Capítulo 13

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We're fucked up in a beautiful way

Love is a drug, but it never comes with a warning

And if you cut me out, you'll never hear my side of the story

You Me At Six - Beatiful Way 

You Me At Six - Beatiful Way 

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Ava não demorou a dormir nos meus braços depois que nós dois nos demos por satisfeitos. E eu não consegui pregar meus olhos pensando na besteira que eu tinha feito. Era um fato que eu amava e sempre amaria aquela mulher que dormia em meus braços, porém mais motivos do que eu podia enumerar me faziam ver que aquele era um romance que já estava destinado a fracassar.

Nossas famílias eram praticamente a mesma, já que eu não me lembrava de um único momento em minha vida que eu não tivesse a presença deles comigo e minha família. Quando eu era criança eu me lembro que sempre fui ensinado a chamar Bruce de tio e que eu o tratava do mesmo jeito que tratava o meu tio Victor, e ele sempre fora para mim a mesma coisa que meu tio. Era Bruce quem me levava e buscava na escola, levava para a aula de natação e cuidava de mim quando meus pais não podiam e Ava sempre estava presente. Isso fez com que nós dois sempre fossemos criados como primos, tanto que tudo que vivi com João Paulo, Rafael e Karol eu também vivi com Ava e seus irmãos. E com isso eu sempre vi meus sentimentos como errados, por que como eu podia amar Ava do jeito que eu amava se o simples ato de pensar em viver tal coisa com a Karol me causava repulsa? E como explicar para mim mesmo que o amor que eu senti a vida toda era errado?

Eu não podia fazer isso, não quando eu tinha Ava em meus braços depois ter tido a melhor noite da minha vida. Eu queria poder mostrar meu amor de forma livre e ver onde nossos sentimentos nos levariam, era o que eu mais desejava. Era como se meu coração estivesse dividido entre fazer o certo, que eu vinha fazendo até aqui, ou fazer o que eu queria e amar Ava sem pensar nas consequências, na família, em qualquer coisa que não fosse nós dois, fazer exatamente o que eu tinha feito hoje. Minha mente estava uma confusão, eu não sabia o que fazer e olhar para Ava dormindo tranquilamente em meus braços não me ajudava em nada. Eu precisava colocar meus pensamentos no lugar. Foi pensando nisso que tirei Ava dos meus braços e a arrumei na cama e cobri, eu me levantei, tomei um banho e me vesti. Voltei a me sentar na cama ao lado de onde Ava dormia alcancei um caderno que era dela e que descansava ali e escrevi a ela um bilhete. Eu me levantei da cama e dei a volta nela dei um selinho em Ava.

— Espero que você me perdoe. – falei para uma Ava adormecida – Eu amo você.

Então eu saí do apartamento dela, deixei as chaves reserva na portaria e fui para meu carro. Joguei minhas coisas que eu tinha pego do apartamento da Ava de qualquer jeito no banco de trás e dei partida deixando naquele lugar uma Ava adormecida e parte do meu coração. Eu não queria voltar para casa, mas eu sabia que se não avisasse ninguém a primeira pessoa que ligariam para me procurar seria Ava e eu não queria que fizessem isso agora, então eu liguei para minha mãe, eu sabia que ela se assustaria por conta do horário, mas sabia também que se não avisasse seria pior.

— Filho está tudo bem? – Ela falou logo que atendeu.

— Oi mãe, está tudo bem sim. – Falei – Estou ligando só para avisar a senhora que eu estou indo para o sítio do vovô.

— Você não ia ficar com a Ava? – Perguntou – Ela está indo junto?

— Não mãe, eu vou sozinho, Ava está em casa. Eu vi a apresentação dela, nós passamos a noite junto e eu estou indo para o sítio.

— Vocês brigaram Luis Henrique? – Perguntou novamente.

— Não mãe, você sabe que eu nem sou capaz de brigar com ela. Eu só preciso de um tempo. – Falei e suspirei.

— Está tudo bem mesmo meu amor?

— Vai ficar mãe. – Falei – Eu te ligo assim que chegar lá. 

— Vou ficar esperando — Ela disse — E querido, seja lá o que tenha acontecido entre você e Ava isso vai se resolver. 

— Ta certo mãe, boa noite. 

— Boa noite filho, eu te amo. - falou. 

— Também te amo mãe.

Dei partida no meu carro e saí dali, eu sabia que quanto mais eu permanecesse na cidade, perto de Ava mais dolorido tudo aquilo iria se tornar. Eu precisava mesmo sair dali. Foi o que eu fiz, dirigi por tempo o suficiente para estar longe o suficiente dela quando ela despertasse e visse o grande canalha que eu tinha me tornado, parei apenas em um posto para abastecer e depois no sítio quando eu cheguei. Eu peguei as chaves que ficavam escondidas num fundo falso de um dos vasos de plantas e entrei, na manhã seguinte eu ligaria para Karol e diria que estava em seu sítio, mas hoje, só por hoje eu só queria ficar quieto no meu canto.

Subi pra um dos quartos, o que eu sempre dividi com meu irmão quando passávamos as férias ali, e me joguei na cama, e ali eu chorei, por mim, meus sentimentos, pelo melhor momento que eu tinha tido em minha vida, por Ava, pelas nossas famílias. Eu me entreguei aquele choro com  a esperança de que amanhã fosse melhor. Eu me deixei chorar prometendo a mim mesmo que aquela era a últimas vez que faria aquilo, porque amanhã eu seria forte, amanhã eu me dedicaria 100% a ser o próximo CEO da Stone Motors, e se depois que eu conseguir isso Ava ainda me quiser em sua vida, eu farei de tudo para que ela seja completamente feliz, como ela deve ser. 

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