Capítulo 39

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Passaram-se alguns dias e algumas coisas haviam mudado em Hogwarts, Snape decidira voltar com o antigo decreto de Dolores Umbridge, onde proibia mais de três alunos ou qualquer associação estudantil não autorizada se reunir.  Também impediu que Ginny, Luna, Neville e Simas de frequentar Hogsmead por um tempo, o que era o menor de seus problemas. Nos poucos momentos que conseguiam se reunir, falaram sobre as possibilidades de ações, talvez algum tipo de ataque, mas estava difícil. Não tiveram mais notícias do trio também, nenhum deles, assim como não tinham notícias de Dino. Pensando de maneira positiva, não ter notícias significava que estavam a salvos e longe de encrencas, pois se alguém os tivesse capturado, saberiam.

O Profeta Diário mantinha o enorme anuncio sobre O Indesejável número um, que ocupava metade da primeira página. Skeeter estava se dando bem, escrevendo colunas mentirosas sobre Potter e tentando manipular os bruxos que ainda mantinham sua fé e chama acesa. Todo café da manhã era iniciado com algum comentário ridículo ou algum pró Lorde das Trevas lendo em voz alta os artigos como se fosse uma verdade genuína, quase uma palavra sagrada. Na mesa da Sonserina o sangue de Draco queimava, e da mesma maneira acontecia com seus aliados e todos os apoiadores de Potter que estavam espalhados pelas outras casas.

Os dias estavam cada vez mais frio, dada a aproximação eminente do inverno severo. O céu cinzento fazia com que o clima ficasse cada vez mais melancólico, ainda mais quando se era obrigado a fazer coisas tão desumanas, mas foi em um sábado atarde que o garoto teve uma ideia aparentemente genial, ou genialmente estúpida. Enquanto tomava sua cerveja amanteigada na pub conhecida por ter pessoal de índole duvidosa, o Cabeça de Javali, lembrou-se da conversa que tivera com Severus na noite anterior. Albus Dumbledore era um bruxo muito curioso em vida, mas em morte isso se multiplicava mil vezes mais, era um fato. Não havia nenhuma pessoa viva ou morta que o conhecesse de verdade, que conhecesse sua verdadeira essência e todos os seus cento e cinquenta anos vividos.

Mas talvez alguém que fosse próximo o bastante e calado o suficiente, seria capaz de ter informações que mais ninguém tivera.

Sua mente maquinava suas próximas ações assim que avistou o velho homem de cabelos e barba esbranquiçados, que mantinha seu olhar cansado sobre a caneca preenchida pela mesma bebida que ele tomava. Seu corpo agia conforme sua mente dava as instruções, sequer tomou ciência do que estava fazendo na hora, apenas quando se viu a frente da mesa afastada, onde o homem estava sentado. Os olhos azuis se encontraram e nenhum falou nada, apenas se encararam por alguns breves segundos, que para eles, rastejavam.

- Aberforth Dumbledore, estou certo? – questionou.

- Depende de quem está perguntando. – responde, seco.

- Malfoy. Draco Malfoy.

- Não passo de um velho qualquer para um comensal. – tomou um longo gole da bebida. – Saia da minha frente.

O rosto do loiro não esboçou reação alguma ao ouvir tais palavras, estava se acostumando com a fama péssima e se aproveitava dela sempre que possível. “Se tem algo que lhe persegue, use a seu favor”, aquilo tornou-se seu lema.

Para a surpresa do homem, o garoto fez exatamente o oposto, sentou-se à sua frente e tomou um gole lento da bebida, da mesma maneira que ele fizera anteriormente. A caneca de metal prateado bateu na mesa, apenas reforçando a decisão dele, não sairia dali até conseguir o que queria.

- Não foi um pedido, criança tola.

- Imagino que não, mas não me importo. – sorriu, fazendo sinal para que sua bebida fosse reabastecida. – Sou algo que vai além do que sua limitada visão pode enxergar, Senhor Dumbledore. Seu irmão sabia muito bem disso quando começou a me aconselhar e confiar em mim.

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