Capítulo 44

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A manhã seguinte veio com certa alegria. A disposição de Draco estava boa como não esteve em meses, isso ele poderia garantir. Por bem ou por mal, Dumbledore era um bruxo inteligente que conseguia prever alguns acontecimentos, conseguindo reverter algumas situações, como foi agora. A poção era nada menos que uma Felicem Memoriam, uma poção de alto nível que é citada poucas vezes nos livros didáticos da escola. Com isso o Malfoy sabia que conseguiria aperfeiçoar o que lhe faltava, o que prometeu para o trio que conseguiria fazer.

Pela noite, na torre de astronomia, o quarteto estava reunido aos risos, treinando o feitiço do patrono. Com os ensinamentos de Harry no quinto ano, Ron e Mione já sabiam o conjurar, mas o aperfeiçoamento estava feito ali. Por outro lado, Draco não conseguia conjura-lo, pois para ele, as memórias – ainda que boas – estavam envoltas em trevas, dificultando a execução do feitiço.

A lua cintilava no céu negro, assim como a lontra prateada que corria do terrier que a caçava. Um peso se formou no coração de Draco, sabendo que o patrono de ambos se completavam, fazendo que a vontade de conjurar o feitiço ainda mais distante do que já estava. Um longo suspiro saiu de seus lábios pela frustração evidente, que apenas Harry percebera.

- Se continuar assim nunca vai conseguir conjura-lo.

- Sinceramente não acho que irei conseguir, Potter.

- Harry.

- Foi o que eu disse. – ambos sorriram.

- Eu acho que você consegue. – disse. – Só não achou a memória certa.

- E se eu não a achar?  - ele estava apreensivo.

O garoto mirou os olhos verdes na direção de Hermione que ria da brincadeira entre seu patrono e de Ron, mas mantinha seus olhos fixos em Draco, emanando um brilho que nunca vira sendo lançado a Ron.

- Tenho certeza que vai achar, Draco. – deu um tapa forte em seu ombro. – Agora pare de moleza e vai praticar! Como seu professor, não aceito menos que a perfeição.

- Oh, que prazer imenso é tê-lo como meu professor, o grande Harry Potter. – ironizou com um sorriso grato nos lábios.


⊹⊹⊹⊹⊹

Estavam no Chalé de conchas, o refúgio que tinham no momento, a casa de Gui e Fleur. A brisa marítima soprava enquanto Hermione observava as ondas quebrando, lembrando-se o episódio anterior, onde fora torturada e ficara extremamente confusa com as falas e atitudes de Draco Malfoy. Nada tirava de sua mente o jeito como ele a olhou. O desespero, como se quisesse a salvar mas estava sendo impedido por uma amarra invisível.

Os suspiros de frustração enquanto desenhava na areia mostravam a falta de respostas.

Dentro da casa, Harry, Ron e Gui falavam com Olivaras e Luna, que passaram dias na mansão como reféns. Ambos pareciam calmos, saudáveis e sem machucados aparentes, os impressionava, principalmente por estarem a tanto tempo em um local trancado e sem exposição ao sol e pessoas.

- Não tenho problemas em falar do tempo que passei na Mansão, meu jovem. Graças ao menino Draco, fui bem tratado, ele mesmo se certificava de levar minhas refeições e muitas vezes falava comigo. Apesar de suas palavras duras algumas vezes, ele demonstrava ser um bom garoto, se nenhuma maldade evidente.

- Como? - Harry o questionou incrédulo. – Você não pode estar falando sério. Senhor Olivaras, eu vi Draco o torturando.

- Ah sim, aquilo. – um sorriso terno formou em seus lábios. – Não sentir dor alguma. O feitiço que ele usou não é de meu conhecimento, mas, pelo que pude perceber, é uma cópia da maldição cruciatus, contudo, não faz com que a pessoa sinta dor, mas tenha uma reação tão parecida quanto. Muito inteligente da parte dele. Não vou negar que tive algumas complicações devido ao uso excessivo do feitiço, mas ele cuidou disso muito bem.

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