Clube dos Perdidos

Nasce a União

Naruto

Esses últimos dias têm sido um saco. A única coisa que tenho feito é estudar, o que pra mim é uma perda de tempo, já que nenhuma matéria me interessa. Na verdade, o problema nem tá com as matérias, e sim comigo. Eu sou burro pra cacete. Não gosto de estudar e tenho dificuldade em tirar boas notas. Tenho certeza que só fui aceito na Kage por conta da influência do meu pai. Às vezes, a forma como as pessoas puxam o saco dele pelo dinheiro que ele tem me irrita. Fora que todo mundo esperava que o único filho dele seria tão genial quanto ele, mas acabaram vendo que não. Bem que eu queria ter metade do talento do meu pai, ter capacidade pra comandar o patrimônio dele, mas eu sou um idiota cabeça oca. Mas mesmo sabendo disso, meu pai nunca pesa na minha. Ele sempre é compreensivo e legal comigo, por isso somos tão próximos. Mesmo sendo tão gigante, ele nunca se coloca acima de ninguém, e ainda consegue administrar o tempo dele e priorizar a família. Não é por nada não, mas meu pai é foda. 

Saber que logo meus pais vêm me visitar é a única coisa que tem me deixado empolgado ultimamente. Na escola as coisas estão chatas. Nem eu e nem os meninos conseguimos nos enturmar com alguém, já que a maioria do pessoal daqui é careta ou arrogante. As únicas que não são assim e que dão um pouco de tempêro pra essa rotina amarga, são as três mulheres mais gatas que eu já conheci, mas, estamos afastados delas. O Sasuke disse que o jogo já era e que não teriam mais provocações, e só depois de um mês ele veio avisar que vai contar quem ganhou. Eu não sei o que tá rolando, mas ele tá muito estranho. O Sasuke sempre foi muito frio e distante de tudo, não é do tipo que perde a cabeça facilmente. Mas desde que nós conhecemos elas, ele tem agido por impulso e feito papel de idiota. Ele fica de segredinhos com a Sakura, combinando coisas com ela, e sou eu quem me fodo aqui. Agora quando eu trombo a Hinata, ela só sorri pra mim bem rápido, por educação, igual faz com todo mundo. Há semanas atrás, aquela garota tava com as pernas bambas em volta do meu ombro gozando pra mim, e agora age como se nunca nem tivesse conversado comigo. As outras duas também. Eu só sigo o fluxo mesmo, mas minha vontade de me aproximar delas de novo é grande, ainda mais porque eu sei que se não fosse por elas, esse lugar que já é chato, seria insuportável e impossível de viver.

No fim da tarde fui dar uma volta pelos jardins da Kage. Minhas notas estão uma merda, mas vão ficar assim mesmo... Não vou ficar me matando, não. Enquanto eu caminhava com as mãos nos bolsos da minha calça de moletom, avistei a Hinata andando apressada e olhando em volta. Ela não me viu porque eu tava um pouco longe, então decidi seguir ela... Fiquei curioso pra saber onde ela tava indo tão preocupada em não ser vista. Vi ela ir até uma área isolada, onde só é permitida a entrada dos funcionários externos, como o jardineiro e o zelador. Ela entrou num depósito pequeno, onde ficavam guardados alguns materiais do estoque da Kage, e também uns móveis não usados. Fiquei impressionado quando vi ela destrancar o cadeado da porta com um grampo de cabelo... Eu nem sabia que dava pra fazer isso. Fiquei escondido atrás de uma árvore um pouco longe do lado de fora, e vi quando o tal do primo dela entrou poucos minutos depois. Senti um nó no estômago em imaginar o que aqueles dois estariam fazendo lá dentro. E lembrar dela me falando com a maior naturalidade do mundo que transa com ele... Isso não me desce, sei lá. Eu pensei em ir até lá, mas achei melhor não. Fiquei do lado de fora esperando pra ver se alguma coisa relevante ia acontecer... Ou então só pra continuar espiando a Hinata mesmo, confesso. Fiz bem, pois pouco tempo depois ela saiu de lá pisando duro, parecendo furiosa... Eles brigaram? Espero que sim. Ela passou pela árvore onde eu tava escondido e nem me viu. 

- Hinata! - chamei, quando ela já tava andando de costas pra mim. 

- Naruto-kun? - ela se virou e corou de leve... Ficou uma gracinha com as bochechas vermelhinhas.

- Olha só, ainda sabe meu nome. - falei, com uma cara meio fechada - O que tá fazendo aqui? Essa área é proibida pra alunos. 

- Então por que você tá aqui? - ela estreitou os olhos e as bochechas voltaram a ficar na cor natural.