Capítulo 31

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Com a chegada de setembro veio o início das aulas em Hogwarts; nunca houve um dia tão sombrio e com tanta ausência de felicidade na plataforma 9¾ como hoje, a sensação era a mesma de ter uma legião de dementadores rodeando o local e sugando todo e qualquer tipo de sentimento bom.

Famílias destruídas aos choros por serem obrigados a deixarem seus filhos em uma escola conde as trevas dominavam, os rostos cansados, com profundas olheiras e desgosto ao olhar para aqueles que eram favoráveis a tal movimento. Os que compactuavam com Voldemort eram facilmente reconhecidos ali, todos com o nariz em pé e o peito inflado como de um pombo, suas vestes negras em pouco contraste com o cinza grafite que ornava perfeitamente com as joias em pratas ou ouro branco.

Quando os que apoiavam Potter passavam ao lado dos que apoiavam as trevas, era perceptível a diferença e sua áurea de longe. Todos tão bem coloridos, com vestes bruxas tão típicas de suas regiões. Apesar da tristeza e preocupação que os assolavam todos os dias, sua fé na justiça e em Harry falavam mais alto, e nunca negariam tal coisa.

Draco chegou sozinho, quieto, sério. Não queria e nem podia se desconcentrar, manter-se no papel era seu dever, logo sua atuação deveria ser perfeita e digna de Severus Snape.

Com passos rápidos e ignorando os olhares curiosos, e alguns com puro ódio, o loiro seguiu diretamente para o Expresso Hogwarts. Mas como nem tudo sempre era favorável para si, conseguiu esbarrar em alguém ao ver Pansy e Zabini na entrada do trem.

Por um ato de puro reflexo, ele se viu pegando livros surrados e uma gaiola com uma pequena coruja. Ela era fofa e o encarava irritadiça, mas quem ele poderia culpar? A coruja o bicou forte e ele apenas aceitou o ato como um lembrete de prestar mais atenção. Uma passo em falso e tudo acabaria.

- Me desculpe. - disse pegando um petisco para a ave. - Seus livros.

- Está tudo bem ai rapaz?

A voz soou com um tom de surpresa e preocupação. O peito do Malfoy se encheu de angustia ao reconhece-la e sequer trocar meia dúzia de palavras de maneira descente.

Controle-se.

- Estou ótimo. - olhou para o Weasley mais velho, oscilando seus movimentos. - Não fiquem meu caminho novamente.

Ele saiu com os punhos serrados e uma dor em seu peito. Arthur Weasley era um bom homem, não merecia ser tratado de tal maneira, ainda mais por um garoto como ele. Suas costas queimavam com o olhar fulminante da namorada de Potter, que aparentemente o odiava mais do que qualquer um ali, afinal, seu pai quase a matou colocando o diário de Riddle em seu caldeirão em seu primeiro ano, e isso quase matou seus amigos também.

- Fique você longe da minha família, Malfoy! - disse a ruiva, em alto e bom som.

Ele sorri.

Como pode gostar de alguém tão agressiva, Harry?

Ao entrar no trem e achar seu vagão com seus colegas mais próximos, Draco ajeitou suas coisas devidamente esperou em silêncio alguém lhe dirigir a palavra. Era estranho não se sentir mais tão confortável ao lado deles, ainda mais tendo crescidos juntos como ele e Pansy. Mas desde o fora duro que ele havia lhe dado, se afastaram de uma maneira que ele mesmo não era capaz de explicar. Blásio parecia ter ficado feliz com isso.

- Não sabia que tinha virado amiguinho dos traidores do sangue, Draco. - soltou Pansy, com todo seu veneno.

- Mais respeito com o monitor chefe, Pants. - sorriu maldoso. - Vou dar a aquela Weasleyzinha o que merece logo que chegarmos a Hogwarts.

Os três sorriram e logo o clima ficou mais natural, assim como era no passado, onde tudo era mais simples na visão do pequeno Malfoy. A ignorância lhe fazia falta.

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