↳ quatro

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POV S/N

— Agora você entende porque saí aquele dia às pressas? — finalizo meu desabafo enquanto Michael me encarava, incrédulo.

Um dia depois de reencontrar Louis, resolvi botar tudo para fora. Precisava compartilhar com alguém toda esse loucura que, até então, me sufocava.

— Eita... Sabe que pode confiar em mim, né? — o mesmo fala, sorrindo fraco.

— Claro que sei, só... fiquei com medo — encolho meus ombros enquanto bebo mais um gole do café preto que Michael me servira mais cedo.

— Eu te entendo, mas aquela sua desculpa foi bem fraca. Nem o nome da universidade daqui você soube — diz, rindo alto.

— Droga, maldita hora para você ser bom em Geografia! — brinco, passando a língua em meus lábios sentindo o gosto forte do café.

— Eu era o melhor da sala ano passado — se gaba, eu apenas reviro os olhos.

— Bom, tem mais uma coisa que preciso lhe contar... — começo, meio receosa.

— E o que seria? — sorri, mostrando seus dentes.

— Encontrei Louis no dia do teste...

— Aquele garoto que foi embora sem dar explicações? — vejo uma carranca se formar em sua face.

— Esse mesmo — suspiro.

— Ele está super famoso... O encontrou na rua? Qual foi a reação dele? Juro que se algum dia vê-lo na minba frente...

— Calma, calma! — rio por sua reação. — Você não fica bem nessa pose de machão, Michael.

— Eu sei, eu sei... Agora me conte detalhe por detalhe, sou todo ouvidos.

— Não deveria ir trabalhar, não? — mordo meu lábio segurando o riso.

— A Lana dá conta, e hoje a casa está vazia, graças a Deus! — fala erguendo os braços para cima.

Contei tudo detalhadamente ao meu amigo, que ouvia cada palavra atentamente. Vez ou outra fomos interrompidos por clientes que chegavam prontos para pegarem uma bebida ou pediam a conta ansiosos para irem embora.

— Olha, S/N... eu lhe aconselho a ouvir sim o que Louis tem a dizer, MAS — diz dando ênfase no "mas" —, não deve perdoar tudo assim do nada, não acho que exista algo que justifique o fato de que seu ex tenha simplesmente sumido sem ao menos mandar uma mensagem ou um mero sinal.

— Também penso assim... Confesso que, por um instante, meu coração bateu muito mais forte ao vê-lo, mas o ódio que sinto é mais forte.

— Você é tão trouxa às vezes, com todo o respeito — deixo um soquinho fraco em seu ombro. — Eita, que bicha violenta! — resmunga, sem parar de rir.

— Eu estou aqui desabafando com você! Vai dizer que nunca ficou fraca perto de sua ex-paquera?

— O assunto aqui é você, e outra, eu levo vida de piranha, aquele negócio, caiu na vila o peixe fuzila, mas só uma vez porque eu enjôo fácil — balanço a cabeça rindo alto.

↳ Living In London ✘ Louis PartridgeOnde histórias criam vida. Descubra agora