A Insaciável / Harry Styles & Bella Hadid

12° Culpada

“Quando você deixa os seus problemas acumularem eles viram uma bola de neve, não deixe isso virar uma avalanche."

- Alô? É da Ambulância? Aconteceu uma coisa terrível, uma menina foi esfaqueada.

- Tenha calma, nós vamos ajudar, primeiro você tem que nos dar a informação do lugar em que vocês estão.

- Restaurante Henrique Fogaça, Avenida Times Square.

- Você sabe mais alguma informação sobre a vítima? Nome? Idade?.

- Kaia. Kaia Gerber. Idade eu não sei moça, por favor, só venha rápido ela está inconsciente.

- Nós vamos, qual é o seu nome?

- Bella Hadid.

- Okay Bella, nós já estamos indo, só uma última coisa. Você viu quem fez isso com ela?

- Sim.

Foi tudo o que eu consegui dizer depois de encerrar a ligação. Logo depois tudo o que eu via era flashes de acontecimentos como se fosse em câmera lenta. O barulho das sirenes da Ambulância, e as luzes vermelhas e azuis das viaturas da Polícia.

E logo depois a voz de prisão. “Coloque as mãos onde eu poça ver, Bella Hadid você está presa”.

Delegacia de Polícia. Nova York. 6:35 AM.

A cama da sela da delegacia era dura e fria como pedra, o ar cheirava a esgoto. E tudo o que eu pensava era o lugar perfeito para uma assassina como eu.

Eu perdi. Perdi tudo. Perdi a minha família, perdi a minha carreira de modelo, perdi o Harry.

Perdi a minha alma.

Uma voz masculina me tira dos meus pensamentos e eu olho na direção do Policial.

 - Bom dia dorminhoca, tem visita para você. – Ele diz abrindo porta da sela e colocando as algemas no meu pulso.

Eu entro em uma sala com apenas uma mesa e uma cadeira. Me sento e respiro fundo. A porta se abre e Edu entra acompanhado de um policial.

- Eu posso ter um minuto a sós com ela? – Edu diz ao policial.

- Tudo bem, mas só um minuto, eu preciso pegar o depoimento dela. – O Policial diz e sai da sala.

Edu se vira para mim e me olha como se eu fosse um lixo.

- Edu eu- - Sou cortada brutalmente pela voz ríspida dele.

- Quando ia me contar que era bipolar? – Ele diz.

- O que? – Digo nervosa.

- Ou melhor, quando iria me contar que era assassina? – Ele diz chegando perto da mesa.

- Eu não sou uma- - Sou cortada novamente por ele.

- Para de mentir Isabella!!! Eu liguei para a sua irmã, e fiquei sabendo que você é diagnosticada Bipolar desde os 11 anos de idade, e você não faz nenhum tratamento para isso. – Ele grita para mim.

- Na onde você pegou o número da minha irmã? – Digo já nervosa.

- Eu peguei o seu celular ontem a noite perto da poça de sangue da sua amiga Kaia Gerber. Mas isso realmente importa Bella? O que importa aqui é que você é uma doente! – Ele diz para mim.

- Eu não sou doente! – Grito para ele.
- É mesmo? As provas dizem o contrário. – Ele diz se afastando da mesa e coloca as mãos sobre o rosto.

- Edu, por favor me escuta. – Eu imploro já com lágrimas nos meus olhos.

- Meu Deus como eu sou burro, como eu não fui perceber que eu estava alimentando uma cobra. – Ele diz dando uma risada de nervoso.

- Eu não queria fazer isso, por favor me perdoa. – Eu digo chorando.

Ele respira fundo e olha para mim.

- Tudo bem, eu vou te tirar daqui, eu pago a sua fiança e você diz no depoimento que tudo foi um engano e que um ladrão esfaqueou ela e você foi cúmplice. Ele diz baixo para mim.

Eu franzo a testa pela mudança de humor dele.

- Porque mudou de ideia sobre mim?
– Pergunto confusa.

- Para ser honesto eu não sei. Você chega aqui com um contrato com a maior agência de modelos do mundo e semanas depois você acaba numa sela de delegacia. – Ele diz suspirando fundo. – E agora eu descubro que você é bipolar. Então eu não sei porque eu estou fazendo isso. Talvez seja a esperança de encontrar aquela menina do interior de São Paulo que eu escoltei. – Ele diz saindo da sala.

Eu começo a chorar desesperadamente depois de ouvir essas palavras dele. O meu peito doía como tivesse sendo esmagado por um ônibus.

Depois de me acalmar eu consigo mentir o depoimento inteiro para o Policial, e sou liberada. Encontro o carro do Edu parado na porta da delegacia me esperando.

Ficamos o caminho inteiro calados e não ousando olhar no rosto de um do outro. Ele para o carro na frente do meu apartamento e finamente fala.

- Porque você não me contou antes? – Ele me pergunta.

- Eu não queria que isso afetasse a minha carreira. – Digo com a cabeça baixa.

- E você acha que esfaquear outra modelo não iria acabar com a sua carreira? – Ele me pergunta.

- Não foi a minha intenção matar ela, eu estava vendo coisas e acabei surtando. – Eu me explico.

- Bella o que estava pensando? Eu apostei todas as minhas fichas em você. Eu te trouxe para Nova York e consegui um contrato com uma agência. Eu fiz tudo para você jogar no lixo. – Ele grita para mim.

- Me desculpa eu prometo que eu vou procurar ajuda, e vou me medicar direito e pedir desculpas para a Kaia. – Eu digo com uma voz baixa.

- Então você vai ter que falar com ela logo antes que o pior aconteça! – Ele diz.

- Como assim?

- Ela teve que passar por uma cirurgia de risco e está internada em estado grave, você quase a matou! – Ele diz.

E eu percebo como eu sou um mostro. Eu quase matei uma amiga inocente.

- Eu vou visitar ela logo, eu prometo. – Digo.

- O que você disse no depoimento? – Ele me pergunta.

- Eu disse que estava no banheiro e que um bandido entrou no restaurante e a Kaia estava no momento errrado e na hora errada. – Solto um suspiro longo. – E você? Como conseguiu me soltar? E as câmeras de segurança? – Pergunto a ele.

- Eu consegui convencer os guardas a apagarem as imagens que mostra você esfaqueando ela. – Ele diz.

- Como? – Pergunto confusa.

- Nesse mundo, querida, um pouco de dinheiro é o bastante para comprar uma pessoa. – Ele diz.

Então eu percebo que o único motivo de ele ter me tirado da delegacia é porque ele é tão podre quanto eu.

Me despeço dele e subo para o meu apartamento.

Encontro Stella na sala conversando no celular com alguém e ao me ver ela pula nos meus braços imediatamente.

- Bella!!! Onde é que você estava? Eu pensei que tinha acontecido alguma coisa com você. – Ela diz me dando um abraço.

- Eu estou bem, eu dormi no apartamento do Edu, por causa do que aconteceu. – Digo.

- Eu fiquei sabendo, você sabe como a Kaia está? – Ela pergunta.

- Ela está no hospital e está em estado grave. – Digo com a cabeça baixa. – Eu pensei que a gente podia visitar ela, o que você acha? – Pergunto a ela.

- Eu acho ótimo, vai ser legal conhecer ela. – Ela me dá um sorriso.

- Também acho. – Retribuo o sorriso.

- Você está com fome? – Ela pergunta.

- Eu tô morrendo! – Digo.

- Então vem! – Ela diz me guiando para a cozinha.

Vai ser uma longa semana.