Quem É Franklin Harris?

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O verde das árvores de Conrad Bleu Liberty High resplandecia sob o sol de abril em White Lake City. Os girassóis que acompanhavam a passarela da entrada desabrocharam com opulência naquela semana.

Se não fosse pelo desabrolhar daquelas pétalas amarelas, Serena não teria inferido há quantos dias estava desabrigada das insolências de Alana.

Haviam se passado um pouco mais de sete dias e ela ainda não havia retornado para White Lake City.

Normalmente a menina de olhos de mel não se amofinaria com sua ausência, todavia daquela vez era diferente.

A solidão daquela mansão de paredes compridas e brancas nunca parecera tão assídua como estava sendo de fato. E por mais argumentativa que fosse, Serena ainda não havia encontrado respostas para suas próprias perguntas.

Contudo, mesmo que se sentisse confusa sobre seus tormentos internos, não pôde relegar as últimas palavras de Alana naquela noite caliginosa de domingo.

Talvez ela estivesse certa.

Dentro daqueles dias indiscutivelmente extensos encontrou tempo para refletir sobre o que aquilo significava afinal e por que lhe incomodava tanto. Era provável que fosse pela soberba intrínseca de Alana, mas Serena sabia que havia algo mais.

Teve certeza quando avistou Franklin Harris pela primeira vez na aula de geometria do professor Wright.

A camisa preta parcialmente desabotoada destacava a cor crócea dos fios e Serena encontrou-se rendida pelo azul intenso daquele olhar rútilo.

Não se atraía por meninos da sua idade, muito menos pelos que estudavam na mesma escola. Mas o contorno da camisa de algodão sobre os ombros congraçava impecavelmente com a escultura daquele torso.

Quiçá fosse a imagem muito bem delineada através da calça cáqui e o escuro da camisa ou o sapato social cintilante Monk Sutrap Paccino Black. Serena não saberia dizer, mas Franklin era definitivamente díspar.

Era hora de pensar em si, a começar pelos seus sentimentos. Serena sempre estivera perto do amor porém nunca havia desfrutado da ardência de uma paixão.

E Franklin Harris parecia ser a trilha perfeita para a evidenciação daquele sentimento que lhe sufocava pela diligência.

Desde que cruzara seu olhar com a imensidão azul daquelas íris desconhecidas, elucidou para si mesma que se apaixonaria por aquele rapaz.

- Eu desisto! - Impaciente, Serena bufou as palavras como um suspiro.

- O que houve? - April ajeitou as costas contra o tronco da árvore.

- Já usei todos os meus métodos de sedução com o Franklin mas nada parece funcionar.

Seus pés caminhavam incessantemente ao redor da árvore ancestral que lhes abrigava do sol quente.  Pela primeira vez Serena aparentava estar de fato perdida.

Não era como se ela soubesse exatamente como agir nessas situações, tudo que sabia provinha de filmes e revistas joviais.

Como quando derrubou propositalmente a velha caneta de pompom rosa no chão para que Franklin pegasse.

Ou quando mandou entregar flores para si mesma durante a aula do Senhor Berkeley.

Mas, estranhamente, dessa vez nada havia funcionado.

- Já tentou chamá-lo para sair? - Zoe indagou enquanto suas vistas acastanhadas enleavam-se no próprio reflexo do espelho em sua mão.

- Chamá-lo para sair? - As sobrancelhas de Serena estavam arqueadas desta vez - Não deveria ser ao contrário?

O Verão Em White Lake CityOnde histórias criam vida. Descubra agora