V- primeiro segredo

117 10 23
                                    

E tinha sido tão ruim como ela tinha imaginado, enquanto Tenten a ajudava com o banho, ela estava dolorida, e nenhum um pouco decepcionada, ele tinha tentado, e isso era bom, havia generosidade verdadeira nele, generosidade esta que ela tinha conhecido nas palavras escritas em papel de carta perfumado, o perfume dele.

Mas ela mesmo que tivesse se perdido nos beijos dele, logo o medo tinha se instalado nela, e a tensão tinha destruído qualquer possibilidade de prazer pra ela, e tornado tudo mais doloroso.

— Eu sinto tanto, maninha. — Tenten secava o cabelo dela.

— Pelo quê? — Questionou — Sabiamos que não seria fácil, e pra mim tudo bem. Eu sou oficialmente a duquesa Redsand, e estamos seguros.

— Hinata por Deus, se comporte como uma mulher apaixonada. Surte, grite, e chore. — Tenten exigiu.

— Eu não sou assim, nunca fui. Não tive tempo, e não vou começar agora. — Olhou o teto calmamente.

E então Hanabi entrou pela porta, com cara de preocupação. — Hina vou matar aquele Duque…

Hinata gargalhou. — Venham, dormir suas travessas. — E logo as três estavam na cama acomodadas sob as mantas.

Gaara estava sentado diante da lareira, pensando no modo como ela correra dele, e do desastre que tinha sido as núpcias, ela tinha mudado de uma donzela disposta, a assustada e gelada e depois a chorosa.

Ela tinha fugido, e ele não a tinha seguido, era pra ter sido ele a dizer que a próxima vez seria melhor, a tomar a responsabilidade que era sua.

Mas tinha de confessar que àquela noite tinha traziado de volta a paixão que os mistérios da sua noiva tinham ofuscado. Maeve Léa tinha voltado ao seu subconsciente como uma larva adormecida, no centro da terra cozinhando, e voltara a explodir.

Podia lembrar de cada nota perfeita entoada por uma boca que ele nunca tinha visto, das pausas dramáticas em músicas melancólicas, e dos gritinhos de prazer nas músicas alegres.

Com ela aquela noite teria gritos de prazer, não haveria dor, medos virginais, só o mais puro e legítimo prazer. E então se chamou de estúpido, quem era ele pra comparar sua doce esposa presa no campo por sua culpa, com uma cortesã francesa, acostumada as viagens, aos palcos, aos aplausos e aos prazeres da carne.

Como podia ser tão leviano, ao estar sonhando com uma outra mulher, a tão poucas horas de casado. Levantou-se para ir em busca da esposa no quarto contiguo e lá estava adormecida entre duas mulheres, a irmã mais nova e amiga misteriosa, e a invejou, queria estar na América com os irmãos, queria ser alvo de Kankuro com suas brincadeiras infantis, de Temari com seu sarcasmo incorrigível, queria ser só o irmão mais novo, sem nenhuma responsabilidade.

O ruivo entendia o pai que tinha opotado por levar os filhos para um lugar onde não seriam julgados por serem únicos, e no fim, ele era a personificação do duque perfeito, elegante, rápido de raciocínio, capaz de seguir a vida com decoro que a posição exigia, capaz de levar o trabalho muito a sério. Até suas paixões terem relativamente escondido suas obrigações, de seus olhos perspicazes.

Porém vê-la bem, tinha feito conciliar o sono e no dia seguinte eles tinham conversado pouco, e ela não parecia ter reclamações, só algumas reservas e ele interpretou como medo de deitar-se com ele. E a deixou quieta em seu canto.

E então o dia da partida tinha chego, e ela tinha chorado copiosamente por um tempo, e depois tinha se fechado resignada. A viagem tinha sido exaustiva e ele a deixou se acomodar com sua dama de companhia, esta era ainda mais exótica que a esposa, uma garota de cabelos ruivos rosados, com um nariz empinado, que parecia não gostar dele.

Mistério reveladoOnde histórias criam vida. Descubra agora