12º Capítulo

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- Não, quero que você conheça a famiglia.

- Ou seja a Cosa Nostra? - pergunto arqueando a sobrancelha. Estive pesquisando mais sobre a Cosa Nostra e sei que é uma máfia italiana que também é conhecida como famiglia. Na Cosa Nostra siciliana cada grupo é denominado famiglia, a famiglia é organizada da seguinte forma, a máfia tem a sua hierarquia clara e centralizada em forma de uma pirâmide, no topo está o don (chefe), com um conselheiro e um subchefe abaixo, os capôs (chefes), e uma espécie de tenentes formam a terceira fileira da hierarquia e abaixo deles vêm os soldados responsáveis pelo trabalho sujo. Na base da pirâmide encontramos os associados, os associados são os políticos, empresários, traficantes, assassinos de aluguel e todo tipo de parceria que possa ser comprada para facilitar os negócios da máfia.

- Sim, sua nova família - sorri de lado - quero que você conheça a famiglia então mais tarde partiremos pra Sicília e não aceito um não como resposta.

- Não tenho opção mesmo, se eu não aceitasse seria levada a força - ele concorda com a cabeça - só me responda uma coisa - ele assente - porquê que não me procurou antes?

- Eu não só procurei você mas eu sempre estive por perto e cuidei - o olho sem entender - deixei você sob os cuidados de Habib - não consigo acreditar no que ele disse.

- Como assim? - pergunto incrédula.

- Na época a máfia italiana estava sendo atacada pela máfia russa, muitas cabeças rolaram e muito sangue foi derramado, inclusive o da sua mãe - ele diz a última frase carregada de ódio - eles sabiam o meu ponto fraco. Eu não podia deixar eles tirarem-te de mim, então eu falei com o Habib - ele suspira - Habib era o meu irmão e por coincidência melhor amigo da sua mãe, eu o odiava por isso além disso ele não podia entrar na máfia porque os familiares maternos são da polícia e era um filho bastardo do meu pai mas mesmo assim mantínhamos contacto, dei ordens pra ele cuidar de você e se mudarem pra cá por conta do perigo que corriam lá. Agora que você se tornou nessa mulher forte e inteligente eu vi que estava na hora de você saber sobre tudo.

- Então o que houve com a minha mãe não foi um acidente? - Altero a minha voz tentando segurar o choro - 𝑚𝑎𝑙𝑒𝑑𝑒𝑡𝑡𝑜𝑠, você não sabe o quanto eu sofri quando ela se foi, um dos piores momentos da minha vida e agora fico sabendo que ela foi assassinada?! - uma lágrima escapa - eu odeio isso, eu sinto tanta falta dela todos os dias - deixo a minha postura de mulher de aço e choro, ele vem até mim e me abraça, sua mão acaricia o meu cabelo, me sinto bem e protegida com ele. Gregory ou seja o meu pai seca as minhas lágrimas com o seu lenço de bolso, a porta da sala é aberta e o Nunes entra com uma cara nada boa e o meu pai o encara da mesma forma.

- Quem te deu autorização de entrar na sala sem bater? - meu pai pergunta, seu maxilar está travado e as mãos no bolso, só espero que eles não briguem.

- E quem é esse Aiyra? - seu olhar vai para o meu pai.

- Sinceramente eu não tenho que dar satisfação - despejo rancor nas palavras - e não vejo o porquê de você entrar sem bater.

- É claro né - seu tom de voz é carregado de sarcasmo - não foi a você que um homem disse que comprou 40% das acções da empresa, só quero saber se é verdade - ele me encara desacreditado.

- É verdade - já tinha me esquecido de avisar - já marquei uma reunião pra mais tarde.

- Deveria ter me consultado antes de qualquer coisa já que eu sou o sócio majoritário - pende a cabeça de lado com as mãos no bolso arqueando a sobrancelha.

- E eu sou a dona de tudo isso, então espero que você se contente com isso e me deixe em paz, agora faça o favor de sair da minha sala - aponto pra porta.

Ela não tem donoOnde histórias criam vida. Descubra agora