Hinata olhou o céu que ameaçava uma chuva torrencial, sentiu um tipo de aperto no coração, talvez fosse saudades do marido, talvez fosse só seu coração dizendo que era de voltar, ou talvez não fosse nada.
Já se iam quase 8 semanas tocou o ventre que já despontava. Era óbvio que depois dos encontros torridos ela estivesse a gestar, mas quando fugira a cavalo não tinha pensado nisso, na possibilidade de perder o filho por ciúmes de si mesma.
Suspirou, mais uma vez melancólica, e então cascos de cavalo a toda velocidade a tiraram do devaneio e seu coração se sobressaltou.
Correu até a sala para ver o irmão engajado em um beijo torrido com a esposa. E a frustração tomou conta de si, seu marido não a tinha procurado.
— Sua cabeça oca. — Neji ralhou com ela. — Sabes os riscos que correram nesta fuga?
— Oh Neji, estamos ótimas, não o vê. — Hinata devolveu.
— Pela graça bendita de Deus. — O moreno segurou as mãos da irmã. — Seu marido não teve a mesma sorte, e está desaparecido.
Hinata engoliu o soluço. — Como assim meu irmão?
— Seu marido estava por aí em sua busca, e finalmente esta semana as descobriu, por sorte, andava acompanhado e me contactaram. Mas assim como não havia pista suas, assim como não o encontramos dele.
— Mas nem fizemos absolutamente nada tão elaborado...— Ela Lamentou.
— Mas alguém o fez minha querida. — Neji afirmou. — Alguém se esforçou para que tivéssemos muitas pistas falsas a seguir…
A morena caminhou em silêncio, sem nada ouvir apesar da conversa aos arredores, Gaara tinha estado a buscar por ela, e estava desaparecido, alguém a tinha ajudado, naquela sua fuga, alguém tinha impedido que ele a encontrasse, alguém o tinha levado com a intenção de tê-la.
— Vamos para casa. — ela sabia sem nenhuma dúvida de quem se tratava. — Todo mundo pronto em duas horas. — Olhou o irmão. Vou precisar de um magistrado da corte. Acho que pode pedir a Itachi Uchiha para fazer isso.
— Você não irá a lugar algum sozinha. — Neji interrompeu.
— Ela não irá mesmo. — Tsunade cortou.
Hinata olhou severa a mulher para que não housasse falar que ela estava a gestar. — Só faça o que eu te pedi, não é como se fossemos chegar, em casa tão rápido. Levaremos quase o mesmo tempo. — Viu que Neji não abriria caminho daquela vez. — Se eu prometer que me hospedarei as noites. E só agirei na eminência da sua chegada… por favor Neji...
— Olha bem o que você causou, da próxima vez, pense bem nas consequências dos seus atos. — O moreno reclamou. — E não eram vocês para terem bom senso? Da próxima vez que quiserem fugir, fuja pra casa.
Ela não se deixou abater, apenas encarou o mais velho. — Saiba meu irmão se eu quisesse sua opinião, teria pedido, farei o seguinte, irei aonde desejar, por que já o fazia, antes mesmo de ser uma mulher casada, vá matar a saudade da sua esposa.
Andou em direção ao quarto decidida a partir em duas horas, Sakura seguiu-a de perto. — Mana, estás grávida...pense bem...
— Olha sério? Estás grávida também Saky, e de alguém que não pode assumir-te. Sinceramente, somos farinha do mesmo saco.
— Eu ainda não sei disso. — A rosada sentou-se. — Sabes que eu sou irregular...e ainda, se estou, não tão avançada como tu. — Sacudiu a cabeça triste. — Eu vou casar-me assim que estiver em casa com um velho decrépito.
— E pensar que sua escolha seria o mais novo. — Hinata abraçou a amiga.
— Eu não fui escolhida por ninguém de fato. — A rosada lamentou. — Não que eu me arrependa do que fiz e bom eu gostaria de ter uma criança dele.
