Capítulo 33

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O corredor vazio trazia diversas lembranças para os quatro jovens que olhavam intensamente para a parede de pedra. O local era de extrema importância tanto para o pessoal da AD, quanto para Draco, pois ali ele teve a oportunidade de passar momentos incríveis com o trio.

Um a um, entraram pela grande porta de madeira antiga, observando o cenário formado no interior da Sala Precisa. Um sofá, uma poltrona, a lareira com o fogo crepitante e uma mesa de centro; o local perfeito para uma conversa
Uma bem longa, por sinal.

Quando por fim todos estavam acomodados, Draco os olhou com a feição dura e os braços cruzados, Ginevra partilhava da mesma postura. Longbottom estava inquieto, não sabia bem o que estavam fazendo ali, não sabia o motivo do Malfoy ainda não ter atacado alguém ou lançado injúrias a eles. Luna apenas esperava que alguém se pronunciasse, enquanto se distraia balançando os pés que não tocavam o chão.

Um longo suspiro pesado saiu do loiro, que imediatamente jogou sua cabeça para trás. Ele estava cansado daquela tensão, queria que as coisas se normalizassem e pudesse seguir com sua vida normalmente. Sem missões, sem dupla espionagem, sem farsas. Apenas seguindo a vida como ele mesmo.    

- Quem vai ser o primeiro? – disse sem ânimo.

Os três se entreolharam e ficaram em silêncio por alguns minutos, era estranho o que se passava ali, era algo que não dava para negar. Afinal, qual era o real motivo de tudo aquilo estar acontecendo de uma forma tão pacífica?

- O que diabos você está fazendo, Malfoy? O que foi aquilo ontem à noite e no casamento do meu irmão? – os olhos castanhos da ruiva estavam fixos nos de Draco.

- Sou um espião.

- Isso é óbvio.

- Não, idiota. – virou os olhos. – Após eu me tornar um comensal, Harry quase me matou e depois de muita conversa, o trio me convenceu a falar com Dumbledore. Eles estenderam a mão para mim e eu a agarrei, ou seja, estou do lado de vocês.

- Sempre soube que havia algo de diferente em você, algo que não deixava mostrar. – disse Lovegood.

A atenção do loiro se voltou totalmente para as palavras da garota, pois algumas pessoas já haviam falado coisas parecidas, mas nunca com aquela convicção e inocência. Luna era uma garota estranha, como todos ali sabiam, mas sua peculiaridade e pureza davam a ela uma visão única.

- Obrigado, Lovegood.

- “Obrigado, Lovegood”? – o garoto disse com certo veneno. – Você está sob a maldição imperius? O que está tramando, Malfoy!? – apontou sua varinha na direção do loiro.

- Qual a parte de “estou do lado de vocês” é tão difícil entender?

- Não sei, que tal a que você humilhou a família de Ginny, ridicularizou Luna e me atazanou durante todos esses anos em Hogwarts!?

- Isso são apenas detalhes.

- Detalhes!?

Neville se levantou prestes a atacar o garoto em sua frente, de seus olhos exalavam fúria, sua mandíbula travada e seus dentes rangiam. Ele de longe era aquele menino confuso e acuado dos primeiros anos. Finalmente ele havia encontrado e assumido seu lado grifinório esquentadinho.

Já não era hora.

- Não, Neville. – a Weasley tocou em seu ombro o impedindo. – Ele está falando a verdade, ou parte dela. – ela voltou a se sentar, assim como Longbottom e voltou a olhar de maneira séria para o loiro. – O que aconteceu naquela noite?

- Seu pai sabia de tudo desde o começo. Ele foi responsável de comunicar a Ordem sobre minha mudança de lado. Ele me apoiou... – seu olhar foi para o chão, seu coração doeu ao lembrar dos acontecimentos. – As coisas estavam ficando mais complicadas do que Dumbledore imaginava, então tive que cuidar para que ninguém estragasse meu disfarce e destruísse as chances de derrubarmos o Lorde das Trevas. – um sorriso tristonho formou em seu lábios.

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