A VONTADE DO FOGO - SAGA DO FOGO/LIVRO 03

40 - Uma difícil decisão

K A K A S H I 

O clone de tinta desapareceu subitamente enquanto corríamos pela floresta, a neve já havia sido deixada para trás e o fato de Sai ter perdido o controle sobre o clone me deixava saber que Sakura tinha conseguido enganar os garotos e desacorda-los. Eu tinha pouco tempo para atuar e precisava me apressar. Disparei entre as árvores me esforçando ao limite para cobrir a extensão de terra o mais rápido possível, se Kyra estivesse com ele talvez não permitisse uma batalha dos dois e o Obito sabia o quanto eles eram importantes para Kyra, mas ainda sim parte de mim se perguntava se eles protegeriam a Sakura.

Parei rapidamente encontrando no solo abaixo Kiba, Akamaru, Sai e Lee desacordados na estrada de terra. Agachei-me até o rosto de Kiba e dei tapinhas para acordá-lo, os olhos do garoto tremeram e ele franziu o cenho, me aproximei mais dele. Kiba estava ainda grogue.

- Kiba, para que lado a Sakura foi? – perguntei pausadamente.

- Norte... mais ou menos um quilometro – ele disse com dificuldade e apagou completamente.

Sakura tinha aprendido muito mais que ninjutsu medico com Tsunade, uma droga tão potente em tão pouco tempo. Os meninos estavam totalmente apagados. Peguei cada um deles e os deitei na grama ás margens da estrada, assim ficavam ocultos e protegidos.

Voltei a correr concentrando mais chacra no meu nariz buscando o cheiro de Sasuke e de Sakura, não era um território que eu conhecia bem, o país do ferro não era hospitaleiro com outras nações e raros eram aqueles que voltavam dessa terra com vida. Mas eu lembrava os mapas que eu estudava na Anbu que havia uma ponte de pedra gigantesca por aqui. Conferi meu armamento, se Sasuke tinha lutado com os cinco kages então seu corpo poderia estar desgastado e exausto, mas não duvidei nem um segundo que ele seria igualmente letal se ele desejasse. Eu nunca me perdoaria se Sakura morresse pelas mãos dele.

De fato, quanto mais eu me aproximava da ponte mais o cheiro dele ficava forte, no entanto, não havia vestígios do cheiro de Kyra e nem o cheiro de Obito. Eles estavam sozinhos. Meu peito queimava com temor e esforço. Os dois estavam próximos, os olhos de Sakura presos nos de Sasuke.

Ele estava acabado, arranhado e machucado. A camisa fustigada. O terreno ao redor estava marcado, a ponte parcialmente destruída, duas enormes árvores tinham surgido no meio da estrutura de pedra e no chão marcas de explosivos.

Mas foi a expressão nos olhos dele que me impactou, era ódio em seu formato mais puro, duas esferas negras fitavam o rosto de Sakura. Desprezo banhava sua expressão e raiva. Aquele menino não era o Sasuke que eu conheci, era uma casca de escuridão. Então a mão direita dele tremeu quando formou o chidori, o golpe que eu havia ensinado, tanto controle de chacra que sequer precisou de selos. Ele a mataria sem hesitar.

Avancei no momento em que ele ergueu a mão e puxei seu punho para a direção contraria. Seus olhos escuros me fitaram e ele tentou me dar uma rasteira, mas desviei acertando um chute em suas pernas e afastando-o de Sakura.

- Você ia mata-la? – cuspi as palavras chocado – o quanto você decaiu, moleque.

Antes que ele conseguisse firmar os pés eu lancei uma shuriken com fio de aço prendendo seus braços e imobilizando o corpo dele. Mas Sasuke usou um jutsu de substituição para escapar e em seu lugar apareceu um toco de madeira. O verdadeiro apareceu logo atrás me encarando com um quê de deboche e presunção. Arrogante demais para o próprio bem.

- Um atrás do outro – ele riu – interessante!

Olhei por cima do ombro avaliando o estado de Sakura, suas mãos tremiam e seus olhos não deixavam os de Sasuke.