Lili
Não consegui dormir a noite inteira.
Não por nenhuma dor física, mas por estar emocionalmente abalada. Coisa que não deixo me atingir há anos.
Cole estava ao meu lado, alisando meus cabelos, distribuindo leves beijos por onde havia machucados, meu pescoço, braços, colo, rosto...
Ao mesmo tempo em que eu gostava do que ele fazia, eu sentia uma leve repulsa pela ideia de tudo ser uma mentira. É uma mentira de fato tudo o que vivemos juntos, mas eu me peguei desejando que ele se importar comigo fosse verdade.
Então me peguei me importando com ele.
Será que ele era realmente um traidor e estava planejando trair a agência? Se sim, eu teria que entrega-lo e ele seria um homem morto.
Por algum motivo eu não queria que algo ruim acontecesse a ele. Talvez fosse por essa ilusão de que ele se importava comigo. Ninguém nunca se importou. Ninguém nunca me amou de verdade. Só a minha mãe. Mas a perdi muito cedo, não deu tempo aprender o que era amor de verdade.
E então veio ele. A razão pela qual eu ainda luto todos os dias. Mas é uma situação totalmente diferente.
Eu tive o Luke. Um verdadeiro pai para mim, mas não o via há muito tempo.
O único que me jurou amor como homem me mostrou que talvez o amor não fosse tão bom assim. Pois o amor dele me machucou, me fez chorar, me agrediu de várias formas, me quebrou... talvez isso seja tudo o que o amor faz.
Resolvi parar de pensar sobre isso pois não queria chorar. Eu estava há horas fingindo que estava dormindo para evitar uma conversa com Cole nesse momento em que estou tão sensível.
Até que em determinado momento eu senti-o se afastar e sair da cama. Sem me mexer, prestei atenção nos sons de vinham de fora do quarto. Cole falava ao telefone sussurrando, para não me acordar provavelmente. Não consegui entender o que ele dizia.
Alguns minutos depois ouvi a porta se abrir lá em baixo. Imaginando que era o Cole saindo, me levantei e fui até a janela para ver em que direção o mesmo partia. Nenhuma. Ele não havia saído.
O que só me dava a ideia de que fora alguém que entrou em casa e não o contrário.
Fui em passos leves até a escada para ver quem estava lá.
Me surpreendi ao ver um homem loiro, de costas para onde eu estava o que me impedia de ver seu rosto. Ele tinha uma garrafa de cerveja na mão e falava distraidamente com Cole que não parecia tão à vontade assim.
"Você não pode vir até a minha casa" Cole argumentou tentando não falar alto.
"Essa casa nem é sua. E aposto que precisava ver um amigo para desabafar" a voz dele era divertida.
"Se alguém te viu entrar, eu estou ferrado"
"Cara, isso aqui" o loiro falou gesticulando com os braços "está com os dias contados. O que você está esperando?"
"Eu preciso assegurar a segurança da Lili e do bebê, depois eu resolvo isso" Cole explicou.
"Lili e o bebê? Pensei que sua prioridade era proteger a Nancy"
"Eu sei, quero protege-la também, mas o Diretor será implacável com a Lili e ela não merece, cara. Preciso assegurar que ela vai ficar de fora disso" pontuou.
Essa conversa estava interessante. Infelizmente me demonstrava que o Hempson estava certo e Cole planejava algo contra a agência. Mas ele estava esperando até eu e o bebê estarmos seguros para seguir seus planos.
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DOLLHOUSE - Sprousehart
RomanceLili Reinhart e Cole Sprouse são completos estranhos. Mas há algo que os une: seu trabalho. Ambos são espiões de uma sociedade secreta que atua em todo o continente americano no intuito de desmascarar ações criminosas que saem de dentro da polícia...