Capítulo 22

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Em meio a escuridão que o envolvia, Draco começava a se perder em suas lembranças da manhã passada, onde recebera um breve relatório sobre a missão dos sete Potter, como a nomearam.

- E então, o que houve? – Draco perguntou curioso ainda com a carta de Ronald em mãos.

Snape olhava atentamente para o garoto senado na cama de dossel moldada em puro ébano. O homem com vestes negras longas atentava-se ao ambiente certificando-se que estavam somente eles no recinto.

- Haviam quatorze deles quando chegamos, estavam divididos em duplas. – fez uma pausa olhando para a porta. – Cada dupla continha um Potter para nos confundir e atrasar. Fui atrás de uma das duplas, a que estava Lupin, para ser mais exato.

- O que fez com ele? Você se deixou levar...
- Remus Lupin está bem, Draco. – disse com a expressão dura. – O único a sair ferido foi o outro Potter, que pelo que entendi, era Fred Weasley.

- Então...?

- Bella estava me vigiando, foi necessário.

- Isso não significa que não tenha gostado. – disse arqueando a sobrancelha.

- Digamos apenas que tive uma pequena satisfação por dar o troco em nome dos seis anos que o aguentei junto do irmão.

- E Harry?

- Potter está sã e salvo em algum lugar. – Snape sorriu. – Teremos muito trabalho pela frente, Draco. Logo voltaremos para Hogwarts, não se esqueça.

⊹⊹⊹⊹⊹

A figura de vestes negras tentava controlar seus batimentos cardíacos, assim como tentava não tremer ou, pelo menos, não mostrar que estava tremendo. Tudo ao seu redor estava destruído. A loja que todo aluno de Hogwarts frequentou e comprou o objeto mais importante para si como bruxo estava destruída. O pior de tudo é saber que ele estava envolvido nisso.

A loja de Olivaras, um dos artesãos de varinhas mais conhecido pelo trabalho impecável, estava aos pedaços. Haviam varinhas quebradas pelo chão, vidros estilhaçados, gotas de sangue e um cheiro severo de medo. Lorde das Trevas estava ali junto ao comensal, com Nagini aos pés do ofídico.

Encolhido nos destroços junto a parede, o velho Olivaras temia por sua vida, temendo ao olhar em seus olhos. O jovem comensal não queria fazer mal ao artesão, mas sabia que algo deveria ser feito, ainda mais na presença do Lorde.

- Você me disse que o problema se resolveria usando a varinha de outro bruxo! – exclamou o Lorde enfurecido.

- Não! Não! Eu suplico, lhe suplico...

- Você mentiu para o Lorde das Trevas, Olivaras!

- Não menti! Juro que não...

- Quis ajudar Potter a escapar de mim!

- Juro que não... – dizia com a voz trêmula. – Acreditei que uma varinha diferente resolveria...

- Explique o que aconteceu então. A varinha de Lucius foi destruída!

- Não consigo entender... A ligação entre a sua varinha e a de Potter... – fez uma pausa para ponderar. – existe apenas... existe apenas entre as duas varinhas...

- Mentiras!

- Por favor... eu lhe suplico... – agora disse olhando para Draco. Suplicando por sua vida para um garoto de dezessete anos.

A figura de vestes negras olhava aflito para Olivaras naquela situação tão complicada. Suas orbes inundadas por lágrimas que se recusavam a cair pela pouca honra que lhe restara – se não soubesse que o homem era da Corvinal diria que ele havia pertencido a Grifinória na época que estudara em Hogwarts -, seu olhar intenso suplicava pela sua vida e Draco só poderia fazer uma coisa naquelas circunstancias.

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