Capítulo 4

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If I could, then I would

I'll go wherever you will go

Way up high or down low

I'll go wherever you will go

If I could turn back time

I'll go wherever you will go

The Calling - Wherever You Will Go

Eu sabia que algo estava  muito errado só pelo fato de tia Beatriz ter ligado pra ele, mas então eu ouvi a conversa

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Eu sabia que algo estava  muito errado só pelo fato de tia Beatriz ter ligado pra ele, mas então eu ouvi a conversa. Todos que tinham um pouco mais de intimidade com os Stone sabiam sobre o coração do vô Luis e eu como melhor amiga de toda vida do Rick sabia o quanto o vô significava pra ele, o quanto ele era importante. E então eu fiz a única coisa que achei que podia ajudar naquele momento, eu corri até ele e o abracei. 

-Hey, vai ficar tudo bem Rick. - falei. 

-E se não ficar? - questionou. 

-Vamos pensar nisso se vir a acontecer. - falei - Vamos arrumar nossas coisas e fazer o check out, precisamos voltar o quanto antes. 

-E seu teste, é amanhã Ava, você não vai ter animo de voltar. - falou. 

-É porque eu não vou voltar, eu posso fazer outros testes Rick, mas apoiar a sua família nesse momento eu só posso fazer uma vez. - falei dando os ombros - Agora vamos. 

Eu o ajudei a colocar as coisas na mala e então fechamos o quarto e descemos, eu fui fazer o check out enquanto Rick foi com nossas malas na frente pra poder guarda-las. A moça da recepção ainda quis questionar o porque estávamos indo embora depois de tão pouco tempo hospedados, quis dar descontos e sei lá mais o que, e só desistiu quando eu disse ser um emergência familiar com nosso avô.

-Prontinho - falei chegando em frente ao carro onde Rick me esperava. - Eu dirijo. 

-Eu posso dirigir. - falou. 

-Pode mesmo, mas eu também posso, e agora é minha vez. - falei. 

-Tudo bem teimosa. - falou - Enquanto isso vou ligar pro meu irmão ver se eles sabem de alguma coisa. 

E foi o que ele fez, passou a viagem de volta toda ao telefone, com o irmão e depois os primos, mas ninguém tinha notícias do vô e isso piorava o estado do Stone sentado ao meu lado. 

-Já estamos chegando. - falei. 

-Vai direto pro hospital que a vovó trabalha, meu vô tá lá. - foi o que ele me disse. 

-Ta. 

Quando chegamos ao hospital eu fui obrigada a dar duas voltas no quarteirão até encontrar uma vaga e quando a achei Luis Henrique desceu correndo do carro, mal dando tempo de eu estacionar ele. Eu preferi nem falar nada, porque sabia que aquele não era Rick sendo ele mesmo, era o lado preocupado dele agindo. Eu tranquei o carro e segui pelo mesmo caminho que ele tinha feito anteriormente e encontrei todos os Stone reunidos na recepção do hospital, todos com o olhar abatido, vi no canto mais afastado meu pai e foi pros braços dele que fui, enquanto Luis Henrique chorava nos braços da sua mãe. 

-Oi papai. - falei abraçando ele e recebendo seu abraço de volta. 

-Oi meu amor. - ele falou me olhando - Eu tinha certeza que te encontraria aqui. 

-Eu precisava apoiar Luis e além do mais não podia deixar ele dirigir do jeito que estava. - falei. 

-E seu teste? - questionou ele. 

-Outros virão. - falei -Você sabe se alguém tem alguma notícia do vovô?  

-Ainda não sabemos nada. - falou. 

-E a vovó? - perguntei. 

-Está tentando informações, mas aparentemente nem o fato dela ser médica está ajudando hoje. 

-Você acha que é muito grave? - perguntei. 

-Dessa vez temo que sim. 

Depois da resposta do meu pai tudo que restou entre nós foi o silêncio, eu não queria fazer mais perguntas porque simplesmente não queria ouvir suas respostas, então preferi me calar e aproveitar do abraço do meu pai enquanto pensava. 

-Vovó. - falei vendo a senhora que eu tanto amava sair de uma das portas da emergência.

-Como ele está mãe? - Nickolas perguntou. 

-Agora bem, seu pai foi socorrido a tempo, mas a situação está se complicando cada vez mais e você o conhece. -  ela disse soltando uma lufada de ar. - Ele já pode receber visitas, mas apenas um por vez. 

Eu vi os Stone se organizarem para irem ver o Luis e fiquei quieta em meu canto com papai, eu tinha vontade ver vê-lo e ter certeza que tudo estava bem, mas eu não era da família, então não seria daquela vez, que eu iria.  Eu vi os dois filhos dele subirem, um a um, depois as esposas e então os filhos, por último os netos e quando o último neto saiu vovó Patricia subiu, retornando logo em seguida, fazendo com que todos na sala de espera segurassem o ar. 

-Bruce. - ela chamou se virando pra nós - Luis quer ver você e depois Ava. 

-Claro. - meu pai falou - Vai com seu amigo.

-Vou ficar aqui eu estou bem. - falei dando um beijo nele. 

-Oi Ava. - vovó  falou se sentando ao meu lado. 

-Oi vovó. - falei - A senhora sabe o que ele quer comigo? 

-Quem entende Luis filha? Nem eu que convivi com ele toda minha vida. - falou - Mas ele foi específico em perguntar de você. 

-De mim? 

-Sim, primeiro ele perguntou da menina Ava e depois do seu pai e então disse que era pra eu falar pra seu pai subir e que você deveria ir por último. 

-Vovô sendo vovô. - falei pra ela. 

-Exatamente isso minha querida, exatamente isso. - falou acariciando minhas mãos. 

Ficamos em silêncio as duas, uma apreciando a companhia da outra, eu queria tanto ter palavras bonitas e de acalanto para dizer pra ela, mas naquele momento nada vinha a minha mente então eu apenas mostrava pra ela com gestos que eu estava ali. 

-Ava. - Ouvi a voz do meu pai. 

-Sim. 

-Luis está te chamando. - falou. 

Eu ouvi as instruções dele de como chegar no quarto do vovô e subi, dei duas batidinhas na porta e ouvi sua voz fraca me pedindo pra entrar. 

-Oi vovô.- falei com lágrimas nos meus olhos. 

-Oi minha menina, venha aqui. 

Eu fui pro seu lado o ouvir falar e me aconselhar como sempre fez, eu fiz aquilo pensando que aquela não poderia ser a última vez que ele faria isso, eu fiz pedindo pra não ser a última vez. 

....

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