— Meu Deus Madelaine eu estou completamente ferrada, quando minha mãe descobrir que tudo isso é uma mentira ela vai me odiar, e meus avós? Vão morrer de um ataque do coração.- Vanessa gesticulava com as mãos enquanto eu ainda estava encostada nela, me virei para olhar a morena que estava com uma expressão de medo.— E o meu pai com esse papo todo? Não me engana, droga.
Me afastei dela vendo a mesma colocar as mãos sobre a cabeça, Vanessa tinha sido muito corajosa em me levar até a família, e realmente se eles descobrissem seria uma grande decepção para todos, eu entendia totalmente o seu desespero, e o mais certo nesse momento era uma apoiar a outra para isso tudo não desmoronar.
— Ei calma, eles não vão descobrir, logo seremos duas mulheres divorciadas e sua relação com sua família não vai mudar, ok?.- Deixei que minhas mãos deslizassem dos ombros de Vanessa até o meio de seu braço por algumas vezes, afim de reconforta-lá.
Seu olhar estava pesado, ela intercalava entre os meus olhos e minhas mãos que deslizavam pelo seu braço, era nítido o medo que ela tinha de todos ali a odiarem, mas ela apenas assentiu então afastei minhas mãos me dando conta que aquilo já estava durando tempo demais. Vanessa tinha a pele macia e um cheiro muito bom, era totalmente diferente nosso contato aqui com o que tínhamos na empresa, poder conhecer ela e seu lado sensível estava sendo bom, eu me distraia e acabava algumas vezes me pegando pensando um pouco "alto".
— Eu vou pegar seu café, afinal tenho que cuidar da minha linda noiva não é?.- Abri um sorriso deixando o clima um pouco mais leve, fui até a bandeja repleta de coisas e servi uma xícara de café, pegando também um prato com alguns pedaços de bolo e levei até Vanessa.
— Você tem razão, logo nos divorciamos e eles não vão desconfiar de nada, podemos fazer isso.- A morena tinha um sorriso mais tranquilo sobre o rosto, logo tratou de pegar as coisas que eu a oferecia.— Não vai comer?
— Não, eu preciso dar uma volta, tomar um ar sabe.- Levantei da cama enrolada em uma coberta fina, fui caminhando em direção ao banheiro.
— Mas você sabe que aí é o banheiro né?.- Vanessa não perdia o momento para tentar tirar uma piada com minha cara, tenho total certeza que ela está vingando todos daquela editora.
— Você não quer que eu saia por aí de pijama né?.- Ergui uma das sobrancelhas para a morena que apenas deu os ombros, acabei sorrindo ao observar a cena, Vanessa comendo com os cabelos totalmente bagunçados ainda conseguia ser linda.
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O dia estava um pouco frio naquela manhã então decidi andar em outra direção ao contrário da praia, tinha varias árvores bonitas logo à frente, formando uma espécie de bosque, logo à minha frente vi uma bicicleta, ninguém se importaria em me emprestar por alguns minutos não é mesmo? Subi na mesma e pedalei em direção às árvores adentrando o bosque.
Ficar sozinha por algum tempo era tudo que eu precisava, colocar as minhas ideias no lugar e afastar um pouco dos pensamentos que vem me sufocando, por mais que eu odeie a natureza.
— Não Madelaine você não pode deixar isso acontecer, é apenas um acordo ok? Cadê a mulher rude que todos têm medo? Preciso de você aqui, não posso me deixar levar.- Falei alto para mim mesma enquanto aquela bicicleta descia sem o menor controle.
— Droga, eu sei andar de bicicleta, eu sei para.- Em um momento de distração um galho cheio de folhas bateu sobre meu rosto.— Droga de natureza, droga de bicicleta, para, para.- Parecia loucura brigar com uma bicicleta para ela parar, eu realmente não sabia mais andar naquilo, o que chega a ser cômico, mas estou viva e é isso que importa.
" Eee i eeeeeei, eei eeeee i"
Ouvi um tipo de canto desconhecido com barulhos de tambores vindo da minha direita, será que alguém fazia rituais satânicos por aqui? Meu corpo todo se arrepiou no mesmo instante, dei passos lentos tentando não fazer muito barulho para a direção do som, até avistar a vovó, com uma espécie de manta sobre o corpo e uma coroa de penas, andando por volta de uma fogueira, fui me aproximando mais para conseguir ver o que ela estava fazendo.
