Capítulo 11

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Yeah, we could call it love, or we could call it nothing But you got what I want, so baby, give me something

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Yeah, we could call it love, or we could call it nothing
But you got what I want, so baby, give me something

Sacrifice – Black Atlass & Jessie Reyez

Eu tinha recebido uma ligação do Rick depois de meses sem ouvir a sua voz, ainda era difícil para mim toda a distância que agora existia entre nós. Tanto a distância física, quanto a distância emocional que nos distanciava me machucava, mas eu não tinha armas para lutar contra elas. E então como se fosse luz em meio as trevas o meu telefone tocou com uma chamada dele, eu senti até meu coração se descompassar, e quando eu atendi que ele perguntou sobre minha apresentação garantindo a mim que viria eu fiquei em êxtase, mas quando começaram as apresentações e eu não o vi ali meu ânimo foi se esvaindo.

— Você é a próxima Ava, está preparada? – Perguntou minha professora de dança.

— Totalmente pronta. – Respondi.

— Dance como se estivesse dançando para o amor da sua vida. – Disse um dos meninos da produção.

— Melhor ainda, dance como se tivesse querendo conquistar alguém. – Disse um dos bailarinos que eu tinha feito amizade ali.

— Vou dançar - Falei.

Então a apresentação das meninas terminou e as luzes foram apagadas, a produção carregou o pole para o meio do palco e o posicionou. Eles deram o sinal de que estava tudo certo e minha professora me olhou, eu acenei positivamente para ela e ela falou no microfone que aquele era a última apresentação da noite e falou meu nome. A luz branca que estava no centro do palco se apagou e uma rosa bem clara foi jogada do lugar de onde eu sairia, e então a música começou. Eu apareci no canto do palco e respirei três vezes como sempre fazia e então quando o cantor começou a dizer "yeah" ao fundo da música eu me preparei antes da primeira batida eu comecei a correr e no momento exato da primeira batida eu me joguei no pole dance. Eu fiz toda a parte do pole como sempre fazia, concentrada e então cai, e quando estava no chão me lembrei do Davi, o meu amigo bailarino dizendo que eu devia dançar como se tivesse seduzindo alguém e quando a voz da Jessie Reyez foi ouvida eu me levantei e me agarrei com as duas mãos ao pole dance e empinei minha bunda para a plateia e então como se meus pensamentos saíssem de dentro da minha cabeça Luis apareceu na minha frente.

— Luis. – Eu sussurrei.

E em um momento eu estava apoiada no pole dance e no instante seguinte eu estava sendo jogada no ombro do Luis.

— Acabou o show Ava. – Ele falou me levando de volta para a coxia.

— Me solta Luis Henrique. — Falei quando me toquei o que ele estava fazendo, eu reclamava e batia em minhas costas.

— Só vou te soltar no carro. – Falou.

— Minhas coisas. – Falei quando vi que ele estava indo em direção a saída.

— Eu tenho pernas, posso eu mesma ir buscar. – Reclamei.

— Ótimo, já entendi que você não vai precisar delas. – Ele voltou a caminhar em direção a saída.

— Estão no meu armário. É o segundo da terceira fileira a direita. – Indiquei onde ir para ele e ele o fez sem pestanejar.

Ele foi ao meu armário pegou minha bolsa com minhas coisas jogou no outro ombro e continuou marchando pra fora como se nada mais importasse, e eu só conseguia pensar que eu mataria Luis Henrique na primeira oportunidade. Quando chegamos em frente ao seu carro ele destravou as portas com a mão livre e me colocou sentada no banco do passageiro, eu poderia tentar sair dali se eu me esforçasse, mas eu sabia que era uma luta perdida, pelo menos por enquanto. Ele me entregou sua jaqueta e pediu para colocar, mas meu sangue estava quente o suficiente para negar aquilo, então eu joguei ela no meu colo de qualquer jeito e esperei. Ele chegou em minha casa rápido o suficiente para eu imaginar as multas que ele tinha tomado pelo caminho, o que pouco me importava.

Desci do carro quando ele estacionou o mesmo na garagem e sai deixando sua blusa jogada no banco que eu antes ocupava. Eu tinha ciência de que estava sendo infantil e que talvez me arrependesse depois, mas eu deixaria isso acontecer no tempo certo. Apertei o botão do elevador e esperei por ele e Luis conseguiu estar ao meu lado antes da porta se cobrir.

— Ava Smith, veste essa blusa. – Falou como se tivesse dando uma bronca em mim.

— Não. – Rebati – Você está achando que é quem? Meu Pai? Pois saiba que minha mãe, meu pai, meus irmãos já me viram assim e nenhum deles ousou me dizer que eu deveria me cobrir.

Entrei dentro do elevador que tinha parado na garagem e apertei o botão do meu andar, eu pouco me importava se Luis Henrique viria junto ou não, mas ele veio. Quando paramos no meu andar eu abri a porta do apartamento e entrei. Aquele foi o primeiro lugar que eu tinha visto um Stone na minha vida, foi naquele lugar que eu tinha conhecido Luis Henrique.

— Você sabe onde está tudo. – Falei e dei as costas para ele, eu não brigaria.

— Ava volta aqui. – Ouvi ele falando.

— Para quê Luis Henrique? – Perguntei num tom mais alto que o normal – Para você vir com desculpinhas esfarrapadas? Eu posso ter perdido minha vaga na companhia por causa de você!

— Não foi minha intenção. – Falou – Eu estava com a cabeça cheia e ver você fazendo aquilo só piorou as coisas, você é minha irmã Ava.

— Eu não sou a droga da sua irmã – gritei já sentindo meus olhos se encherem de lágrimas de raiva – Quando você vai entender isso? Eu não sou sua irmã.

— Não você não é. – Falou.

— Então para de me tratar como se fosse. – Falei e dei as costas para ele de novo.

Eu estava indo para o meu quarto com muita raiva, raiva o suficiente para me acabar de gritar com ele. Além da cena que tinha armado ele ainda me dizia que eu era a irmã dele, que o raio o partisse ao meio, eu não era, eu não podia ser, porque irmãos não tinham os pensamentos que eu tinha com ele.

— Ava. – Ele me chamou me segurando pelo braço.

— Eu não sou seu irmão e eu tenho consciência disso.

— Pois não é o que parece. – Falei – Já que você faz questão de esfregar isso o tempo todo na minha cara.

— Talvez eu esteja esfregando na minha própria cara, porque eu não deveria ter os pensamentos que tenho com você. – Ele disse me prensando entre ele e a parede do corredor – Se quiser que eu pare fale agora, porque se não falar eu vou te mostrar em como não te imagino como uma irmã.

— Pois então mostre porque eu não vou te mandar parar. – Falei.

E então Luis Henrique Stone me beijou, um beijo onde sua mão foi parar na minha bunda e as minhas arranhavam sua nuca, um beijo que mudaria tudo. 

PredestinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora