Questão De Tempo - Kim Taehyung

Capítulo 10

POV Taehyung

S/n e Sebastian ainda me encaravam com expressões confusas e eu senti como se o sangue estivesse sendo drenado do meu corpo. "O que é isso que eu estou vendo?" "Desde quando eu tenho visões como essa?" Definitivamente aquilo nunca havia acontecido antes. Era como se eu olhasse diretamente para um quadro em movimento, as roupas de época, o jardim ressecando aos poucos e os dois olhando diretamente para mim. O Sebastian estava com um cabelo diferente, sem os óculos também, mas eu tinha certeza de que era ele ali na minha frente, o sorriso debochado continuava exatamente igual.

— Tae, está tudo bem? – ouvi a voz do meu anjo bem longe. No quadro que eu continuava a enxergar, a S/n não falava comigo, apenas me olhava como se estivesse magoada. – Taehyung, você está bem? – a voz dela ficou um pouco mais alta e alarmada, eu fechei os meus olhos com força. O que era aquilo? Por que eu estava sonhando acordado? Minha cabeça girava e eu me senti estranho, como se eu fosse perder os sentidos a qualquer momento, um frio cortante tomou conta do meu corpo e eu senti que poderia congelar. – Tae! – ouvi a S/n mais perto e o seu toque incendiou a minha pele, me aquecendo como uma chama flamejante e me trazendo de volta. Abri os olhos devagar e encarei o rosto apavorado do meu pequeno anjo. – O que você tem? Precisa ir à enfermaria? – eu neguei e ela passou os braços pela minha cintura me abraçando apertado, eu olhei para frente dando de cara com o Sebastian. Ele sorriu de um jeito esquisito e me perguntou:

— Está mesmo bem, cara? -  seu tom de voz era muito diferente de sua expressão. A sua fala transparecia preocupação, porém o rosto que me encarava era cínico. – Você está pálido, parece até que viu um fantasma. – o sorriso dele aumentou e eu senti o aperto dos braços da minha garota em meu corpo.

— Estou bem. – disse simplesmente. E trazendo a S/n para mais perto sussurrei em seu ouvido, ainda encarando aquele garoto estranho. – Podemos ir? – ela assentiu na mesma hora se soltando do meu abraço e virando para o seu orientador, disse:

— Obrigada pela ajuda, Sebastian. – ela foi até as coisas dela e começou a arrumá-las enquanto nós dois a acompanhávamos com o olhar. Ele se adiantou e parou ao lado dela, no mesmo instante o mal estar voltou a me incomodar.

— Nem precisa me agradecer, princesa linda. Você é a melhor aluna que eu já orientei, não é à toa que ganhou a bolsa da universidade. – o quatro olhos se virou e me encarou, mas permaneceu falando com ela. – Será um enorme prazer te acompanhar durante todo o semestre. – era nítido que aquele imbecil estava tentando me provocar. A S/n terminou de arrumar a sua bolsa e sorriu para ele, o que me fez desviar o olhar.

— A gente se vê na segunda. – ela se despediu e veio em minha direção e eu nem sei explicar a sensação de alívio que senti no segundo em que ela segurou a minha mão. – Vamos? – ela perguntou para mim e eu só me virei e saí da sala, sem nem me importar em falar com aquele cara. Caminhamos praticamente todo o trajeto em silêncio. Somente quando já estávamos entrando em nosso apartamento, a S/n expressou a pergunta estava em sua mente. – O que aconteceu lá na sala de ensaios, Tae? Aquilo foi muito estranho, parecia que você tinha deixado o próprio corpo. – ela estremeceu o corpo e eu a abracei.

— Foi só mais uma das coisas que não sabemos explicar, linda. – S/n mordeu o lábio e balançou a cabeça devagar concordando comigo. Ela pareceu querer falar alguma coisa, mas desistiu. – O que foi, anjo? – perguntei e ela suspirou.

— Também aconteceu algo estranho comigo hoje. – vi quando ela se arrepiou.

— O que houve? – ela soltou o ar devagar e segurando as minhas mãos me contou o que tinha ocorrido entre ela e o Sebastian, eu juro que preferia não ter sabido daquilo porque o mal estar voltou com força e eu senti o meu coração prestes a atravessar o peito de tão rápido que batia. Eu segurei os seus ombros na mesma hora e o meu anjo me olhou assustada. – Por favor, pare de ver esse cara! – falei sem conseguir me conter.