30 - O ataque de Pain

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K A K A S H I 

Ele estava na vila, era um dia estranho e senti assim que acordei que alguma coisa estava errada. Dez dias eles tinham demorado para chegar até nós, dias que nos permitiu erguer barreiras e nos programar o mínimo com as informações precárias que tínhamos. Explosões começaram a aparecer em várias regiões diferentes da vila, prédios começavam a cair e casas tinham suas portas e janelas invadidas para todo lado. Animais imensos brotavam nas ruas vilas, cães, centopeias e pandas. Grandes demais para serem normais e em seus olhos o padrão arroxeado do rinnegan. Um ataque brutal, uma distração e a busca por Naruto.

Civis começavam a se ferir e a gritar em pânico, a força tarefa de controle e os genins tentavam se organizar. Uma única invasão na barreira tinha resultado em uma destruição rápida assim, encontrei os outros Jonins a meio caminho dos pontos de controle de danos. Obter informações também era a nossa prioridade, entender como os fantoches de Pain operam para então encontrar Nagato Uzumaki e por fim aquela organização ridícula.

As informações tinham sido passadas a todos os ninjas da aldeia e agora todos eles sabiam que Kyra estava viva e era uma espiã da Akatsuki. De algum jeito eu tinha esperanças que ela viesse com Pain e lutasse por nós. Mais explosões faziam o solo tremer abaixo dos meus pés. O barulho alto dos sinos deixou claro que era um código vermelho, ataque direto. Iruka e seu esquadrão se posicionavam tentando salvar o maior número de civis. Os minutos se arrastavam e as destruições se multiplicavam a cada segundo, ajudei alguns civis a chegarem até o hospital, mais animais enormes perambulavam pela vila e eu ainda não tinha encontrado nenhum dos corpos de Pain.

Acelerei os passos, o oponente como aquele não era de brincadeira, libertei o sharingan e no meio do caminho encontrei alguns chunins machucados. Eu tinha acabado de coloca-los em uma área segura, quando notei Iruka mais a frente tirando um companheiro da área de estilhaços de uma explosão. Comecei a correr em sua direção quando um dos corpos de Pain apareceu diante dele, cabelos ruivos, alto e usando o manto da Akatsuki. Droga, corri mais rápido no momento que o Pain iria golpeá-lo com uma espécie de estaca de metal.

Bloquei a estaca a meio caminho do rosto de Iruka encarando o rosto do homem que assassinou o mestre Jiraya.

- Vocês fazem barulho demais apenas para poder investigar pelas sombras, é? – Indaguei e me virei para Iruka – pegue seu companheiro machucado e saia daqui o mais rápido possível, deixa isso comigo.

Continuei segurando a estaca no lugar enquanto Iruka apoiava o amigo e saia às pressas do local. Pain aproveitou para desvencilhar do meu aperto, firmei minha posição e tomei distância analisando-o.

- Onde está o jinchuriki da raposa de nove caudas? – A voz dele indagou sem se alterar.

- Isso que está fazendo é inútil, as pessoas dessa vila são diferentes, mesmo que signifique a morte certa nenhum de nós venderia um companheiro – falei.

O local onde estávamos não havia mais civis, porém eu não conseguia mais identificar que parte da vila era aquela, só havia construções desabadas, canos estourados e fumaça. Desolação e vazio, caos. Eles conseguiram destruir quase toda a vila apenas em uma manhã. Encarei o padrão do rinnegan em seus olhos e vi a minha morte neles, um oponente forte capaz de assassinar o mestre Jiraya e destruir metade da vila. Não era para menos que Kyra não soubesse praticamente nada sobre ele, pensar nela doía. Saber que talvez eu encontrasse o meu fim em breve sem vê-la outra vez, uma ultima vez. Morrer protegendo os mais fracos, morrer cuidando de outros. Sacrifício. Eu tinha lido uma vez "como um ninja deve morrer", com dignidade e honra. Como o terceiro Hokage havia feito, como meu sensei, Asuma, Kushina, Obito e Rin tinham feito. Aquele era um bom jeito de morrer. Então eu me preparei.

A VONTADE DO FOGO - SAGA DO FOGO/LIVRO 03Onde histórias criam vida. Descubra agora