Capítulo 40

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A neve caia lentamente no amanhecer claro da véspera de natal, um momento de paz em meio ao caos de estar de volta na Mansão Malfoy. O mar branco através da janela mostrava transparecia a tranquilidade que seu corpo e alma precisavam, mas ainda assim sua mente não parava de trabalhar em suas paranoias e preocupações. Estava esperando por uma resposta e atualizações sobre o que acontecia em Hogwarts, torcendo para que todos estivessem bem e que Snape conseguisse acalmar os ânimos dos irmãos Carrows.

Aquele dia fez questão de tomar seu café da manhã sozinho, sem ninguém para o lembrar de suas missões ou qualquer coisa que o trouxesse de volta a realidade cruel que estava vivendo. Não conseguia parar de pensar em como estava Ronald ou Dino, se estavam realmente bem, se estavam se alimentando ou precisando de ajuda. A visão da morte de Ted também não sai de sua mente, assim como suas palavras gentis, mesmo tendo admitido que ele quem o nocauteara para ser levado.

- Faça algo ou morrerá, Senhor Tonks!

- Sua posição é difícil, não é? Tome cuidado onde pisa, pois um passo em falso poderá cair em trevas profundas. Lupin e minha filha confiavam em você, vi o que fez para os manter longe de perigo. - sorriu. - Não se preocupe, já estou velho, não viveria muito de qualquer maneira. Só tente manter minha amada Andromeda, sua tia, bem. Ela já sofreu o suficiente na mão dos Black.

Uma agitação começa do lado de fora da sala e um dos comensais entra com a varinha em punho, já apontada para o bruxo amarrado. O homem não demostrava nenhum resquício de medo ou arrependimento, enquanto o ódio e o desejo sanguinário do comensal queimava em seus olhos.

- Vamos Tonks, diga onde ele está! - sua voz rasgou a tensão que estava sendo formada.

- Não tenho nada a dizer além de vida longa a Harry Potter.

Um sorriso vencedor e presunçoso formaram nos lábios do homem conforme a expressão de ódio do comensal se tornava mais explicita, seu ódio era quase tangível. Os passos pesados ecoavam pelo cômodo e não foi possível tirar nenhuma reação hesitante do bruxo, era quase possível ver a morte a seu lado, apenas esperando as palavras serem entoadas e a alma sair de seu corpo.

- Cruicio! - gritou.

Seu corpo se contorcia no chão e seus gritos estavam sendo contidos por ele mesmo, não passando de altos grunhidos. O bruxo das trevas estava disposto a passar bons minutos fazendo aquilo, não se preocupava com o estado do homem desde que ele abrisse a boca, coisa que aparentemente não faria.

- Diga! - nada. - Crucio!

O corpo do homem já estava suado e seus olhos estavam cansados. Draco queria sair dali, queria o tirar daquela situação, mas não podia fazer nada. A paciência do comensal estava acabando, seu feitiço ficava cada vez mais forte conforme seu ódio aumentava. Talvez ele não sobrevivesse por muito mais tempo se isso continuasse. Mas foi quando o sangue saiu de sua boca que o desespero nos olhos do loiro começaram a aparecer. Um sorriso se formou no rosto do comensal a sua frente, que logo chutou o homem quase inconsciente.

- Não vai dizer?

- Vida longa à Harry Potter. - sorriu com dificuldade.

- Avada Kedrava!

Sua respiração estava pesada e seu cabelo balançava, conforme o vento gélido soprava entre as frechas das grossas cortinas de inverno. Seu olhar fixo na caneca de café fumegante era tão vago quanto poderia ser, mostrando claro que não estava ali presente, mas perdido em algum lugar de suas lembranças e pensamentos. Só foi tirado de seus pensamentos quando sentiu algo estranho, um pensamento vindo de algo que aconteceu em seu sonho daquela madrugada.

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