Capítulo 14

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Os dias iam passando voando, Gizelly já estava entrando no final da residência, estava tentando uma vaga definitiva no hospital, certamente ganharia, porque sem dúvida era a melhor do seu grupo, mas toda essa correria não estava permitindo que passasse muito tempo em casa, tinha dias que só via Alessia, ainda assim porque ela a levava na escola, quando chegava, as filhas estavam dormindo e quando saía geralmente, as tri estava ainda no berço.

Sempre quando chegava Marcela ainda estava acordada a esperando, até mesmo o jantar da morena ela fazia questão de preparar, na verdade pedia para Granny deixar pronto porque sabia que se ela mesma preparasse algo, nem mesmo as meninas que faltava pouco comer o reboco das paredes, comeriam.

Marcela juntamente com Alessia decidiram que para não atrapalhar os exames finais de Gizelly, contaria a verdade sobre o abandono depois que ela concluísse, em dois meses ou menos. Enquanto isso Marcela seguia fazendo de tudo para reconquistar a confiança de Gizelly.

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Gizelly tinha acabado de chegar em casa, procurou por Marcela e a achou dormindo na cama de Alessia. Ela sorriu com a cena, pegou o controle e desligou a TV, que passava uma série qualquer e as cobriu antes de sair do quarto.

Já tinha tomado banho, estava lendo um livro quando uma mensagem de texto chamou sua atenção.

"Ei irmã desnaturada, não vai me atender não?"

-Ai droga! - Falou pra si mesma, Ivy tinha ligado mais cedo e ela não pode atender, e acabou esquecendo de retornar a ligação.

Talvez dar um telefonema não fosse uma ideia agradável à essa hora, mas Gizelly sentia que não tinha outra opção, acessou o número na memória e ligou. O telefone tocou cinco vezes, e no momento em que ela estava prestes a desligar uma voz irritada atendeu.

-Espero que seja realmente importante Sis, porque acabou de interromper uma foda!

-Tá aí um motivo para nunca te ligar, é difícil saber quando não está transando. -Respondeu Gizelly enquanto se ajeitava no travesseiro.

-Ei! Se você fosse uma pessoa transante, não estaria falando isso, não mesmo. -Brincou Ivy do outro lado da linha, Gizelly até conseguia imaginar a cara da irmã.

-Acontece Ivy, que sou mãe de quatro menininhas possuídas pelo espírito da ragatanga, sendo que três ainda são bebês que ainda mamam, tô no final de uma residência, tentando uma vaga no hospital mais concorrido da cidade e moro com minha ex. Transar nessa atual situação é uma missão impossível pra mim. -Argumentou Gizelly.

-Querida, só fato demorar com Marcela já facilita oitenta por cento do seu problema.

-Ah vá te tomar... Enfim, porque me ligou mais cedo?

-Nada demais, só queria ter notícias suas Sis, ultimamente mal nos falamos por telefone já que ambas andamos mais ocupadas que um asno na estação de mosquitos.

Gizelly riu.

-Você bem que podia visitar a gente né Ivy.

-É poderia... Quem sabe depois que resolver uns problemas com o sua sobrinha e a creche aqui...

-Problemas? A Zoe? O que tem ela? - Gizelly perguntou sinceramente preocupada.

-Nada demais, mas talvez teria sido melhor ela ter continuado sem dentes, já que ela não entende que os bracinhos e as perninhas dos coleguinhas da creche não são comestíveis.

Gizelly mais uma vez não conseguiu segurar riso, Zoe era da idade das tri, uma diferença de apenas três meses, ela a viu apenas quando nasceu, mas amava aquela moreninha linda de olhos verdes.

De repente... Casa cheiaOnde histórias criam vida. Descubra agora