A VONTADE DO FOGO - SAGA DO FOGO/LIVRO 03

18 - Sangue do meu sangue

K Y R A

Encarei as projeções dos demais ninjas, não havia ninguém corpóreo uma vez que meu parceiro tinha sido mandado para pegar o corpo da jinchuriki da duas caudas no país do relâmpago a fim de encurtar a viagem de Hidan e Kakuzu até o esconderijo da estátua, mas era também uma forma de evitar que viessem atrás dela como aconteceu com o Kazekage. Pain não permitiria que nos achassem de novo, não quando isso lhe custou à perda do Sasori.

Senti os olhos de Tobi sobre mim, ele não voltava para casa há semanas, eu estava sentindo sua falta embora estivesse aliviada porque assim não precisei explicar meu próprio sumiço dias atrás. Pain chamou nossa atenção e fez o jutsu dos nove dragões fantasmas para o selamento do jinchuriki, o resto de nós concentrou o chacra entrando em posição.

- Você se deu ao trabalho de nos chamar aqui só para selar esse duas caudas? – a voz de Hidan ecoou irritada.

- Levará três dias, preparem-se – Pain respondeu com sua voz monótona.

- Três dias? – Hidan reclamou mais uma vez – Isso vai demorar demais, cara. Está chovendo aqui.

- Hidan, eu não quero ficar ouvindo isso - Kakuzu reclamou com seu parceiro de forma cansada e irritada, eles dois tinham essa dinâmica estranha e eu me questionava como Kakuzu ainda não tinha matado Hidan.

- Eu estava prestes a matar aqueles idiotas da folha – Hidan falou de maneira birrenta e meu coração parou por um instante – Eu perdi a chance de mostrar aqueles ateus o poder de Jashin!

- O povo da folha não é ateu, eles consideram os seus antecessores deuses e agem com base na filosofia da vontade do fogo – Pain retrucou me deixando surpresa por ele ter defendido Konoha – Bem, acho que podemos dizer que algo assim, é uma justificativa para lutar.

Hidan parecia irritado e eu estava sentindo uma tensão ainda maior pesar em meus ombros. Ele não tinha dito que havia matado alguém, mas sim que perdeu a oportunidade de matar. Minha cabeça zunia com as teorias, eu queria tanto perguntar se eles tinham lutado.

- Seu idiota! O que está insinuando? Hein? – Hidan perguntou para Pain.

- Não tive intenção de insultar a sua razão para lutar. Estou no mesmo barco que você, afinal de contas. Não importa a razão da guerra, religião, filosofia, recursos, terra, vingança, amor, até um capricho... Não importa o quão trivial seja o motivo qualquer um pode causar uma guerra. O instinto humano busca conflitos - Pain começou a falar e eu odiava concordar, mas ele tinha razão.

- Ninguém está ouvido o seu discurso interminável. Olha só, eu resolvo as coisas do meu jeito, eu tenho os meus próprios objetivos e não pretendo desistir de tudo por essa organização – Hidan respondeu de maneira petulante.

- Enquanto estiver ligado à organização Akatsuki irá colaborar com nosso objetivo, quando ele for alcançado seus próprios objetivos serão realizados – Pain falou calmamente.

- Você pode falar o que quiser, mas não mudará o fato de que tudo que a Akatsuki quer é ganhar dinheiro e esse é o tipo de motivo para lutar que eu mais odeio – Hidan comentou de maneira exasperada.

- Tem razão nosso objetivo imediato realmente é dinheiro, mas o verdadeiro objetivo da Akatsuki é outro, só que precisaríamos de muito dinheiro para alcança-lo.

- Depois do Tobi e da Tenshi eu sou o membro mais novo da equipe, então não sei nenhum detalhe – Hidan retrucou – Você fica planejando as coisas pelas minhas costas.

De fato, éramos os membros mais novos da organização, mas o que Hidan não sabia era que Tobi conhecia a Akatsuki muito antes de qualquer um deles e que por nossa relação próxima eu mesma já estava ciente do plano maluco e deturpado de Pain.