Lana:
Acordo de um pesadelo... Eu estava me afogando. Em sangue.
Me sento na cama ofegante... Passo as mãos pelo cabelo e respiro fundo.
Calma Lana não foi nada. Apenas um pesadelo. Mais um.
Tiro as cobertas e levanto... Forço a memória e não me lembro de nada... De ter vindo pra cá. De ter tirado o vestido. De...
Maximos. Ele de novo. Cuidou de mim de novo.
Coloco um shot qualquer em cima da cômoda e uma blusa azul clara. Abro a porta e ela ranje e
Puta merda isso dá medo.
Fecho a porta até escutar o clik da maçaneta.
Pisco algumas vezes até me acustumar com a claridade e... Vejo uma luz no meio do corredor. O quarto do Maximos.
Bem... Se ele está acordado posso dizer obrigada e me desculpar. Pelo ocorrido.
Ando devagar sem fazer nenhum barulho... Olhando para todos os lados. Até chegar na frente de sua porta.
Bato uma vez.
Duas
Três.
Da última vez ele estava dormindo... Seguro a maçaneta e a giro.
O quarto está escuro... A cama dessarumada e uma luz vindo de um cômodo dentro do quarto. Ando devagar... Vejo a blusa dele no chão. Me apoio na parede e olho pra dentro do cômodo.
Ele está encostado em uma mesa de madeira de braços cruzados... E em sua mão direita um pequeno pote branco. Ele está sem camisa. Seu peito sobe e desce rapidamente. O cômodo parece um mini escritório. Papeis sobre a mesa... Cadeiras... Quadros nas paredes... E uma janela na lateral. Dando um tom moderno ao lugar.
-Maximos...- sussuro.
Ele olha pra mim e se desequilíbra... Segura firme na mesa e me olha com certo... Medo
-oque está fazendo aqui Lana? Deveria estar domindo- ele vai pra trás e eu realmente estou interessada nesse pote em sua mão.
-eu... Só queria agradecer por...- ele está nervoso. Visivelmente nervoso
-não foi nada. Agora volte pra cama está tarde-
Dou um passo pra frente
Ele um pra trás.
-porque está nervoso?- ele engole seco -oque é isso na sua mão?-
-na...nada- me aproximo e pego o pote da sua mão rapidamente -isso é invasão de privacidade me devolva Lana-
Começo a ler o rótulo
-isso é para suas cicatrizes não é?- ele engole seco
-oque?- aponto para o pote
-isso... É para suas cicatrizes não é?- ele olha pro chão.
-você não vai me deixar sair com ao menos um pingo de dignidade dessa não é?!- suspiro e ele acena -sim. São para minhas cicatrizes-
-você está desconfortável. Porque quer usar. Não precisa er... Bem ela doen?- eu nunca me perguntei sobre isso
-as vezes. Bem eu... Não tenho muito a sensibilidade das costas- cambeleio pra trás.
Ah deus.
-e eu me sinto ridículo. Isso é ridículo- ele balança a cabeça varias vezes
-por não conseguir alcançar suas costas?- ele acena
-também- não suporto vê-lo assim... Tão indefeso e desprotegido.
-pare com isso... Céus você é perfeito. Simétrica e matematicamente perfeito e eu nem sabia que era possível alguém ser tão prefeito então. Não se sinta ridículo por cicatrizes e nem por não alcançar suas costas- ele me olha meio surpreso... E acena -vire- ordeno com voz imponente
-oque? Pra quê?- ele se afasta
-eu posso passar em você...-
-não, não, não, não e não- aceno
-tudo bem... Mas... Pode me dizer como as conseguiu? Guerra?- ele olha em meus olhos. E a cor deles sumiu
-foram meus presentes de aniversário desde que fiz 8 anos até meu aniversário de 38... Ele não voltou para meu aniversário de 39- o pote caí no chão e eu tampo a boca com a mão.
-que...quem?-
-Demiris- eu não respiro. Não falo. Minha garganta está tampada.
-porque?- soluços... Meus soluços
-porque manti minha mãe viva por 38 anos- eu desabo... Choro... Choro por pena dele. Por compaixão. Por ele se esconder atrás dessa capa de monstro.
-porque?- falo chorando
-porque eu a amava demais para deixa-la ir. Então apenas a manti viva com aparelhos- todos os ossos do meu corpo estão quebrados pela fragilidade de sua voz. Eu nunca o vi assim... Frágil. Quebrado.
-como? Faca?- ele nega
-chicote- eu nem consigo vê-lo direito... As lágrimas não deixam eu... Ah céus porque.
-eu... Eu... Eu sinto muito. Sinto tanto. Maximos eu...- sinto seus braços em meus ombros
-eii naor chore. Não por mim. Seja forte Lana. Como foi hoje com a Stella- a voz dele é baixa... Muito baixa
-eu não sou forte. Nunca fui- falo entre os soluços
-é sim.você é-
-droga. Não sou... Eu nunca fui forte o sufiente pra dizer que eu vi meu pai matar minha mãe e não tentei impedir. Nunca fui forte pra fazer a faculdade que queria. Nunca fui forte para vestir as roupas que gosto. Nunca fui forte pra enfrentar a valentona da escola. Nunca fui forte. Eu sou franca. Eu tenho vontade de chorar até tudo isso acabar. Mas ninguém me entende. Ninguém nunca me entendeu. Nunca e isso dói e eu nunca gritei alto o sufiente tudo oque eu sinto. E eu sou tão covarde que não tenho nem coragem de dizer pra você que o amo... O amo desde a primeira vez que o vi. Mesmo com toda sua capa de monstro. Porque seus olhos dizem mais.... Muito muito mais. Porque eu tenho medo de não se boa pra você. De te decepcionar. E isso dói muito-
Ele está desequilibrando... Se segurando na parede e negando com a cabeça. Varias vezes.
-não... Não diga isso-
-me desculpe- falo apertando a boca
-não se desculpe- ele se apoia na parede -você... Você me quebrou. Desde a primeira vez que eu te vi... Lana eu amo você como nunca achei que fosse possível-
Pare o mundo.
Pare o tempo.
Ele atravessa o escritório e eu estou em seus braços... E sua boca está na minha.
Me revindicando... De novo e de novo.
Seguro sua nuca,seus cabelos são sedosos e passam pelo meu dedo como seda macia.
Sua língua é doce o suficiente para que eu pense ser algodão doce.
Ele está ofegante... Respirando muito rápido.
-eu apenas tenho medo. De que um dia você me deixe- ele acaricia meu rosto com as pontas dos dedos muito muito leve -eu te amo demais para te deixar ir-
Sorrio...
-eu nunca vou te abandonar. Nunca- ele me pega no colo... E eu dou um gritinho pela surpresa.
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meu anjo tem assas negras
RomanceO pior de todos os imperadores do inferno acaba tendo a missão de levar uma humana de volta para sua casa. será que ela conseguirá domar essa fera? será que alguém tão frio como ele poderá realmente amar?