Capítulo 29

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Ele se mantém ali, por cima de Hermione, olhando em seus olhos intensos, e um sorriso singelo se forma em seus lábios a medida que seus olhos enchem de lágrimas grossas. Como num reflexo de um espelho, a garota faz o mesmo, os fazendo sucumbirem às lágrimas que tanto guardavam em seus peitos.

- Por favor não chore, Mione...

- Quem é você pra me julgar, Draco? Está chorando também.

E então risadas surgem entre as lágrimas úmidas que escorrem suavemente de seus rostos.

- Obrigado... Obrigado por tudo. Por fazer de mim uma pessoa melhor, por me trazer a luz, por... - suas palavras foram caladas por um beijo. As lágrimas o tornavam molhado e salgado, mas ainda assim era bom.

- Por favor... Não fale mais, está bem? - ele assentiu. - Talvez você só precisasse de alguém que segurasse sua mão e retribuisse o abraço. - sorriu. - Sei que está fazendo o melhor que pode; sei que está dando tudo o que tem nisso e o quando dói... - ela tenta controlar as lágrimas. - mas no final vai valer a pena, não vai? Vamos ficar juntos. Todos nós. Vamos olhar para trás e rir dessa situação, hmm?

Hermione limpou as lágrimas quentes no rosto de Draco, acariciando sua pele ainda febril e rosada. Ela adorava vê-lo tão dócil, tão seu. Imaginar-se não lembrando dele daquela maneira, doía de uma maneira descomunal, seu coração sangrava naquele momento e só o que podia fazer era olhar bem para ele e gravar aquela imagem bela, de seu namorado, o mais fundo possível em sua mente, para que houvesse esperanças de quebrar o feitiço e voltar a se lembrar dele assim que o visse.

- Espere que eu durma para fazer isso, está bem? 

- Como preferir, Mione... - disse ao arrumar uma mecha do cabelo da garota atrás da orelha.

Eles se deitaram na cama, e de baixo dos lençóis quentes, Granger se aninhou em seus braços e ele a abraçou forte, como se fosse a proteger do mundo; como se tivesse tentando a guardar em seu peito.

Em breve o sentimento abrasador não será mais sentido. Logo a paixão que arde e queima como combustível se tornaria obsoleta. A chama que habitava em dois corpos, iluminaria apenas um, pois a outra seria apagada.

- Nunca vou te esquecer, Dray... Não por completo, não de verdade. Eu te amo. - sussurrou.

- Eu também te amo, Mione.

E nenhuma palavra mais foi dita.

Após uma hora, Malfoy certificou-se que Hermione estava em um sono profundo e a tirou de seus braços, deixando-a sobre a cama, agora tão vazia. Com muito pesar vestiu-se e pegou sua varinha, a apontando para a garota que dormia tranquila. Seu coração estava em pedaços, suas mãos tremiam e seus olhos transbordavam em lágrimas grossas, carregadas de dor. Ele não queria fazer isso, mas sabia que era necessário. Precisava protegê-la.

Ao recostando-se na cômoda, tomando fôlego para o que estava por vir, ele passou a observa-la sobre a luz do luar por mais alguns minutos antes de encher seus pulmões de ar e finalmente fazer o aquilo que tanto temia. - Fazê-la esquecer tudo o que era relacionado a ele. Fazê-la esquecer de como o trouxe para a luz.

As lembranças que um dia roubaram sorrisos e aqueciam seu peito, em breve sucumbiriam as águas do esquecimento.

- Volto para te buscar, eu prometo. – respirou fundo. - Obliviate.

Saindo pela porta ainda perdido e atordoado pelo que acabará de fazer, Draco seguiu para o quarto onde Harry estava acomodado e adormecido. Sua mão caiu pesada na maçaneta gélida, seu maxilar pressionado e os olhos ainda avermelhados e marejados mostravam seu estado de espírito. Ele abriu a porta de vagar, sem fazer barulho, e observou o amigo com um pequeno sorriso nos lábios.

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