Capítulo 3

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São suas filhas, Ally, Brenda e Claire.



Marcela pareceu tão perplexa quanto Gizelly quando confirmara a gravidez a dois anos atrás. Ela esperou pacientemente pela reação verbal da loira, e quando não ocorreu nenhuma, disse:

- Como disse, elas se chamam Ally, Brenda e Claire.

Gizelly quis homenagear sua avó que já havia falecido dando o nome de uma delas de Brenda.

Marcela olhou para a foto antes de voltar a encara-la.

-Qual a idade delas?

-Vão fazer um ano e meio.

-Eu... Eu não entendo você foi bem clara quando me disse que a última tentativa tinha dado errado.

-O teste que fiz deu um falso negativo, ou eu não esperei o tempo certo, tudo que sei é que depois que você se foi de minha vida eu descobri que estava grávida. –Falou esperando a pior reação de Marcela.

-E só agora você está me contando? -Marcela estava começando a se alterar.

-Eu tentei entrar em contato com você assim que soube da gravidez, mas você não me atendia, sim eu deveria ter insistido, mas acontece que estava muito chateada e também tinha a Alessia, tinha que ajudá-la a passar por tudo aquilo, você sabe, como ela era apegada a você, enfim... É isso. Sei que biologicamente as meninas são suas filhas, mas elas também são minhas, eu as amei durante sete meses, porque sim, elas nasceram prematuras e quando elas nasceram o medo de você tira-las de mim tomou conta e mais uma vez eu recuei.

-Elas... Elas estão bem? –Marcela não sabia o que sentir naquele momento. A surpresa de ter três bebês deixou-a completamente confusa e apavorada.

-Elas estão ótimas. Perfeito. Nasceu um pouco abaixo do peso, precisaram de umas semanas de UTI mas se recuperaram rápido. Hoje são super saudáveis e perfeitas.

Marcela passou a mão pelos cabelos.

-Eu não sei o que dizer... Você não deveria tê-las escondido de mim... Você tem noção que me fez? Sei que fui horrível com vocês, mas me tirar três filha foi de tamanha crueldade. –Os olhos amendoados estavam marejados, e a voz meio embargada.

Gizelly concordou com a cabeça e não disse nada, já estava preparada para o pior como gritos, xingamentos e ameaças judicias, mas não estava preparada para vê-la chorar. Não tinha ideia o quanto Marcela ainda significava pra ela.

-Por que me disse agora?

- Por que não era justo com as Tri, elas têm o direito de te a mãe por perto, e também apesar dos pesares, elas são suas filhas e eu não poderia priva-las disso por mais tempo, pode não acreditar, mas nunca deixei de pensar no mal que estava te causando... Eu só posso te pedir perdão...

Quando Marcela ainda parecia confusa, Gizelly acrescentou:

-Tudo que tem que fazer, é olhar para elas Ma. Se parecem com você. - Tanto que doía todas as vezes que Gizelly olhava para suas menininhas. As menininhas delas.

-Onde elas estão agora? – Perguntou Marcelas enquanto continuava olhando para foto.

-Com uma amiga que divide casa comigo, Bia. –Razão pela qual Gizelly precisava ir embora mais cedo possível, antes que as filhas acordassem da soneca e Bia, que assumidamente tinha fobia de crianças pequenas triplicadas, tivesse de lidar com elas.

Marcela olhou a foto por mais alguns momentos e quando Gizelly não podia mais suportar o silêncio, murmurou:

-Diga alguma coisa, por favor.

De repente... Casa cheiaOnde histórias criam vida. Descubra agora