Adormecido.

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               Passou um dia, dois, três, quatro

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               Passou um dia, dois, três, quatro... Passou uma semana, duas, três... Um mês, dois, três... Nada de Carl acordar.

Faith e Sophia o visitavam diariamente nos primeiros dias, estavam muito preocupadas com o amigo, desejavam logo a volta dele. Mas depois de um tempo, Faith simplesmente parou de ir.

Começou a passar mais tempo com Enid, a garota de olhos verdes realmente havia amadurecido em relação a Carl — pelo menos por enquanto, já que o mesmo está adormecido e ela não precisa conviver com ele —.

E de repente, foi como se ela começasse a olhar Enid com outros olhos, e Enid já a olhava assim a muito tempo, talvez até mesmo desde o dia — ou melhor, noite — em que conheceram.

Ninguém mais acreditava na volta de Carl, apenas Rick, Michonne e Sophia. Nem mesmo Faith acreditava que o garoto de olhos azuis brilhantes estaria presente novamente na vida dela, a incomodando desde os onze anos.

Mas não era como se Faith tivesse superado os beijos que deu em Carl, ou esquecido os abraços e confortos que o garoto lhe deu quando Conan faleceu, ela jamais esqueceria disso. Mas Faith sempre aprendeu de uma forma diferente a lidar com os sentimentos, o ignorando.

E talvez, ela até tenha transferido o que sentia por Carl para Enid, já que ambas se aproximaram muito desde o adormecimento do Grimes do meio.

Faith começou a fazer com Enid coisas que normalmente fazia com Carl, como por exemplo; ler as histórias em quadrinhos em cima do telhado e contar um pouco como era no CCD — ou melhor, mentindo algumas partes sobre o CCD quando Enid perguntava sobre como a garota foi criada —.

Quando Faith e Enid se beijaram pela primeira vez, elas estavam lendo as histórias em quadrinhos que Raleigh havia ganhado de Carl, e Sophia já sabia o quanto Carl ficará chateado se souber disso.

Mas o beijo delas não foi como foi o beijo de Faith com Carl, não foi em um momento onde Faith se abria, não foi de uma forma até carinhosa. Enid simplesmente a beijou, e dessa vez, Faith optou por retribuir, simples assim.

Afinal, Raleigh não gosta de Enid desse jeito, apenas gosta de estar perto dela e fazer o que fazia com Carl junto a ela, ou seja, ela gosta dos momentos que a fazem lembrar de Grimes.

Faith havia feito dezessete anos a alguns dias, e Travis resolveu ter uma conversa séria de pai e filha com ela, uma que ele realmente achou por anos que nunca aconteceria — já que passou cinco anos pensando que sua tão querida filha estava morta —.

— Aconteceu alguma coisa? Por que você quer falar comigo? — A garota pareceu confusa enquanto entrava no quarto.

— Senta aqui. — Ele deu dois leves tapinhas no lugar vago ao seu lado.

Com a sobrancelha levantada, a mais nova sentou-se ao lado do pai.

— Então...? — Perguntou.

— É sobre você e Enid. — Falou sério.

— O que tem eu e a Enid? — A garota ainda estava confusa.

— Vocês estão juntas? — Perguntou calmamente.

— Juntas? — Fez uma careta. — Eu não sei, acho que sim.

— E você gosta dela?

Essa fala demorou um pouco para ser respondida, Faith não tinha certeza, qual o significado de "vocês estão juntas"? Existe diversas variações dessa fala.

— Gosto... — Falou sem ter certeza, afinal, ela não tinha certeza.

— Eu quero que você saiba que independente de tudo, eu amo você, ta bom? — Ele pegou a mão da filha. — Não importa de quem você gostar, isso nunca vai anular o que eu sinto por você, ta bom? Você sempre será minha princesinha, mesmo que não precise mais de mim, mesmo que saiba se cuidar melhor que todos nós, você sempre, entendeu? — Deu ênfase no sempre. — Sempre será a minha garotinha!

A garota não entendia o motivo de seu pai estar falando aquilo para ela, mas ela sentou extremamente confortável e segura naquela conversa, como se ela precisasse ouvir aquilo mas só não sabia.

Travis quando era adolescente e ainda estudava, sempre defendia Eric — seu irmão caçula — de comentários maldosos e homofóbicos durante o período escolar, vivia em brigas e suspensos apenas para proteger seu irmão mais novo.

Tinha medo de um dia aquilo acontecer com algum filho seu e ele nunca saber, ou a criança simplesmente ter medo de contar e não ser aceita pelos pais, assim como Eric tinha medo de contar aos pais, e Travis era o único que sabia da sexualidade do irmão caçula.

Faith então apenas abraçou o pai, que a segurou firme em seus braços, foi um abraço bom, aconchegante.

— Eu também amo você. — Ela falou sorrindo entre os braços do pai.

— Mas, por que você está me falando isso? Tem algo de errado? — Perguntou saindo do abraço do pai.

— Não, meu amor. Não tem nada de errado com você, mas as pessoas são maldosas, e eu só não quero que você sinta que tem algo de errado com você por causa das outras pessoas.

Faith então simplesmente ficou em silêncio, Travis não gostou então resolveu fazer uma brincadeira para quebrar esse silêncio que para ele ficou desconfortável.

— Mas no fundo, eu sempre achei que você acabaria ficando com o Carl, sabe? Aquela vontade que você tinha de matar ele me deixava imaginando o quanto seria engraçado vocês dois juntos.

Travis nunca soube sobre os beijos com Carl, o homem gostava de Carl, mesmo depois de tudo, ele confiava no pequeno Xerife. Mesmo quando Carl era idiota com Faith, ele levava isso como coisa de criança, que logo passaria — e ele estava totalmente certo em relação a isso —.

Faith soltou um suspiro triste, encarando seus pés por alguns segundos.

— Eu acho que o Carl não vai voltar, pai. — O olhou. — Ja faz tanto tempo, ninguém vive tanto tempo assim com poucos recursos.

— Talvez ele apenas tenha sorte, deveria acreditar mais na volta dele, vocês estavam muito próximos antes da queda do muro, eu gostei da aproximação de vocês, Carl é um bom garoto, vocês tem muito em comum. — Falou enquanto se levantava.

E realmente, Faith e Carl tinham muitas coisas em comum.

— Você está certo, eu devo acreditar mais na volta dele, ele é meu amigo também. — Ela respirou fundo.

[N/A] BW é minha primeira história com personagens LGBTQI+ ( não me recordo se a sigla está certa ), então eu realmente não sou muito boa nisso

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[N/A] BW é minha primeira história com personagens LGBTQI+ ( não me recordo se a sigla está certa ), então eu realmente não sou muito boa nisso.

𝐁𝐋𝐀𝐂𝐊 𝐖𝐈𝐃𝐎𝐖, the walking dead ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora