

"Oh, querida, esqueci que você não tem uma mãe" falou enquanto alisava meus braços "Geralmente essas consultas se fazem ao lado do marido ou da mãe. Você nem tem mãe e muito menos um marido que se importe" falou como se fosse óbvio.

É. Eu nem tinha mãe e nem meu "marido" se importava com nosso filho.

Apenas assenti com semblante triste.

"Pois amanhã mesmo vou te acompanhar a uma consulta" fiz cara de confusa "pode deixar comigo!" ela se levantou e pegou o telefone, começando a fazer uma ligação.

Preparei o quarto de hóspedes que irá se transformar no quanto do bebê para ela dormir.

Espero que ela tenha conseguido, porque eu passei a noite inteira rolando de um lado para o outro preocupada com o Cole.

Será que ele está bem?

Será que o Hempson preparou alguma armadilha?

Será que ele está com a Nancy?

Aposto que nem vai querer voltar para casa – pensei triste.

Por que ele iria me querer tendo a oportunidade de ficar com ela?

DOLLHOUSE - SprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora