Vinte

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Eu sou um imbecil do caralho. Não havia outra maneira de dizer isso. Era o que eu era. Peguei minha última caixa do chão e coloquei no balcão da cozinha. O cacto estava no topo com seu absurdo vaso de crânio.

Eu deveria tê-la deixado em paz. Na primeira semana neste lugar, sabia que ela era um problema. Sabia que ela estava com problemas. Ela não fazia parte do meu plano. O que tinha sido simples: fugir, nova cidade, apartamento novo, nova vida. Eu deveria gastar o meu tempo fazendo minha carreira, mexendo com meus projetos de reforma da casa e me mantendo sozinho. Não tinha nada que conhecer meus vizinhos. Se eles soubessem do que eu estava fugindo, eles não iam querer nada comigo de qualquer maneira.

Mas, droga, essa mulher.

Tudo o que precisei foi dar uma olhada nela, tomando seu café na varanda, apoiando-se na grade com a bunda saindo naquela calcinha. Então ela abriu a boca e cuspiu fogo. Eu fui fisgado. Homens como eu não gostavam de boas garotas e Dezesseis estava longe de ser uma boa garota.

Fazendo escandaloso (foi o que pensei na época) sexo várias vezes por dia, enchendo a cara até o completo esquecimento todas as noites vestida com aquelas loucas roupas sexy.

Não, ela não era uma boa garota. Mas as boas garotas eram superestimadas.

Talvez, se eu não estivesse tão cegamente atraído por ela desde o começo, teria visto o dano mais cedo. Não que isso importasse. Na verdade, ela ficou mais atraente para mim quando consegui ver que ela tinha seus próprios demônios. Não há nada no mundo como um coração parecido com o seu.

Eu não estava mentindo quando disse que nada, nem mesmo suas cicatrizes, poderia torná-la nada além de linda. Ela era perfeita e sem defeitos.

Peguei a caixa e tirei o cacto, olhando para ele. Ela estava certa, pensava nela sempre que o via. Mas não porque ela era espinhosa, mas porque ela foi muito inteligente para comprar isso depois de ter sido uma cadela. Isso era o que era Anahí... ela cortaria você e depois cuidaria de você.

Eu caminhei até a porta de vidro e depositei o vaso. Eu queria ficar com ele, levá-lo comigo. Realmente queria isso. Queria uma parte dela comigo. Queria uma representação física de que ela fez parte da minha vida. Mas eu não conseguiria fazer parte de uma Annie brilhante e perfeita com meu passado fodido.

A porta fez um som vazio enquanto eu a fechava e subia pelo corredor. O que era adequado. Era assim que eu me sentia por dentro. Como se estivesse deixando uma parte importante de mim para trás.

Eu não queria ser um merda. Era verdade quando quis dizer que ligaria enquanto ela estivesse fora e que eu a levaria para a cama quando ela voltasse. Eu quis dizer isso. Não pude pensar em passar um dia no meu apartamento sem ela lá. Preferivelmente nua.

Mas isso foi antes de eu abrir a minha porta na manhã seguinte em que ela saiu.

Abri a porta, meio esperando que fosse o síndico do prédio ou talvez até mesmo ela, decidindo que não queria ir depois de tudo. Ou que queria que eu fosse com ela. Poderia ter havido um pouco de esperança quando a abri.

Mas rapidamente morreu quando senti meu estômago embrulhar. Porque na minha porta estava um dos meus próprios fantasmas. Com todo o seu um metro e noventa e dois de músculos e tatuagens desnecessários. — Você pensou que poderia simplesmente sair? — ele perguntou como uma saudação, seus olhos verdes tão parecidos com os meus.

—   Shane, — assenti com a cabeça, sabendo que esse era o fim.

Eu não iria me afastar dele. Deles. Eu teria que voltar.

—   Empacota sua merda, — ele disse, olhando para dentro do apartamento. — Ou vou trazer alguns dos caras pra quebrar tudo. Você tem oito horas para empacotar isso tudo e me encontrar na frente. Eu vou dirigir.

For a good time, call...Onde histórias criam vida. Descubra agora