HYDRA.

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— Você pode me odiar, Faith

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— Você pode me odiar, Faith. — Pela primeira vez, Merch chamou a garota pelo seu verdadeiro nome, isso a deixou um pouco surpresa. — Eu não quero mais machucar você.

— Por que eu deveria acreditar nisso? Você sempre fala isso. — Retrucou.

— Você já está grande, maior que eu, é quase uma adulta. Eu não posso mais controlar você, eu não quero mais trabalhar com você, esse é o fim de todos e não tem mais como você mudar isso. — A mulher sentou-se em frente a garota. — Eu vou contar toda a verdade para você, e vai depender de você acreditar ou não.

Faith não respondeu, apenas ficou a olhando, esperando que continuasse.

— Eu tinha trinta e quatro anos quando trouxe você a vida, eu estava completamente louca, eu simplesmente quis criar algo que vi em uma história em quadrinhos do meu irmão, criar algo que só existia em filmes e séries. Eu imaginava prêmios, milhões e milhões de dólares, meu nome em todos os lugares por criar algo que ajudaria a combater a onda de crimes que aconteceu na cidade, mas eu fiquei mais louca do que nunca, eu não me importava com o sentimento de nenhuma de vocês, eu vi muitas morrerem na minha frente, gritarem de dor, e eu simplesmente descartei e queimei o corpo delas, sem rastros nenhum. Eu peguei garotas mortas para ninguém suspeitar de nada, nunca visitam túmulos, ninguém liga para os familiares mortos, seu pai também estava preso, sua mãe mandada para outro país. Eu pensei muito durante esses anos, tudo o que eu fiz foi errado, você continua sendo a cura, mas não pode ser usada.

— Se eu não posso ser usada, por que eu estou aqui? Por qur me tiraram da minha família? Ou melhor, do que sobrou dela! — Faith levantou a voz. — Você quer entrar na minha cabeça de novo, como você sempre fez, você falou para uma criança de seis anos que ela iria ser uma heroína, falou para uma de novo que poderia ser considerada uma deusa, e agora quer falar para uma de dezessete anos o que? Me dê outro adjetivo, outro nome, apelido, número. Eu sei que isso tudo não é verdade, se eu estou aqui alguma coisa você quer.

— Hydra. — Falou.

— Hydra? Que merda é essa?

— Negan sabia de você, e procurou você por meses depois de me encontrar, ele ouviu uma das buscas por vocês pelos rádios, e desde então não parou mais. Ele então me encontrou, e conseguiu todos os equipamentos possíveis para por o próximo passo em ação. — Merch levantou, vasculhando os seus papéis. — Mesmo mortas, todas tinham emoções, e esse sempre foi um medo para mim e Jenner, vocês terem pena de algum criminoso, ou se apaixonarem e quererem deixar a equipe. — Ela sentou-se novamente, entregando uma folha para a garota a sua frente. — Hydra consiste em desligar seus sentimentos, você não se importa com mais ninguém, por isso o símbolo nas suas costas, por isso aquele Halo. Tudo que injetado em você foi por ele, sem ele você é só mais uma zumbi por ai.

— Você está mentindo, não tem como você guardar esse papel por mais de seis anos de apocalipse, eu não vou cair nessa, eu já falei a você. — Raleigh recusou ler o papel.

— Eu reescrevi, eu nunca esqueci. Mas não sou eu quem está querendo isso, é o Negan.

— A culpa continua sendo sua, sempre vai ser sua. Não importa o que você pense, não importe o quanto você se sinta horrível com isso, você destruiu minha vida, eu poderia estar a sete palmos da terra a mais de doze anos se a culpa não fosse sua. — Levantou. — Minha mãe não faz a mínima ideia de quem sou eu, ela matou o meu pai e a culpa é sua. — Começou a andar em direção a cientista. — Eu deveria ter matado você, eu pensei que você estivesse morta, não é possível que você esteja viva esse tempo todo. Você sempre aparece nos meus piores momentos, nos meus momentos mais sensíveis, no momento em que eu desejo finalmente morrer! 

— Eu já pedi desculpas! Eu sei que isso não muda nada, eu sei, Faith. Mas eu quero ajudar você agora, eu quero acabar com toda essa besteira, eu não quero que o Negan transforme a Hydra, então me deixe ajudar você! Finja estar transformada, finja ser o ser mais mortal e sem sentimentos que você conhece, apenas finja não se importar com a humanidade, é o único jeito de acabar com o Negan.

— Mas que porra está acontecendo aqui? — Negan entrou exato momento. — Não me diga que a Doutora está com o medo da própria criação.

Por sorte, Negan não ouviu a conversa.

— Ela não está com medo. — Faith virou-se para Negan. — Não há motivos para ter medo.

— Eu sinto que vou gostar de você, garota. Você vai ser muito útil para mim.

— Você pode gostar de mim, mas eu jamais vou ser amiga de alguém como você. — Retrucou, olhando profundamente nos olhos dele. — Você pode tentar ao máximo, mas eu nunca vou andar ao seu lado por boa vontade, ou por má vontade. Eu só... Nunca vou andar ao seu lado. — Ela sorriu, com o olhar cínico. — Você precisa de mim, mas eu não preciso de você. Então se você quer a minha ajuda, você quem deve andar ao meu lado, vocês podem partir para cima de mim o quanto quiserem, atirar em mim o máximo que conseguiram, mas eu continuarei em pé! Mas e vocês? Um arranhãozinho apenas de brincadeira em qualquer um de vocês, vocês cairão de joelhos e imploraram pela vida. — A inclinada de sua cabeça era amedrontadora. — Então, você pode mostrar a porra do meu quarto? Eu pelo menos quero um lugar decente para ficar nesse lugar imundo!

— Mas que merda garota! Você sabe hipnotizar muito bem! Mas sabe, eu ainda tenho isso. — Ele apertou o botão em seu bolso, eletrocutando a garota até que seu corpo caísse apagado no chão. — Você trabalhou bem nela, estou ansiosa para o próximo passo.

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𝐁𝐋𝐀𝐂𝐊 𝐖𝐈𝐃𝐎𝐖, the walking dead ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora