Aos poucos Draco ia recobrando a consciência, se lembrando de cada detalhe do que aconteceu naquele dia. Tudo estava muito quieto, o que indicava que definitivamente não estava em seu quarto, já que Crabbe é capaz de acordar todo dormitório com seus roncos. O loiro tentou se manter ali, deitado e confortável, sem pensar em muita coisa, apenas aproveitar a calmaria e seu devido descanso.
Seus olhos se abriram apenas para verificar onde estava, mesmo que já soubesse da resposta antes mesmo de acordar completamente, o cheiro das poções e ervas antisépticas era certeiro; estava na enfermaria. As luzes estavam apagadas, um completo breu, e seus olhos, já acostumados, não demoraram muito para se adaptarem ao ambiente.
Ele se virou de lado procurando se encolher para encontrar mais conforto e se manter pleno para voltar a descansar, mas os olhos escuros e os cabelos vermelhos vivos o impediram. Ginevra estava deitada na cama ao lado da sua o observando silenciosamente – o que em sua percepção, era um tanto assustador -. Sua feição era de total concentração, como se tentasse adivinhar o que estava se passando em sua mente, ou, quem sabe, enxergar sua alma.
Ele a encarou arqueando sua sobrancelha, esperando qualquer tipo de explicação para aquela atitude atípica, mas ela sequer mexeu um músculo. Draco imaginou que pudesse estar petrificada, ou qualquer coisa do gênero, então, como qualquer pessoa neste primeiro momento, passou com a mão o mais próximo que conseguia de seus olhos, como num aceno, apenas verificando se estava acordada ou em plena forma. Ela piscou.
- O que está fazendo, Weasley?
Seus olhos se fecharam por breves segundos e o ar que estava em seus pulmões saiu pesado. Ela franziu o cenho, crispando ao mesmo tempo seus lábios. Ela se aproxima da borda da cama, esticando o braço o suficiente para alcançar Malfoy, e com um ato totalmente inesperado, dá um peteleco em sua testa.
- Ai! – reclama. – Que porra, Ginevra.
- Não me chame assim, Doninha. – agora era ela quem arqueava a sobrancelha. – Isso foi pelo que fez com Neville.
Sua pupila diminuiu com o susto, assim como uma sensação amarga subiu de sua barriga até sua boca. Ele não queria ter que lembrar daquilo. Não queria que aquilo acontecesse.
Imediatamente, ele desviou o olhar para frente, e logo visualizou a imagem do Longbottom inconsciente com alguns curativos nos braços e rosto. Suas entranhas se comprimiram como se estivesse sob a maldição cruciatus e seu corpo se encolheu como um reflexo. Era culpa dele.Sua respiração começa a ficar descompassada e seu olhar vago, como no momento que estava prestes a atacar Neville. A Weasley observa aquilo com um olhar curioso e com certa preocupação, aquilo definitivamente não era algo considerável normal, ou, pelo menos, não deveria ser. Ela se levanta com cuidado, evitando fazer muito barulho para não acordar os outros que estavam na sala e vai para frente do garoto, tentando mostrar o apoio que ele não teria de mais ninguém naqueles tempos difíceis.
- Ei, projeto de Veela, me conte o que houve. – disse ao colocar sua mão sobre seu braço coberto pelo lençol branco. – Sei que não queria que aquilo acontecesse, você não é capaz de matar uma mosca. – sorriu fraco.
O azul de seus olhos oscilavam entre o azul cinzento habitual e um cinza escuro. Aquela frase havia lhe colocado de frente com o passado, revivendo memórias divertidas que teve com o trio, aquela em específico, com Harry. Estava cada vez mais difícil se conectar aos momentos bons que havia vivido para conseguir chegar ali. Difícil lembrar dos momentos que lhe davam força.
Seus lábios curvaram levemente em um curto e singelo sorriso.
- Até mesmo em momentos como esses você consegue trazer lembranças de Potter vir à tona.
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Através de minhas escolhas - DRAMIONE
FanfictionDraco sempre observou o trio heróico de longe, e por maior que fosse seu ódio, algo começou a despertar no momento em que seus segredos foram revelados e eles se ofereceram para ajudá-lo. Malfoy não entendia essa atitude. Especialmente por vir quase...