8. UM TOURO

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Olá pessoal! Hoje é quarta dia de... Isso mesmo, dia de saber o que está acontecendo com 

a nossa garçonete guerreira. kkk

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Ok. Eu não era psicóloga, como já tinha adiantado, porém, não deixei de analisar a situação. Eu estava experimentando a oportunidade de conhecer várias versões do Diogo. Tinha o homem sexy de fala calma e olhar profundo, aquele que tinha fome insaciável para o sexo e era a versão que eu mais gostava.

Tinha o Imperador. Este não era um CEO normal, era perigoso. Seu olhar metia medo, ele se transformava quando vestia essa versão.

E agora, eu acabava de presenciar um Diogo com sentimentos. Vi carência em seus olhos em milésimos de segundos enquanto abria o coração para mim contando algo íntimo de sua vida.

E eu não sei se eu gostava dessa intimidade que ele estava expondo.

Olhei minha bolsa. O maldito pegou meus documentos. Inferno!

Tirei os sapatos, peguei o celular e liguei para minha mãe. Não ia desabafar com ela, só queria escutar uma voz familiar e de certa forma, surtiu efeito; me acalmou. Passei minutos a fio na varanda assistindo o céu estrelado de Miami, enquanto meus pensamentos giravam em torno do incidente no bar.

No celular, acessei a internet e na barra de pesquisa, digitei:

"Ferro para colocar nos dedos e dar socos" — eu nem sabia o que escrever na pesquisa. Apareceu uma foto com a legenda: Soco inglês.

Ah, sim. Claro, eu já tinha ouvido falar, mas não ligava o nome ao objeto. A foto parecia mesmo com o que Diogo usou. Toquei na descrição: "Usado como arma para aumentar a força e a contundência dos socos." Deixei o celular de lado e olhei para céu. Por que um empresário andaria com um desses no bolso? O que tinha naquela maleta? Aqueles homens no bar eram bandidos?

Diogo não voltou a noite. Passou da uma da manhã, eu fui várias vezes espiar na porta que dava para a sala e só via os seguranças. Talvez ele tenha ido buscar consolo em outras mulheres. Dificuldade em conseguir, ele não teria.

Foda-se. Não era nada meu, eu não ia me preocupar.

Troquei de roupa, escovei os dentes, fiz uma trança nos cabelos e tomei o comprimido de anticoncepcional. O alívio me invadia toda vez que eu engolia o comprimido.

O sono veio rápido. A cama era imensa sem o homem ao meu lado e o quarto me dava calafrios. Todavia, foi um sono só. Acordei já pela manhã, sentei-me na cama atenta e nem sinal de Diogo. Saí da cama, saltitei até a porta e espiei: os seguranças tomavam café e riam à medida que conversavam.

— Diogo não voltou? — Perguntei.

— Não senhora.

Voltei para o quarto, abraçando meu corpo e pensando novamente na noite anterior. Certeza de que ele tinha ido procurar alguém para fazer sexo. Novamente, eu não importava.

Tomei banho, me vesti e o café chegou sem que eu tivesse pedido. Isso significava que Diogo estava no resort e tinha feito o pedido para mim. Comi normalmente e até demais pois estava faminta. Observei as camareiras arrumarem o quarto, li bastante na varanda e nem sinal de Diogo.

Almocei sozinha na varanda. Quase toda hora, eu espiava para ver se ele estava lá na sala com os seguranças. Não estava. Ele tinha saído com a roupa do corpo, suas coisas ainda estavam no closet. Ele teria alugado outro quarto?

Dormi depois do almoço, li mais um pouco, tomei banho na piscina privativa, deitei-me na espreguiçadeira morta de tedio. A noite caiu e eu já estava encucada e um pouco preocupada. Entrei para me trocar e dei um gritinho de susto ao me deparar com Diogo apoiado na parede segurando um copo de bebida. Uísque talvez.

[AMOSTRA] MALDITO CLICHÊOnde histórias criam vida. Descubra agora