— Foi bom, não é? — A morena sorriu cúmplice.
— Ele sabe como fazer uma garota feliz. — A rosada suspirou. — Mas eu não poderia aceitar o oferecimento dele de fugir a Gretna Green.
— Por que você ama o irmão dele.— Hinata lamentou. — Perdão, ter ficado tão focada nos meus problemas com meu marido…eu teria pelo menos te impedido de dormir com o irmão errado.
— Quem se importa, vou me casar com um velho decrépito, ser sua vaca parideira, acho que seria pior, se eu tivesse amor, para depois perde-lo. — Sakura acarinhou a barriga da amiga. — Pare de me usar pra fugir do assunto, seu marido desaparecido estava por aí te procurando.
— Não pode ser que ele se importe...— As lágrimas contidas ameaçando romper em uma cascata. — Ele nunca se importou...
— Oh minha amiga, eu estava lá, eu vi o jeito que seu Duque te olhava, o jeito que vocês se olhavam. E o fogo que creptava, seu Duke, está apaixonado, assim como você está.
— Eu não acredito, mas vou buscá-lo mesmo assim. — as lágrimas desceram.
— Sabe que terá que voltar com ele para Londres, e se portar como uma esposa devotada. Não é?
— Vamos morrer em vida, Saky. Eu não posso viver com ele, termos um filho sem que ele me ame... podíamos fugir e viver na casa de Minerva, eu tenho o dinheiro Saky…
— Oh minha pequena sonhadora, sempre sonhando com finais felizes, sabe bem que não há felicidade, para ladys com uma responsabilidade. — A rosada se levantou. — Arrumarei tudo para partir assim que estivermos prontas.
Hinata abriu a gaveta e segurou as cartas dele junto ao peito, como podia a distância fazer o amor crescer? Como podia ama-lo mais agora.
Abriu sua carta favorita.
" De seu pobre escravo.
Como me fez refém das suas palavras, diga-me lua?
Como me fez apaixonado e desesperado por algumas pequenas palavras suas?
Sim, apaixonado. Tens me tirado o sono, me feito perder os números no trabalho, tens me feito um tolo sonhador. Tens-me aos teus pés para o que desejares.
Quero tanto estar contigo, que não sei do que eu seria capaz para descobrir quem é você.
Amo-te sem ao menos ver o seu rosto, sem ouvir tua voz, apenas as ideias desta tua cabeça iluminada.
Mesmo que tudo um dia se esvaia, que eu a perca por todo o sempre, saiba porém, que terá um coração Londrino que bate por ti.
Que ama-te. E sempre te amará.
Seu, apenas seu, sol.
Obs: as vezes sonho que decidiu me conhecer. Seu Sabaku no Gaara."
A carta que ela não tinha podido responder. Aquela em que ela tinha desistido do segredo, por que doeu-lhe a mentira. Por que o amor já lhe tomava por completo.
No condado de Townsight, Gaara acordava a cabeça latejava, e estava com muita fome, já faziam quase uma semana daquele cativeiro, o tal homem que ele não conhecia, jurava que ela viria para casa em busca dele.
E ele rezava para que não viesse, amava a esposa, e preferia morrer a que ela corresse qualquer tipo de perigo.
Se sentia mal, um tanto febril, creditou a fome, ou talvez ao machucado na perna era pequeno mas doía. Deixou-se levar novamente pela inconsciência.
E sonhou que ela vestia vermelho e as longas madeixas estavam soltas ao vento. E ela rodopiava em seus braços em uma valsa perfeita, e sorria com bochechas coradas.
E ela ainda o amava, sorriu genuinamente feliz por amar e ser amado.
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Mistério revelado
FanficA situação era terrível, e ela tinha feito, uma escolha arriscada. A paixão era avassaladora, e ele tinha feito, uma escolha prudente. E assim os dois rumaram juntos pra um futuro, cheio de silêncios constrangedores. AU /Gaahina