🍼 Capitulo 3 🌸

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Lily

Você está sempre com esse medalhão...Quem te deu ? — Dan perguntou enquanto dirigia.

Daniel insistiu para me dar uma carona, alegou que estava muito tarde para me deixar andar sozinha até em casa. Eu não neguei, já que realmente era perigoso. Agora estávamos em seu carro a caminho do meu pequeno apartamento.

— Era dos meus pais...Bom, da minha mãe. Cada um deles tinha um desse, o do meu pai está em outro lugar. — Respondi, meio abatida.

— Desculpe, não queria te deixar triste. — Ele disse.

— Não tem problema. É só que eu sinto muita falta deles...Perder eles foi um golpe e tanto, a dor de não ter mais eles aqui é enorme. Já perdeu alguém tão próximo ? — Vi Daniel engolir em seco e apertar suas mãos no volante.

— Sim, sei como é. Essa dor nunca vai sumir Lily, mas você aprende a conviver com ela conforme o tempo passa. — Sua voz não passava de um sussurro.

— Desculpe, acho que fui eu quem te deixou triste. — Não era minha intenção e eu me sentia mal por ver ele assim.

— Está tudo bem, flor. Não é sua culpa. — Tentou me tranquilizar.

— Meus pais me pediram algo antes de morrer. — Comentei, estava decidida a mudar de assunto. — Eu não acho que vou conseguir cumprir.

— O que eles pediram? — Ele Questionou.

— Posso contar a história? — Ele assentiu.

— Pode sim.

— Meus pais não tiveram uma vida fácil. Minha mãe fugiu para poder ficar com meu pai e eles passaram muitas dificuldades, dentre elas eles tiveram que morar na rua. — Apertei o medalhão e respirei fundo. — Minha mãe estava grávida e eles não tinham condições para manter o bebê. Minha mãe e meu pai amavam tanto a criança que decidiram abrir mão dela, para que ela tivesse um futuro melhor. Minha mãe teve o bebê, ela disse que era um lindo menininho. Eles deram o bebê para a adoção, escolheram um bom orfanato, para que ele pelo menos não passasse necessidades. Meu pai deixou seu medalhão com a criança, queria que ele tivesse algo deles.  — Eu já estava chorando.

— Eu imagino como eles devem ter se sentido. Perder um filho não é algo fácil, deve ter sido muito difícil para seus pais tomarem essa decisão...Colocar o bem estar da criança em primeiro lugar. — Daniel respondeu.

— Um bom tempo depois meu pai salvou um senhor na rua e o homem deu um emprego a ele. Meus pais foram se estabilizando aos poucos e decidiram procurar pelo bebê. Mas ele já tinha sido adotado. Eles queriam muito procurar por ele, mas não tinham acesso às informações. A mulher garantiu que ele tinha sido adotado por um bom casal, mas era tudo que ela poderia falar. A criança deveria ter dois anos quando meus pais engravidaram de mim. Eu tive os melhores pais que eu poderia ter...Não tínhamos muito, mas sempre tivemos uns aos outros. Meus pais adoeceram e antes de morrer me pediram para fazer de tudo para achar meu irmão. Para não ficar sozinha...Ele poderia me rejeitar, mas eu tinha que tentar. Eu fui no orfanato mas ele não existe mais. — Conclui, meu peito queimando por tudo o que aconteceu.

— Lily, eu sinto muito por seus pais! — Daniel estacionou e se virou para mim. Ele segurou minhas mãos. — Eu vou te ajudar.

— Dan, não precisa. Não falei a história por esse motivo...

— Eu sei que não, você é boa demais para querer me enganar. — Ele levou minhas mãos aos seus lábios e deixou um selar breve em minha palma. — Eu quero te ajudar! Você merece. E se seu irmão não quiser te conhecer...Ele que perde.

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