Capítulo 6

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Hugo

— Vocês precisam me ajudar — tento sem sucesso, encontrar uma forma de resolver os problemas da Sarah com um passo de mágica. — Esse foi o nosso primeiro contato com a Sarah, não dá para fazer pressão, vamos ter cautela.

— Ela não parece nada interessada em ajuda. — Laura afirma

— Exatamente. Esse deve ser o trabalho mais difícil que a liga já fez. Diferente dos outros que nos contrataram, A Sarah não parece ter interesse na empresa ou em qualquer outra coisa em sua vida. — Um alerta acende a luz em minha mente quando concluo o pensamento. — Eu percebi que quando a Laura falou sobre a empresa, ela fez uma discreta expressão de pavor, repulsa...

— Esse é o problema — acrescenta Laura — Ela não tem ambição de se tornar o que nós queremos transformá-la.

— E o que estamos fazendo aqui? — O prático Heron intervém.

— Estamos tentando apenas ganhar o maior pagamento e principal trabalho de nossa empresa até o momento. — chamo a atenção de todos — quanto mais difícil, mais valor terá. Quero que todos se dediquem integralmente à Sarah.

— Não fomos contratados pela Sarah, — Laura argumenta — apesar de que, deveria ser de seu interesse, mas quem nos contratou foi o Artur. Ele sabe a sua necessidade e precisa que ela assuma o seu lugar em algum momento.

Alguns gritos desesperados irrompem pela casa. Olhamos um para os outros preocupados. Levantamos todos ao mesmo tempo e começamos a correr em direção aos gritos.

— Parece a voz da Rina — Hana afirma quando chegamos à porta do quarto de Sarah.

— Por favor, não faça isso — Ela está deitada sobre Sarah em sua cama — Me diz que você não fez isso de novo.

Eu vejo o desespero e uma angústia percorre o meu peito. Não pode ser o que eu estou pensando. Paraliso no lugar. Os outros tentam levantar Rina que não para de gritar e chorar.

É o que eu estou pensando, sim. Vejo os sinais. Várias caixas de medicamentos, embalagens de blister, jogados no chão e no criado.

Marta, a governanta da casa, entra no quarto em desespero.

— Minha menina, o que você foi fazer? Pelo amor de Deus, me ajuda — Toca o meu braço clamando por algo que eu estou impossibilitado de dar. Estou em choque.

— Vou chamar a ambulância — Lana sai do quarto correndo.

Eu me aproximo do corpo com as mãos trêmulas, preciso testar a presença da pulsação. Por favor, meu Deus, por favor...

Heron está estático com a cena. Vejo o temor em sua expressão e o desespero nos demais dentro do quarto. Hana começa a chorar e Laura a abraça, assim como Marta abraça Rina para que ela pare de gritar.

Eu não consigo dominar meu cérebro ou meu corpo. Não consigo saber o que devo fazer. Estou afetado de uma maneira que parece que me jogaram dentro de um pesadelo de anos atrás. Estou tomado pela culpa. Como não percebi o que estava acontecendo aqui. Eu mais do que ninguém deveria ter detectado os sinais.

Lana volta para o quarto.

— Estão a caminho. No máximo 10 minutos, segundo informaram. — ela me olha como se quisesse decifrar como estou.

Heron chega perto e me abraça. Eles sabem o turbilhão de coisas que se passam dentro de mim com essa cena.

— Ela vai ficar bem — meu irmão sussurra.

Aproximo novamente da cama e toco em sua pele. Está quente e suada. Não deve ser um bom sinal. Os medicamentos devem estar fazendo efeito.

As mulheres conseguem levar Rina e Marta para fora do quarto e eu permaneço ao lado da cama com Heron.

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