— Venha até mim Madelaine de Nova Yorke.- Droga, ela me olhava com um sorriso e uma mão estendida.
— Não vovó, eu estou bem eu só estava dando uma vol..
— Venha agora querida, vamos agradecer a mãe natureza pela sua união com minha linda neta, venha.- A senhora de cabelos brancos se aproximou segurando um dos meus braços.— Cante para ela, com o coração.
— Ok, mas eu não conheço esse tipo de canto.- Comecei a mexer os braços de um lado para o outro assim como vovó fazia.
— Use as vogais querida, oo u oooou.
— Tá, eu acho que consigo, iia iiiiiia eeeei.- Fui rodeando a fogueira sem parar com os braços.
— Isso, cante com o coração.- Vovó me acompanhava.
— Ei ei mãe natureza, obrigada ia ia, pela Vanessa ei ou.- Acabei me empolgando e mexendo um pouco os quadris.— Ela é bonita ia ia, amém em.- Pude ouvir os risos da vovó e me despertei após uma voz.
— O que é isso?.- Vanessa estava parada com os braços cruzados abaixo do peito nos olhando e rindo da nossa situação.
— Vovó disse que eu precisava agradecer a mãe natureza cantando com o coração.- Arrumei minha postura e logo em seguida meu cabelo, poderia jurar que meu rosto estava totalmente vermelho pela vergonha.
— E foi isso que saiu do seu coração?.- A morena soltou uma risada divertida o que me fez bufar.— O seu celular novo chegou, estou indo na cidade buscar, quer ir?
— Quero, quero muito, tudo bem pra você vovó?.- Me referi a mais velha mas já caminhando em direção a Vanessa.
— Claro menina Madelaine, o que você quiser é o que deve ser feito, leve sua garota minha querida neta.- Admirei mais uma vez o cuidado que todos tinham por aqui.
— Claro vovó.- Vanessa segurou uma de minhas mãos entrelaçando nossos dedos e saiu me puxando pela estrada do bosque.— Bela macumba chefe.
— Cala essa boca.- Falei puxando minha mão e caminhando um pouco mais rápido.
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Vanessa dirigiu até o centro da cidade e tratou de estacionar em uma loja bem rústica com o letreiro enorme com seu sobrenome, claramente era uma das lojas da família, adentramos e eu pude ver as varias diversidades que tinha ali, vendiam de tudo. Um homem caminhou em nossa direção e pude ver quem era, Ramone, ele fazia de tudo por aqui?
— Olá senhoritas lindas.- O homem simpático se aproximou beijando nossas mãos, eu apenas sorri.
— Oi Ramone, você está com o celular que eu pedi?.- Vanessa conversava com o homem enquanto eu observava tudo.
— Sim, vou pega-lo.
— Madelaine, outra curiosidade sobre mim, eu amo batata chips e refrigerante, pode anotar, mas só essa batata.- Vanessa apontava me mostrando enquanto colocava na sacola.
— Sério? Essa é horrível.- Fiz uma careta e a morena me olhou feio.
— Aqui está Vanessa.- Ramone entregou o celular para a mesma que logo tratou de me entregar.— E linda Madelaine, você poderia me passar o seu número para sermos apenas amigos.
— Deixe a minha mulher Ramone.- Vanessa claramente segurava a risada enquanto andava para fora do lugar.
Saímos dali caminhando pela calçada enquanto eu ouvia alguns recados, Vanessa apenas me olhava apreensiva assim como eu por medo de algum ser de George.
— Droga tem muitos recados, eu preciso de um computador, tem como?.- Parei de andar e me virei em direção a Vanessa, que logo assentiu.
— Tem um lugar logo ali na frente, vem comigo.
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A Proposta
WerewolfMadelaine Grobbelaar Petsch é uma poderosa dona de uma editora norte-americana, forte, dura, incisiva, adora criar um clima de terror sobre seus funcionários. Depois de saber que está prestes a ser deportada de volta para o Canadá, por ter violado o...