Capítulo 5

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And if you fell to your death today
I hope that heaven is your resting place
I heard the doctors put your chest in pain
But then that could've been the medicine
And now you're lying in the bed again
Either way I'll cry with the rest of them

Afire Love - Ed Sheeran

Quando recebi a notícia que vovô tinha sido internado eu me culpei

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Quando recebi a notícia que vovô tinha sido internado eu me culpei. Me culpei por ter viajado, me culpei por não estar ao seu lado naquele momento e me culpei pelo tempo que Ava demorou para chegar ao hospital. Eu sabia que ela veio dentro do limite da velocidade e devido a isso nós tínhamos demorado tanto mas mesmo assim eu ainda me culpava. Quando chegamos ao hospital ninguém tinha notícias do meu avô ainda e eu preferi ficar com meus pais, eu precisava deles naquele momento, meu pai era o homem mais forte que eu conhecia e se ele estava acreditando que tudo ficaria bem eu sei que isso era verdade. Mas a verdade é que eu não sabia se ele acreditava nisso. 

Quando vovô desceu e disse que poderíamos subir de um a um eu olhei a minha volta e pensei que ainda demoraria uma vida pra chegar a minha vez, mas mesmo assim respeitei a ordem das coisas, primeiro papai, depois tio Victor, mamãe, tia Carol, João Paulo e só então eu fui. Eu andei pelos corredores do hospital devagar, como quem quer adiar um momento, e eu realmente queria, eu queria adiar o adeus que um dia eu daria pro vovô. Quando cheguei em frente a sua porta dei duas batidas e ouvi sua voz me mandando entrar. Eu não estava preparado pra ver vovô tendo fios ligados ao seu corpo, calculando seus batimentos, aferindo sua pressão e temperatura, eu queria ver vovô falante como sempre me chamando pra ver um filme e me dizendo que eu sou seu neto Luis favorito. 

-Oi meu neto Luis favorito. - falou. 

-Oi vô preferido. - respondi. 

-Você só tem a mim de avô. - ele falou. 

-E o senhor só tem eu de neto Luis. - falei olhando pra ele - Como o senhor está? 

-Cansado filho, essa é a única coisa que eu sinto, cansaço. 

-O senhor pode dormir se quiser. - falei. 

-Não, eu quero conversar com todo mundo, um por um. - falou. 

-Por que vovô? 

-Porque é necessário. - falou dando por encerrado aquele assunto. - Sabia que seu nome não foi a única coisa que você herdou de mim? 

-Eu sempre achei que tinha herdado a beleza do senhor também. 

-Isso com toda certeza. - falou - Mas você herdou também o jeito de amar. Você ama Luis pra você, você ama em segredo e filho não é isso que o universo fez pra ser o amor. Você precisa contar pro mundo e principalmente pra ela. 

-O senhor sabe o quão complicado é. - falou. 

-Complicado por que? Você e Ava foram criados como primos? - ele perguntou e eu acenei que sim - Mas vocês não são primos, não é certo deixar esse amor morrer só pra agradar os outros Luis Henrique, e eu tenho certeza que Bruce amaria te ter como genro, claro que a primeiro momento ele ia te caçar com uma arma, mas depois ele entenderia, porque nada é mais bonito do que o amor que você sente por ela. 

-Não sei vovô. 

-Me responda uma coisa. - falou - Qual a coisa que você mais quer na vida? 

-Na vida não sei, mas uma das coisas que mais quero é ser o CEO da Stone. - falei. 

-E se eu te falasse que você tem que escolher ou a Stone Motors ou a menina Ava? - perguntou - Você nem precisa me responder, mas pense. O começo do meu relacionamento com sua avó não foi fácil, ela era de uma família de médicos e eu um pé rapado, mas eu lutei, eu fiz o mundo ver que eu era digno pra Patricia, eu lutei até ela ser a Patricia Stone, minha mulher, mãe dos meus filhos e o eterno amor da minha vida. 

-Vovô. - falei com os olhos já cheios de lágrimas. 

-Só pensa nisso e promete pra mim que nunca seu sonho vai ser maior que o seu amor. 

-Eu prometo vovô. 

-Eu te amo menino e tenho muito orgulho de você e de meu nome ser o seu. - falou. - Agora dá um beijo no seu avó e vai chamar sua prima. 

-Eu te amo vovô, pra sempre. - falei deixando um beijo nele e aproveitando o calor do seu abraço.

Quando cheguei na recepção eu falei pra Karol entrar e fui direto pros braços da minha mãe onde chorei igual criança pelo simples fato de sentir que pro meu vô aquela tinha sido uma despedida, eu chorei pelo que ele me falou e chorei mais ainda por não saber como cumprir a promessa que fiz pra ele. Eu vi todos irem falar com ele e quis toda hora voltar e o abraçar de novo, eu queria o colo do meu vô. Logo acabaram todos os Stone e vovó voltou pra perto do vovô, não demorou muito pra ela voltar e mandar Bruce subir e depois dele Ava, minha melhor amiga parecia desolada quando voltou de lá, mas eu não tive como consolá-la porque eu também estava, então deixei que Bruce fizesse isso por mim. Ficamos todos na sala de espera em silencio cada um em seus próprios pensamentos. Vovó foi a única autorizada a ficar mais tempo com ele e isso devia ao fato dela ser médica. Eu estava pensando em tudo que vovô tinha me falado quando um médico saiu porta a fora, a mesma porta que vovó tinha saído antes pra nos dar notícias. 

-Familiares de Luis e Patricia Stone. - ele chamou olhando pras cadeiras. 

-Aqui. - papai falou erguendo a mão. 

-Senhor... 

-Nickolas, Nickolas Stone. 

-Tenho duas notícias. - falou - Sua mãe teve que ser sedada e está agora dormindo em um dos nossos melhores leitos e a segunda notícia é que infelizmente seu pai veio a óbito. 

Quando o médico proferiu aquelas palavras eu perdi o chão, eu sai correndo em direção a porta em que o médico tinha saído antes, eu queria ver meu vô mandar ele acordar e falar que ele precisava parar de fazer piadinhas. Quando eu estava chegando na porta Ava entrou na minha frente.

-Rick. -ela falou  abrindo os braços em frente a porta. - Não vai adiantar Rick. 

-Meu vô. - eu falei abraçando ela e chorando em seu ombro - Meu avô Ava. 

-Eu sei Luis, ta doendo, mas agora o vovô descansou, ele me disse que estava cansado, e ele descansou. 

Ela me abraçou e me confortou e naquele momento eu agradeci por ter Ava em minha vida 

PredestinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora