Dois

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Shikamaru

A viagem de volta demorou mais do que deveria, pegou os meninos e partiram com a carruagem que a anos atrás havia trago eles em segurança até sua casa. Não podia acreditar que a amargura de Kurenai poderia ser tão intensa, temia por sua amada, temia por não saber se ela conseguiria suportar a perversidade de uma mulher que jamais foi amada. Sabia que o pior já deveria estar acontecendo, e isso o enchia de fúria.

Os meninos mostravam medo e preocupação pelo sumiço da única que lhes deu amor em toda sua vida. Percebia como Hiroki a olhava e admirava a mulher que agora chamava de mãe, que lhe acariciava seus cabelos quando se sentava na varanda chateado por não conseguir empunhar uma espada como Kakashi ou ele faziam. Era bonito o amor que ele tinha por ela e sabia que se fosse necessário enfrentaria sua mãe biológica para proteger sua mãe de coração.

Akumi se prendeu ao seu pescoço como da ultima vez que Sakura estava em perigo, o pequeno que agora já conversava como um adulto sabia reconhecer o perigo que vinha de longe. Era esperto e mesmo que escondessem as coisas daquela pequena criança, ela conseguia entender os olhos que demonstravam preocupação ao seu redor.

Kakashi guiava a carruagem e Shikamaru preferiu ficar com os meninos e prepará-los para ficarem sozinhos caso fosse necessário, mas a teimosia era tão evidente nos dois garotos quanto em Kakashi.

— *Mas pai, eu quero ir junto!* — O mais novo que estava em seu colo cruzou seus braços e fechou a cara em tamanha birra.

— Akumi, já expliquei o motivo não faça birra. — Era difícil lidar com suas teimosias, Sakura conseguia fazê-lo entender as coisas tão rápido.

— *Mas eu quero minha mãe, ela não estava em casa e eu quero ajudar a trazer ela de volta.* — Bufou.

— Seu pai já lhe explicou, Akumi! — Kakashi gritou de fora da carruagem e fez o bico do menino aumentar.

— Pai. — Hiroki o chamou, também tinha encontrado um carinho pelo menino mais velho. Compreensivo, tinha um contato maior com Shikamaru por partilharem do mesmo desejo de paz. — Não posso ajudar? Sei como ela... — Pausou por um momento. — Sei como ela pode ser ruim, não quero que machuque a mamãe.

Não culpava o menino, havia se apegado a Sakura como qualquer um dos outros três que seguiam de volta para o castelo. Colocou Akumi com seu grande bico no banco em sua frente e puxou o menino para mais perto, a preocupação que borbulhava em seus olhos era imensa talvez ele fosse o que mais sentia sua falta ali.

— Eu também sei como ela é, Hiroki. Mas vamos encontrar um jeito de tirá-la de lá e se precisarmos de mais ajuda, pode ter certeza que o chamaremos. Salvaremos Sakura.

Ele acenou concordando e se deixou ser abraçado, quanto mais a viagem demorava mais sua seus nervos se tencionavam. Era um misto de medo e ódio, havia deixado tudo para que Kurenai ficasse bem dentro de onde ela parecia querer estar e mesmo assim nada era o suficiente para ela.

Pela pequena janela que havia na caixa de madeira que os levava de volta para a vila, já podia ver os limites do lugar onde praticamente viveu. Os muros estavam mais altos e tudo parecia escuro, os portões agora seguiam até o topo e não havia se quer brecha para que pudessem entrar.

Seria mais difícil do que achavam.

-x-

Sakura

Machucada, permaneceu erguida pelos braços por tempo demais. Com seu corpo dormente, sentia os vergões latejarem por cima da pele machucada. Mesmo que pudesse sair dali seria uma tentativa falha, não conseguiria andar mesmo que quisesse.

Destrua-me  - Parte 4 - Kakasaku/ShikaSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora